tag:blogger.com,1999:blog-24775401369300943502024-03-05T19:14:14.161-08:00Bito MeyerEXISTE MAIS QUE CARNÊS E PRESTAÇÕES, ENTRE VOCÊ E SUAS MONTANHASBito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-6929221765034465772014-07-28T15:18:00.002-07:002014-07-28T15:18:46.422-07:00Travessia em solitário da Serra Fina.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkAYUk8cS_jwdBC51Dyvy_KlOzkfY66ALDLKJOPQM1YSFIoJkU3_EeReW0gBz5FBb-QTBkGsGZr35x4TcS-MrAsXr69zDznyIofoLJzjB1RR21ixsrFcWXRHXjUYy-fE-BzhnqGaVmz3k/s1600/P1120559.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkAYUk8cS_jwdBC51Dyvy_KlOzkfY66ALDLKJOPQM1YSFIoJkU3_EeReW0gBz5FBb-QTBkGsGZr35x4TcS-MrAsXr69zDznyIofoLJzjB1RR21ixsrFcWXRHXjUYy-fE-BzhnqGaVmz3k/s1600/P1120559.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<br />Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-86855465858411233142014-07-28T14:47:00.002-07:002014-07-28T14:47:47.127-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> Sobre Montanhas.... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Minha cabeça fazia tuim, tuim, tuim! Que nem o filme do Riticoque, aquele que o cara tinha um troço com a mãe, aquele da faca, da cortina de box de banheiro, que tinha aquela mina pelada atrás da cortina, ta ligado! Eu tava assim,... porque eu escuto e vejo muita merda sendo feita e dita sobre montanhismo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> A prática do montanhismo é muito arriscada e extenuante, porque usamos cordas e nos envolvemos com precipícios e grandes quedas, climas loucos, riscos constantes, logística e muito peso, já nas caminhadas o desfrute vem de outra fonte e era isso que eu queria nesta caminhada. Sei que algumas pessoas se intitulam montanhistas, mas que na real são trekinistas e que carinhosamente os chamamos de montanhistas horizontais. Existem clubes que usam o nome montanhismo, mas que na realidade é um clube de treking. O fato de andar em montanhas e que também de alguma forma as roupas e alguns equipamentos serem parecidos, confundem as pessoas e favorecem os interesseiros e os que têm medo de altura e os “segunda feira cinzenta”, aqueles endividados que resolveram usar o montanhismo para pagar suas contas e acham que podem folgar. Ledo engano! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">O montanhismo é um esporte de risco muito perigoso e para pessoas valentes e descompromissadas. " Mas caminhar é tudo de bom”. Na realidade para eu, caminhar é a única forma de oração que eu entendo. Amo caminhar. O treking é o pai de todos os esportes; mas não é Montanhismo.... o símbolo do montanhismo é formado de piolets e cordas </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Eu mesmo criei um clube no Paraná que se transformou em um clube de treking. Na real todos os clubes de montanhismo do Brasil são de treking. São clubes recreativos e educativos e que tem a nobre função de divulgar, promover, agregar, preservar a conduta, a ética, a moral, a técnica e a historia do montanhismo e torna-as acessíveis e claras. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">O estado do Rio de Janeiro tem mais de uma dúzia de clubes que desenvolvem o montanhismo e parece que eles tem muitos socios e cuidam bem de seus associados. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Imagine um clube que vive de sonho, cadáveres e faz de conta e sempre falando de velhas vias. Um clube de panças e pelancas, de pessoas que não tem nem o corpo, nem currículo ou nem nada, sobre montanhismo e quererem cagar regras sobre montanhismo. Sem falar nas figuras que se escondem por um tempo, conchavada de companheiros pouca pratica, aparecem com uma matéria duvidosa para a TV, com vídeoszinhos editados que quem entende nota e sempre deixam duvidas e que rotulados por etiquetas de patrocinadores endividados que no final do mês... “O Caveira”, Nêga! ...”O Caveira” estará na sua porta lembrando o de suas contribuições mensais. Que vidinha mais ou menos. E isso vai acontecer ate o final da suas existências, nessa bolinha surrada.”... Inquilibrando-se”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> Bom...alguns clubes conseguem ser mistos. Da onde eu venho muitas pessoas que se intitulam montanhistas, mas são na real trekinistas, mas eles juram que amam as montanhas. Têm também os patotistas que também amam as montanhas, todos os finais de semana, quando não chove, lógico. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Pessoal....a vida é boa. Ela é um universo de possibilidade e ganhamos um planeta fantástico para interagir. A vida é muito curta...uma titica. Devemos tratar essa oportunidade com nosso maior trunfo. Um imenso presente...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Pessoal escrever é difícil, escrever correto é mais difícil ainda. Parte da tarefa de fazer essa leitura consiste em corrigi-la. Se você for entrar nessa travessia, leve consigo um saco de correção ortográfica para não se perder no caminho. Divirta-se. Boa leitura. Obrigado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> SERRA FINA EM QUASE SOLITÁRIO.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">A visão da Serra Fina me cativou desde os anos 70 quando eu a vi pela primeira vez, quando visitava o Parque Nacional do Itatiaia. Era uma caminhada que eu “devia” para mim. Fazia uma eternidade que eu desejava fazer a travessia da Serra Fina em solitário. Eu já tinha tentado em uma ocasião mas o mau tempo não deixou. Desta vez, era novembro de 2013 e apesar de não ser mais a época apropriada para fazer essa travessia, devido ao mau tempo; lá estava eu novamente. Digo novamente porque toda vez que me dirigia para a Serra Fina saía com chuva na cabeça.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">A ideia de fazer a caminhada da Serra Fina em solitário cativa a maioria das pessoas que já fizeram esse trajeto alguma vez, ou mesmo quem gosta de longas caminhadas e que conhecem a historia dessa trilha. Se você ler na Net a respeito dessa caminhada, você acreditará que ela é o terror das trilhas e que você não esta preparado em fazê-la. O que na realidade não é isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> A Travessia da Serra Fina é uma puta caminhada; são 40 e tantos kilometros para fazer a seu bel prazer, subindo e descendo serra. Geralmente as pessoas fazem essa travessia no inverno, quando tempo esta firme. Também escolhem fazer a caminhada em 4 dias, nos feriados prolongados pois é quando essa oportunidade pinta o e pelo problema da água, que durante a travessia só há água em dois lugares (pra quem não conhece a região) </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Problemas ou preferência de logísticas também determinam em quanto tempo fazer e o estilo á escolher, mochilas muito pesadas e o problema da água, coloca o pessoal em cheque; como não tem onde colher água no segundo dia de caminhada, as pessoas recolhem água logo após toca do lobo, para os dois primeiros dias e quando chegam no Rio Claro, recolhem água para a noite e a manha no cume da serra fina e para o terceiro e quarto dia recolhem água no final da travessia do Vale do Ruah</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> É muito difícil achar água durante esse trajeto e então surge então um problema de verdade: quanta água? levar........ fazer em quatro dias para poder desfrutar o lugar e ter tempo para </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> Então não é a toa que as pessoas quando vão fazer esta caminhada, se organizam como para uma expedição e geralmente são grupos grandes e que na maioria das vezes, a travessia e feita nos feriados prolongados, pois geralmente, a travessia é feite em 4 dias e no inverno, onde os dias são espetaculares e na maioria das vezes não chove. Nesses períodos um numero bastante grande de pessoas fazem a travessia; o que da certa sensação, mesmo que hipotética, de segurança, pois você não se encontra só. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">As pessoas têm medo de ficar só. Que dirá sozinho no meio da natureza, distante de tudo e de todos. Ficar sozinho com seus medos e pensamentos, ter a si próprio como compania, na mais completa solidão, onde você não tem o recurso da distração (tv,PC, boteco, o uso do cartão). Nesse momento o escuro da noite, a distancia que separa você de você mesmo, da família, dos amores e das coisas que te dão segurança e identidade; sentam na sua frente; elas serão tua compania pelos próximos dias...e se a casa cair! Você ta sozinho ...He he! Menos... menos....não é assim tão cruel como eu pinto a sena. Eu já estive 2 vezes sozinho na Pedra da Mina e sobrevivi. O que pode acontecer de errado com você?... Ser abduzido por E.Ts para experiências sexuais, interplanetárias e ser comido por uma onça, (o que da no mesmo) ou então ser atacado por monstros que habitam o seu sótão, ou quem sabe quebrar uma perna, passar vários messes perdidão na selva, entrar em pânico e pular num buraco, ter um treco e transcender e não querer sair mais dali . Na real o que pode acontecer de errado é muito pouco... se você for tranqüilo e atento, nada de errado irá acontecer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Se você respeitar algumas regras, a travessia não será um problema. Tem que saber jogar com o peso, já que será mais confortável e "seguro" se você caminhar leve. Escolher um bom calçado e uma mochila adequada, no mais, pouco tudo; só o suficiente. Quanto a água eu levaria três litros dia</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Eu já tinha feito em solitário pelo Capim Amarelo até a Pedra Da Mina e voltado pelo próprio Capim Amarelo mesmo sem conhecer o caminho por não conhecer outro caminho. Depois fui com amigos fazer o caminho do Paiolinho até a Pedra da Mina e voltei pelo Paiolinho. Nunca tinha feito a travessia completa e a idéia dre fazer em solitário não saia de minha cabeça até que não tinha mais como adiar e então todas as senas da vida rolaram e eu estava na Toca do Lobo pronto para fazer a Travessia da Serra Fina, em quase solitário; minha companheira de escalada nesses últimos anos, Karininha R&R iria comigo bivacar no Capim Amarelo e desceria na manha seguinte. Não tinha mais como adiar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Bato com força minhas bengalas no chão, como faço sempre, para avisar o local e o planeta que estou ali e começamos a subida do Capim Amarelo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Saímos da Toca do Lobo depois das duas e sem pressa, pegamos água alguns minutos mais acima e subimos tranquilamente até o Capim Amarelo, ainda tínhamos um pouco de sol para organizar nosso pernoite. Quando vc chega no cume do CA, você vê a distancia percorrida e a que você terá que percorrer; isso deixa muitas pessoas de cara! Dormimos logo e levantamos cedo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Eu caminho desde os 10 anos de idade e passei a vida pesquisando sobre alimentação e sempre cuidei do que eu como, principalmente por que, comer não é para mim uma fonte de prazer, não viajo muito nisso, como para ter energia. Eu tinha algumas duvidas sobre alimentação e horários de reposição e recebi uma proposta alimentar de um nutricionista que me deixou curioso. O cara prepara e sugere a alimentação para muitos atletas e dos mais variados esportes e eu fiquei curioso com a proposta do cara e resolvi testar nessa travessia como experiência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Preparo um espetacular Arábica e sorvo minha nova alimentação; era estranho pois tenho inapetência matinal e geralmente não como nada pela manha e aquela refeição me fazia muito bem e me dava uma energia fora do normal que apostei em não levar nada do que eu normalmente levava, para os 4 dias que escolhi para fazer a travessia de forma tranqüila. Coisas como: Nozes, passas, pão integral, mel, ovos sardinha, atum macarrão etc. Tinha ficado em casa e dado lugar a: pós e farelos ultra leves. Por momentos fico duvidando que vou fazer a Travessia sem minha tradicional alimentação, cheia quitutes e laricas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Karina arrumas as coisas e desce para a Toca do lobo e eu fico alguns minutos no cume do Capim Amarelo. Espero que o silêncio invada o cume com seus barulhos e que o vento tome conta de tudo, revirando meus pensamentos, afastando-os de mim. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Meu objetivo naquele dia era chegar no Rio Claro e assistir o entardecer nesse lugar e assim foi. Chego no pequeno planalto onde se localiza o Rio Claro ainda cedo, retiro a mochila e dou uma volta na região; queria muito ficar umas horas sozinho nesse lugar, queria entardecer e amanhecer ali. No final do dia pego minha mochila e cruzo o Rio Claro que la em cima não tem mais de um metro de largura; encho meus cantis com diamante liquido e caminho até o bosque onde coloco minha barraca, exatamente como imaginei quando vi este lugar a primeira vez que vi este lugar e imaginei essa sena. Antes de escurecer a neblina passeia pelo bosque, entra na minha barraca, toca minhas coisas e eu a respiro e quando entra no meu cérebro não existe mais nada, somente aquele momento e o silencio que invade o ar e que navegava entre meus pensamentos... Fico ali imaginando me ver passar pela primeira vez, como para comungar esse momento intimo entre o homem e a natureza, entre os homens e as montanhas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Pela manha acordo com pressa, quero chegar à Pedra da Mina, o dia esta radiante e as chuvas não estão na região. Subo rápido e chego no cume onde o Sol era o imperador e eu ali, amigo do rei. Tiro a mochila das costas e passo a mover-me lentamente, quero ficar ali boa parte da manha. Quando você esta sozinho nesses lugares, seu cérebro age diferente; as referencias, os estímulos tem uma fonte diferenciada de quando você esta na rodoviária de São Paulo, ou num cume cheio de pessoas que trouxeram a mesma conversa lá do vale, onde fica as cidades. Você pode achar engraçado, mas tem coisas que você só tem acesso se você estiver na mais completa solidão; então essas coisas aparecem para você e é muito bom. Uma das coisas que te mostra outra realidade é um “fenômeno” que acontece com seu ouvido; como você esta sozinho, seu ouvido amplia o seu poder e você passa realmente a escutar . Então você escuta coisas que normalmente você não escuta e garanto para você que não é ruim; aposto meus 50 anos de montanhismo nisso. Uma hora dessas se de essa oportunidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Li no caderno de anotações que algumas crianças tinham feito a travessia; fico muito feliz com aquilo. Uma delas escreve algo como: “É muito difícil, mas é muito lindo”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> Faço um café no cume da Pedra da Mina e fico ali, desfruto daquilo tudo. Pra todos os lados que você olhe as distancias são enormes e te dão uma sensação plenitude, de que tudo esta correto. Que tudo segue uma ordem natural e que é essa configuração que ira nos ensinar algo. Lógico, você terá que estar disposto a aprender. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> A cota 3 mil é alta para um pais tropical descendo pro o sul a um vazio dessa altura que só vai repetir na Argentina, para o Norte, passamos por ES no Pico da Bandeira e depois somente no Amazonas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Fico viajando no cume da Pedra da Mina por um longo e languido tempo. Eu olho o Vale do Ruah e fico imaginando as historias que já escutei. O Vale do Ruah é o berço do Rio Verde e eu teria que atravessá-lo, mas antes disso eu teria que enfrentar um mar de capim elefante da altura do bicho, pântanos com areia movediça e folhas de capim que cortam como navalha ale da grande possibilidade de você passar por muito tempo perdido naquele labirinto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Tudo isso era muito desafiador e ao meio dia, pego minha mochila e desço até o inicio da travessia do vale do Ruah. Agora viria uma parte que até então eu não conhecia. Não sabia onde seria meu acampamento naquele dia, mas sabia que tudo aconteceria numa região que até agora eu não conhecia e melhor coisa a fazer era acelerar o expediente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Cruzo o rio afundando minhas bengalas no banhado e tomando “olé” das moitas de capim até chegar ao outro lado do rio. Na real cruzei o rio bastante rápido e agora, em terra firme e plana, acho o inicio da trilha e daí pra frente “só alegria”! Apesar de não conhecer o lugar, eu acho a trilha com facilidade e deslizo em meio o capinzal gigante. Em pouco tempo me encontro no final do Ruah. Recolho água para aquela noite e escolho para acampar num lugar no final do vale, onde podia ver o vale e a serra fina de um ângulo que ate então não conhecia. Monto meu acampamento na subida do Cupim do Boi e fico por ali vendo o sol terminar sua jornada. Estava num lugar totalmente novo e desconhecido e aquilo me fazia muito bem. A noite começava há apagar o dia, lentamente e os elementos que compõem a escuridão começam a me cercar: os sons, os cheiros, as criaturas da noite, uma rufada de vento quente que ainda teima por ali, e em pouco tempo a escuridão reina absoluta e o céu se ilumina de carbono assoprado. Por instantes reina um silencio ensurdecedor, até que o primeiro grilo começa sua cantoria e ai sim a velha fanfarra da noite apresenta seu espetáculo. Entro na minha pequena barraca e afundo dentro do meu saco de dormir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Há tanta gente presa na Matrix, enfrente a televisão, ou outro eletrodoméstico, ou outra distração, ou o que é pior sem entender que essa configuração fajuta criada pela Matrix pode ser mudada, A vida é uma experiência fantástica. Existir neste período em que se encontra a humanidade é uma oportunidade única, é uma época para se de andar com os olhos e todos os sentidos vivos por que tudo esta acontecendo, estamos vivendo uma das fazes mais marcante de nossa trajetória nesse planeta. É um privilégio existencial estar consciente de tudo que acontece. Os próximos 50 anos definirão nossa estadia aqui na terrinha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Todas as vezes que escolhi para fazer a travessia, o clima não estava bom; desta vez não era diferente, a previsão climática anunciava chuvas, raios, terremotos e assombrações e em todas as direções. A previsão não errou, pelo menos em parte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Na primeira vez que tentei em solitário, eu fui ate o cume da pedra da Mina e voltei. Não vi nada, a neblina me acompanhou ate eu voltar ao Capim Amarelo. O tempo todo eu não sabia onde tava, eu não conhecia nada. Eu era um perdidão no meio da neblina. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Agora a chuva não tinha cruzado meu caminho, apesar de eu avistar as chuvas rondando ao meu redor e escutava os trovões e sentia a terra tremer. Quando chego perto do cume dos Três Estados, sinto o ar carregado, uma cor “cinza esverdeada” cobre o ar e isso é descarga elétrica. Quando eu chego no cume, uma enorme explosão arrebenta o ar! Sem pensar eu me abaixo e eu fico por segundos sem ação. Aquele estrondo ecoando ao meu redor, a sensação de que a montanha esta se desfazendo dura alguns instantes... sigo vivo. (O bom é que quando um raio cai em você é que você não vê e nem sente). Mesmo assim paro na escultura de ferro que existe no cume dos Três Estados, tiro a mochila para fazer uma foto e saio dali o mais rápido possível. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Realmente a alimentação que eu estava usando tinha poder. Apenas tinha tomado um copo com algumas combinações de pós e farelos e o troço virou um combustível poderoso. Voei até o cume dos Ivos. Parei um pouco no cume e faço umas fotos. Agora a tempestade acontecia longe dali, puxo um pouco o freio de mão. Era meu terceiro dia de caminhada e tinha escolhido aquele dia para caminhar tudo o que eu pudesse, e ainda pretendia caminhar mais um pouco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;"> Tudo estava calmo e eu estava a mil por hora, miro o próximo morro e saio em busca dele ( não lembro o nome dele). Escurece mas mesmo assim consigo caminhar sem lanterna; a noite não esta tão escura e distingo o trajeto da trilha com certa facilidade. As 9 hora no meio da escuridão eu encontro um lugar limpo e plano no meio do capinzal, onde cabe mais ou menos 2 ou 3 barracas. Entendo que ali é o lugar de parar, ainda caminharia mais algumas horas, mas já tinha caminhado o suficiente para um dia de alegrias , estava satisfeito. Sou simples e rápido e logo estou dentro da minha diminuta barraca, alimentado e flutuando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Ainda esta escuro quando levanto; preparo meu café e assisto o dia acordar. Como era o ultimo dia e não quero que termine; não há nada de serio para se fazer, poderia ficar mais uns dia por ali. Tomo meu café e fico esperando que ele faça efeito, que a cafeína chegue ao meu cérebro terminando de me acordar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">As primeiras luzes que acertam meu acampamento e cobrem tudo de ouro, o verde, o vermelho, o azul, minhas mãos, a xícara de café e o vapor que sai de minha boca e que dança na frente de meus olhos, tudo é coberto pelo mais puro ouro. Fico ali em transe, olhando aquele espetáculo, até que toca o despertador interno; era hora de caminhar e sacudir aquela poeira dourada e sair dali antes que o mundo volte a ser colorido novamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Chego na fazenda ainda cedo. Percebo que cheguei em algum lugar, só não sei onde estou e onde fica a saída. Fico imaginando onde seria o final. Aquelas curvas finais devem ser um calvário á parte para algumas pessoas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">O barulho da rodovia aumenta e me aproximo-me de um sitio onde noto que algumas pessoal que estão na frente da casa, param o que estão fazendo e ficam me olhando com curiosidade e com certo espanto; acho que era a primeira vez que eles viam uma pessoa apoiado em duas bengalas, passando por ali com uma mochila nas costas, vindo de um lugar que só poderia ser a Serra Fina. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Pergunto a eles se eu estava perto do portão de saída da fazenda, mas antes de responderem, me enche de perguntas: Se estou sozinho, se eu machuquei a perna durante a travessia e trouxera as bengalas já pensando nisso, se eu vi a onça, se eu tive medo, etc. Depois de responder todas as suas perguntas, eles anunciam que eu cheguei: ...Mais alguns metros...Depois da curva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">A Serra Fina, o Itatiaia e todos esses lugares abençoados, são verdadeiros santuários, que pertencem a estrutura do planeta e pertencendo ao planeta esses lugares pertencem aos habitantes desse mesmo planeta. Esses lugares, em outras palavras, pertencem a população, as pessoas, ao contribuinte; esses lugares contribuem e fazem parte do enriquecimento da raça humana, fazem parte da nossa evolução e da nossa compreensão sobre tudo que nos rodeia. Esses lugares devem ser protegidos dos peçonhentos, dos Reptilianos, dos pés no saco, dos endividados e todos os tipos de “Mala Hóstias” que circundam esses lugares, com suas idéias malevolentes provindas de suas frustrações pessoais e de desejos nascidos do medo da vida e da morte. ..”e também de outros troços que agora não vem ao caso”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">A Serra Fina não é exatamente o lugar para promover reuniões, corridas e outros tipos de aglomerações, pelo simples fato de ela ser um santuário As pessoas terão mais a “ganhar” se a atitude que as leva a conhecer e comungar com um lugar com esse, seja motivado por outras razoes que não venham desse tipo de influencia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Isso é visivelmente falta de “sacação”, de “mãnha”, tá ligado! Promover e participar disso são até mesmo falta de respeito e demonstração de que não tá entendendo nada. Lamento que as pessoas só tenham os feriados prolongados para fazerem esta caminhada. A Matrix é uma merda! Criamos ela e deixamos ela nos colocar nessas situações onde o que de pior pode acontecer para um homem que é perder sua liberdade e pior ainda é quando essa prisão se apresenta disfarçada de “responsabilidade” ou “compromisso sério”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Reconheço que fazer a travessia em quatro dias é confortável e podemos desfrutar do que estamos fazendo. Gostaria muito que as pessoas que gostam de andar nas montanhas e sobre tudo as que sabem o que a Serra Fina reserva para quem deseje conhecê-la, que reservassem dias escolhidos a dedo para desfrutarem dessa oportunidade e que conseguissem esses quatros dias em outro momento que não os feriados prolongados. Mesmo que para isso, você não vá ao seu casamento, na sua cirurgia marcada ou o no seu exame final de formatura ou até mesmo que você perca o emprego.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">A Matrix é formada de muitas coisas; é o resultado de nossa inocência prostituída, Imaginem uma pessoa da roça no primeiro mês com a antena parabólica em casa; assistindo todo esse lixo. É também formada do nosso descaso pelas coisas fundamentais e pelo conformismo obvio da distração e obvio que também, de nossa visão previamente limitada. Tudo é configuração, se você não ta conseguindo esses quatro dias, então você terá que mudar a configuração ao seu redor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Perceber que você administrou sua vida e escolheu para você aqueles momentos... andar por ali, chutar uma pedra, olhar nuvens, o horizonte, escutar o vento, recolocar a mochila nas costas e voltar a caminhar,... são 40 e picos km para andar, da tempo pras pernas resolverem todas as mazelas da vida. Bom...á quem diga que eu estou viajando...tá bom, eu sei...Mas dá uma olhada ao seu redor. Hehe...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Durante o trajeto encontro todo o tipo de lixo. Vários pequenos “atalhos” estão se formando ao longo da travessia e que em algum momento irão causar muitas duvidas e provocar enganos e irão se agravarem nos dias de neblina. Esses atalhos são feitos ou forçados quando se encontram muitas pessoas na trilha. Parecia que um bando havia passado por ali.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">Algumas pessoas escolhem a Serra Fina para treinar para o Aconcágua....ou vendem essa travessia como treinamento para esse propósito. Sinceramente!... é mais fácil você torcer o pé e acabar com o seu sonho de Aconcágua. A propósito, o Aconcagua é uma questão de saúde e aclimatação. Cuidado com os “Especialistas”: estão de olho na sua grana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f6b26b;">...Passo pelo portão e caminho pela estradinha em direção ao barulho dos carros que passam na rodovia. Karina me espera com seu sorriso pontual e sua camaradagem montanhística ... Coca cola, cerveja gelada, Taff Mae, sanduíches e todo tipo de guloseimas, melecas e enjoys desejáveis nessa hora. De se empanturrar-se!!!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-73805451535988477062011-04-21T07:51:00.000-07:002011-04-21T07:58:13.485-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgugLZJPhhJLRxUgq0e0H7wL97MgZWe_t8yeqm3FCu8dVwaVkLcs7GXm_VcGmW8-cuer0RmN-b8sulY_-yxWA6S0c1hoZxWC_aqdkOuk4Qrg6K0BnKd5ROkSEyUu_vrFc2_w7pnqqGZZuQ/s1600/2806471497_b8592913bc_b-500x375.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgugLZJPhhJLRxUgq0e0H7wL97MgZWe_t8yeqm3FCu8dVwaVkLcs7GXm_VcGmW8-cuer0RmN-b8sulY_-yxWA6S0c1hoZxWC_aqdkOuk4Qrg6K0BnKd5ROkSEyUu_vrFc2_w7pnqqGZZuQ/s320/2806471497_b8592913bc_b-500x375.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5598050008094952274" border="0" /></a><span style="color: rgb(51, 204, 0);font-size:130%;" ><br /></span><!--[if gte mso 9]><xml> <o:officedocumentsettings> <o:relyonvml/> <o:allowpng/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val=""> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent><!--[endif]--><!----><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <span style="font-size:130%;"><w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:lsdexception> </w:lsdexception></span><!--[endif]--><!--> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <!--[endif]--> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><b style=""><i style=""><u><span style="line-height: 115%;font-family:";" ><span style=""> </span></span></u></i></b></span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><b style=""><i style=""><u><span style="line-height: 115%;font-family:";" ><span style=""> </span></span></u></i></b><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"><u><span style="line-height: 115%;font-family:";" >Permitindo-se a Aprender. </span></u></span></span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Numa determinada ocasião, recebi um telefonema de uma pessoa que queria informações sobre o “Curso de Proteções Móveis” que eu ministro, pois ele e um amigo tinham interesse em fazê-lo. Na conversa por telefone, expliquei como eram as aulas e passado algum tempo, eles apareceram para fazer o curso e assim conheci uma história mais que original. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Os dois amigos de longa data resolveram começar a praticar escaladas “indoor” e começaram a treinar na academia 90 Graus, onde Paulo Gil que é proprietário, orientador da academia e um “Mestre do movimento na vertical”, conhecendo a vontade deles em fazer escalada “outdoor”, recomendou meus cursos. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Num dado momento, perceberam que precisam adquirir mais conhecimentos técnicos para a prática da escalada outdoor. Com esse pensamento, compraram um “livro” sobre o assunto e o equipamento básico necessário. Estudaram “minuciosamente” o livro em casa e no grande dia de colocar o conhecimento em pratica, foram para uma pedreira, a Pedreira do Dib, que é um local de escaladas, perto de Sp, para praticar o que aprenderam com o livro. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><i style=""><span style="line-height: 115%;font-family:";" >Isso me dá arrepios, pois lembra minhas primeiras experiências em 72 ̸ 73, onde eu barbarizava as pedreiras na região de Santa Felicidade, Mercês, Vista Alegre (Bairros de Curitiba), com um toco de corda de 30 mts de sisal, um “oito soldado” e alguns pitons feitos por um ferreiro. De muitas pedreiras fui expulso, outras chamaram os bombeiros, a polícia e em uma ocasião, o vigia de uma pedreira, já de saco cheio com o Homem Aranha aqui, disparou dois tiros de espingarda como aviso caso eu voltasse.</span></i></span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Logo que os dois amigos chegaram à pedreira, assistiram um escalador cair de uma via e quebrar o pé. Refeitos da cena e entendendo aquilo como um, “bem vindos ao clube das fraturas”, continuaram com seus propósitos e treinaram nas vias.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Daí pra frente aconteceu o que eu chamo de “originalidade da relação”. Após a ida a pedreira, entre escaladas esportivas, caminhadas e montanhismo, eles chegaram até mim com uma lista de saídas para as montanhas e escaladas que impressionaram pela disposição e curiosidade que demonstravam.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Tinham escalado em vários lugares e ainda queriam subir muitas outras. A última escalada que fizeram em montanhas, foi uma tentativa na Agulha do Diabo, mas<span style=""> </span>desceram perto do cume, um pouco antes da “Chaminé da Unha”, por se sentirem inseguros e por falta de conhecimentos. Por isso, os dois amigos resolveram que deveriam aprender mais e me procuraram. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >A Chaminé da Unha é um setor aéreo que impressiona muito. Em 1977 quando guiei essa escalada na compania de Hiran Brandalize, nesse mesmo ponto, também fiquei impressionado! A cena de um vale chamado “Caldeirão do Inferno”, na tentativa de chegar ao cume da “Agulha do Diabo”, um obelisco de granito de 500 a 600 metros de altura (não tenho certeza da altura), que sobe no meio de um vale rodeado de selva em que só se chega com muita caminhada, peso nas costas, num jogo que envolve três dias para quem não conhece a região. O cume, que mal cabe duas pessoas, com os grampos de ancoragem salpicados por raios, você sente o quanto está exposto. Acredite! </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><i style=""><span style="line-height: 115%;font-family:";" >(Essa viagem que fizemos para o Rio de Janeiro, em 77, foi com o plano inicial de passar uma semana escalando e no e final ficamos um mês, em pleno mês de fevereiro, sob um calor infernal. Uma viagem pioneira atrás de escaladas e montanhas. História que conto depois pra vocês</span></i></span><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >.) </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Quando adolescente li um trecho de um texto de Saint Exupéry, mais conhecido na ilha de floripa pelos pescadores, como “Zé Perri”, quando descia lá com seu aviãozinho na praia batizada por ele de “Champ et Pêche” (campo de pesca) e hoje conhecida como “Campeche”, que dizia algo assim:</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; color: rgb(51, 204, 0);"><span style="font-size:100%;"><i style=""><span style="line-height: 115%;font-family:";" ><span style=""> </span>“amamos as montanhas desde longe, suas encostas seus vales e aresta e a maneira que temos para exteriorizar esse amor, é escalando-as”. </span></i></span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Nas montanhas que me formaram como montanhista, Marumbi, Hanhangava, Pico Paraná, conheci muitos “apaixonados” e era em sua grande maioria uma paixão intelectualizada, se posso dizer assim, pois existem os pseudos intelectuais também, mas era uma maneira bucólica de ver a montanha, ficando só no primeiro estágio da relação, que é ver a montanha de longe, percebê-la e amá-la. Poucos foram para as paredes desfrutar desse universo e não era o que eu queria para mim. Queria ser um montanhista, não só amá-las! Para isso, sabia que teria que arriscar meu pescoço.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" ><span style=""> </span>No Marumbi, geralmente as pessoas que freqüentam têm um “apelido de montanha” A expressão mais extremada desse “amor contido”, foi um cara apelidado “Elefante”, um Marumbinista que contava as mais loucas histórias sobre escaladas imaginárias e que eu, no meu universo de aprendiz e já percebedor dessa relação imaginária, achava o máximo aquelas historias. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Não foi à toa, que minha primeira conquista, com apenas 15 anos já me achando um montanhista, foi uma fissura de poucos metros que escalei, 4° ou 5° grau, mais uma brincadeira arriscada do que uma escalada que mereça méritos, vamos dizer assim, ganhou o nome de “Fissura do Elefante” em homenagem a esse personagem.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" > </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >É difícil sair desse primeiro estagio, você realmente terá que estar disposto a entender o que esta acontecendo se quiser interagir com montanhas, Algumas pessoas me procuram com certa tristeza. Quase sempre contam a mesma história: Têm um saco cheio de equipamento em casa, mas não tem motivação para usá-lo. Falam das responsabilidades, da falta de companheiros, das dores, da falta de tempo, da família e etc. Mas também contam que seu coração e seu cérebro ficam constantemente lembrando, que esses lugares cheios de aventuras e vida existem, e que gostariam de percorrê-los, mas nem sempre é assim que acontece. O desanimo e a falta de motivação fomos nós que selecionamos esses “sintomas” e demos nomes a eles. Quando entramos nesse universo, tudo então passa a ter uma relação muito séria, onde cada coisa tem seu peso.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" > </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Sair de casa e deixar todas as coisas que nos dão referência de quem somos, para fazer algo de conotação anti-social ou solitária, é extremamente complicado para nosso cérebro, acostumado com mesmices. Algumas pessoas precisam de estímulos variados para sair de casa. Geralmente é sair com a “turma” ou para encontrar a “turma” e na maioria das vezes, pra misturar comida com bebidas, sacudir bem e encher o pandulho. É lógico que eu estou exagerando, algumas vezes “as turma”, vão ao teatro antes. Como diz Chico Buarque: “As turma” são sempre, um carro alegre, cheio de gente contente.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Escalar montanhas antes de qualquer coisa é uma relação, é um acordo pessoal a ser estabelecido. Arrumar companheiros para esse tipo de aventuras é sempre mais difícil, porque necessita muita disposição e humor para subir montanhas carregando peso nas costas, procurando coisas de sucessos duvidosos, de riscos inevitáveis e de confortos resumidos. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Esse tipo de atividade, as escaladas de comprometimento, é diferente de sair com a turma para uma balada, às vezes, sempre no mesmo lugar e com as mesmas caras. Quando você desperta para este tipo de aventura, outra parte de você é quem tem esse interesse e que sai atrás, que vai buscá-las. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Hoje existem vários grupos de pessoas envolvidas com as atividades mais “pesadas” ao ar livre, as conhecidas comunidades de caminhadores, escaladores, montanhistas e etc. Se você assume uma postura diferente da “turma”, é lógico que sempre tem algo a perder, pois é bastante desconfortável deixar esse convívio de comodidades que gera essa convivência em grupos, porque atividades como montanhismo sempre são feitas entre poucas pessoas e sempre envolve muito trabalho, risco e exposição, mesmo numa atividade de fim de semana.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >As pessoas que andam em grupos não querem ser montanhistas, querem andar em grupos e tudo o que isso gera. Existem grupos, com chefes e presidentes híbridos, Pessoas que vêem a publico constantemente, quando algo acontece e gera notícias, para dar uma “opinião”. Isso acontece a toda hora, basta observar ao redor. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Montanhismo não se comanda, não se molda, é uma das maiores expressões de liberdade do homem neste planeta. Ninguém convence uma pessoa a subir uma montanha, é mais que nunca uma expressão de liberdade. As montanhas do mundo estão abertas, para todos poderem conhecê-las e tocá-las.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Na realidade, as pessoas não escalam porque existem montanhas e escaladas, e sim porque isso possibilita um convívio com outras pessoas. Não são as montanhas e as escaladas o foco principal da brincadeira. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Mas quando<span style=""> </span>essas coisas passam a ter um significado maior e começamos a explorar <span style=""> </span>além de nossas possibilidades, precisaremos de uma disciplina que não precise de monitoração. Disciplina que venha do conhecimento protetor, que só acontece se você souber aprender, se você perceber que só com o coração de aprendiz terá acesso a esse conhecimento. É com seriedade e disciplina monástica que aprendemos, porque usaremos esse conhecimento para se arriscar. Nesse momento, começa um jogo muito sério, onde a aposta tem que ter backup e o apostador coração de guerreiro. Quanto à sorte, se tiver certeza que aquele serác ou aquela laca, não vai cair na sua cabeça, continue, caso contrário, faça como um montanhista desça e volte outra hora!</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >O conhecimento é o grande segredo pra quem quer se arriscar, pra quem quer ir além, conhecer a fundo suas possibilidades e vivenciar esse mundo das montanhas. Só que não basta pôr na reta. A única forma de ir além é estudar e se permitir aprender.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Os cursos de evolutivos de montanhismo e de técnicas de escaladas, associados a outros conhecimentos, são o estágio que possibilitam uma pessoa a ir mais longe e desmistificar uma série de equívocos, plantados habilmente, com relação às escaladas “difíceis, perigosas e impossíveis”, ou “montanhas assassinas” e coisas do gênero, que na realidade não existem. Somente o uso de conhecimentos e uma puta disposição para fazê-lo, e evidentemente, uma habilidade natural ou adquirida para lidar com o “risco à exposição”, que são elementos que compõe e mantém o montanhismo, em sua essência.</span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" ><span style=""> </span>No momento que você percebe que o que chama à atenção são esses tipos de vias e que elas estão nas montanhas, e que as montanhas começaram brilhar e ficarem mais interessante que aquele carrão ultimo tipo, ou aquela modelo que “te deu bola”, então e não te resta alternativa a não ser educar-se. Daí pra frente, tudo fica muito sério, pois entrarão em jogo vários fatores e situações que você não terá com se esquivar. Problemas como: tempo, dinheiro, família, trabalho e mais uma serie de obstáculos malucos, antes de você soltar a corda e começar a escalar, que acaba sendo mais fácil criar uma situação tipo: “sabor igual ao natural”, como vemos em alguns alimentos de pacotinho. Talvez o maior problema, que eu percebo, é a dificuldade natural que temos em lidar com nós mesmos, com o nosso cérebro. Esses obstáculos serão maiores que os desafios que temos em mente com relação à escaladas e montanhas, </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Se você realmente quiser conhecer esse universo de perto, conviverá intimamente, além dos problemas acima citados, como sempre digo, terá que lidar com os “elementos que regem o montanhismo”, que são “o risco e a exposição”. Não o risco de uma queda de mau jeito ou de se estar exposto às intempéries, mas a relação direta com a morte, com perdas, com abnegação e é muito difícil sair do conforto das “cabanas do vale” para escalar a si próprio, enquanto você interage com o que esta na sua frente, você não esta fantasiado, tudo o que acontece naquele momento, inclusive você, é montanhismo. Além do que, a relação com montanhas ser algo muito sui-genires e por outro lado simplesmente mágico, e essa relação mexerá com seus valores pessoais, modificando-os, mais além do que você possa imaginar, <span style=""> </span>O maior estímulo de um montanhista é algo simples de conceber. Ele sabe de sua paixão, sabe que esses lugares existem, sabe o que quer e sabe também que pode no mínimo, tentar. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Quando aparecem na minha frente, pessoas que há um tempo vem experimentando esse tipo de “vias de exposição”, e que durante a semana tem uma porrada de responsabilidades a cumprir e que mesmo assim, arrumam tempo nos finais de semana para fazer esse tipo de escaladas, então só me resta ensinar tudo o que eles devem e precisam saber, e como e porque arrisca-se. Coisas que você tem que saber, para ver a onde está o perigo real. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Os dois amigos desta história têm por hábito estudar, treinar as técnicas, praticá-las e utilizá-las. São aprendizes constantes e têm a liberdade e curiosidade necessária para isso. Como guia de montanha, os ajudei a colocarem em ordem, no seu vocabulário, as palavras, “risco, exposição e impossível”. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >Agora as coisas se tornaram reais e palpáveis e com certeza desfrutarão com mais confiança e conhecimento, de inúmeras vias e faces de montanhas, porque o perigo não esta nas avalanches, quedas e tempestades, está em não saber. </span></p> <p style="color: rgb(51, 204, 0);" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:100%;" >A História do montanhismo está cheia de atitudes pessoais e é graças a essas pessoas, que saíram do rebanho, que podemos ver a relação mais pura, entre homens e montanhas. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:";font-size:12pt;" > </span></p>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-28844814057734596582010-10-12T14:22:00.000-07:002010-10-12T14:58:17.522-07:00NOVAS VIAS NA FACE NORTE DO BAÚ<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0AXBUraXZfbWKEWmp8PYGFUeBsARcjCTu0ues9NXGvV1-PELtXUbUyF7CC7YSOfwGbz2kclDp1Quh6YG5aWRylaIczLUUk_GULhy4sNqc3bpDIPKxjxlIgjmmX6If0mh_h2L26unblI0/s1600/DSCN1358.JPG"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjAKpopVC5bZ-Z-ErdCYN_UBb9iNN4MvBZIznyVckm_kEh4tzDDVCJ9WnZaSuv_SFBx0mkQeZkATzlaRtb0zu6dPg0xp-77puSQEIRb0t9Nx1lBUDkLQDmE_XOwiJRvSoyMy0bqcfsejU/s1600/BEUDO+e+SONHOS.jpg"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2SnI6QC39Cxyv8wEEjnHa5p1cpbvB2J8giki3hxyxia36IZtFV1ucglbFAaPK9eIewX142KJryZ-yk1T5HtOgwe67kHwOgGYveKHrQLZ7iwC_H8tV-1B1dvS-Q1-yxkvHwf6HPOyh-IQ/s1600/AMANITA+FINAL3.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 218px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2SnI6QC39Cxyv8wEEjnHa5p1cpbvB2J8giki3hxyxia36IZtFV1ucglbFAaPK9eIewX142KJryZ-yk1T5HtOgwe67kHwOgGYveKHrQLZ7iwC_H8tV-1B1dvS-Q1-yxkvHwf6HPOyh-IQ/s320/AMANITA+FINAL3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527276049371389458" border="0" /></a><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> ”AMANITA MATUTINA A3 7b E3”</span><br /><br />Antes de entrar para “mandar“ a, Amanita Matutina, eu terminei algumas vias que já tinha começado e abri 2 novas vias que saem da base Do Bau, na fase norte, que são:_ “Entre a Resina e o Sonho 6 E3”, que eu abri com o Gleyson, um aluno muito forte que quer ser um “Hard man” e a “O Beudo e o Inquilibrista 6+ E3”, que é o inicio da “Amanita Matutina” que abri em solitário e a partir do “Plato do MSP”, a via “Suck Dog”( ainda não sei o grau e que também abri em solitario), também é uma opção para se chegar no “Platô do Ciuminário”, ambas abertas somente com proteções móveis; somente a “Entre a Resina...” tem uma proteção fixa. Essas vias foram abertas em poucas horas. Ambas são vias fáceis e bastante interessantes. Aviso que nos primeiros 1O metros se cair, “dá chão”, mais são trechos fáceis.<br /><br />Deixei os últimos dias para abrir a “Amanita Matutina” e foram 6 dias de muito trampo e coçação, eu já tinha visto essa linha a muito tempo e queria fazê-la e também, já faz um tempo, mas, “por falta disso e excesso daquilo”, acabou demorando mais que a lógica, mas enfim, consegui subir para terminar algumas vias e finalmente, abrir a “Amanita Matutina” .<br /><br />É uma das maiores vias em extensão da Pedra do Baú, cheia de surpresas e de lances especiais e para quem gosta deste tipo de via, ela garante momentos de reflexão para alguns e de diversão para outros. Não há nada de misterioso na via, são artificiais fáceis e alguns lances serão passados em natural já nas primeiras repetições. Alguns trechos em artificiais da via irão precisar de mais tempo de estudo para poder alguém passar em natural devido ao grau de exposição e também da dificuldade. Em fim como toda via, terá sua evolução.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjAKpopVC5bZ-Z-ErdCYN_UBb9iNN4MvBZIznyVckm_kEh4tzDDVCJ9WnZaSuv_SFBx0mkQeZkATzlaRtb0zu6dPg0xp-77puSQEIRb0t9Nx1lBUDkLQDmE_XOwiJRvSoyMy0bqcfsejU/s1600/BEUDO+e+SONHOS.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjAKpopVC5bZ-Z-ErdCYN_UBb9iNN4MvBZIznyVckm_kEh4tzDDVCJ9WnZaSuv_SFBx0mkQeZkATzlaRtb0zu6dPg0xp-77puSQEIRb0t9Nx1lBUDkLQDmE_XOwiJRvSoyMy0bqcfsejU/s320/BEUDO+e+SONHOS.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527278231267538418" border="0" /> </a><span style="font-style: italic;">Em Vermelho, a "Beudo e o Inquilibrista" e em Amarelo, a "Entre o sonho e a Resina"</span><br /><br />Para mim é difícil graduar qualquer tipo de via e acredito que os graus que posso sugerir para essa via, podem sofrer mudanças, Classifiquei a via como se fosse “A3 7b E3”, pois, como foi aberta em solitário, as dificuldades encontradas são vistas de outro prisma, tipo, “se eu cair aqui eu me fodo”; ha quem possa graduar de A2. Devido ao grau de exposição de alguns trechos da via, eu graduei de “E3”, pois existem trechos bastante expostos, com quedas em pendulo, algumas com mais de 10 metros.<br /><br />A via começa, na base da Face Norte do Baú, ao lado direito da via, “Distraídos Venceremos” e em dois largos, vc chega ao platô do MSP, de onde saem outras vias independentes. A via é toda com proteção móvel e é fácil, talvez com um lance de 6+ e como toda a via com proteção móvel, ela tem seu grau de exposição e eu acredito que esse trecho, apesar de fácil, tenha um grau de exposição de E2, E3, tem que ver. Esse trecho da via ganhou o nome de “O Beudo eo Inquilibrista 6+ E3”.<br /><br />A partir do platô MSP, vc tem pela frente varias vias que te levam ao “Platô do Ciuminário” e a partir daí vc tem um trecho de aproximadamente 20 metros, que eu equipei a moda esportiva, esse trecho tem um grau elevado (ainda não sei o grau sugerido); é possível mandar esses trecho em A1. A partir daí, tem um trecho exposto, uns 30metros em A3( furos e agarras), no meio deste largo tem uma fissura de meio metro onde é possível colocar boas proteções, o que é um alivio pois você sai da área de perigo, que é cair de bunda no platô a 20 metros abaixo de vc,, No final deste largo tem uma transversal a direita de uns 10 metros sem proteção, um provável sétimo grau aéreo, divertidos e espiritual, usei clif para descansar no meio do lance.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0AXBUraXZfbWKEWmp8PYGFUeBsARcjCTu0ues9NXGvV1-PELtXUbUyF7CC7YSOfwGbz2kclDp1Quh6YG5aWRylaIczLUUk_GULhy4sNqc3bpDIPKxjxlIgjmmX6If0mh_h2L26unblI0/s1600/DSCN1358.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0AXBUraXZfbWKEWmp8PYGFUeBsARcjCTu0ues9NXGvV1-PELtXUbUyF7CC7YSOfwGbz2kclDp1Quh6YG5aWRylaIczLUUk_GULhy4sNqc3bpDIPKxjxlIgjmmX6If0mh_h2L26unblI0/s320/DSCN1358.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527280915051332386" border="0" /></a><span style="font-style: italic;">Esse é o lance,...abandonei o pêso pra traz e encarei na fé que teria agarras</span>. Uí!...tinha.<br /><br />No final deste largo, fiz meu segundo bivac, instalei meu porta ledge e passei duas noites. A próxima etapa tem 35 mts e tem um cruquix e este trecho ta protegido com proteções fixas e pode ser passado em “artificial” (A1+ E3). No final deste “largo” vem a transversal, “Sueños com Serpientes 7bE3”, a esquerda, um trecho livre e exposto. Neste momento, vc esta no meio da “Travessia do Arco”. Na conquista da “Travessia do Arco”, eu escalei da esquerda para direita e agora eu escalei da direita para a esquerda e é um lance onde não adianta fazer força, é dialogo com a sapatilha, é sola e suavidade; esse trecho é uma travessia de sétimo grau, com uns 15 metros de comprimento, sem proteção fixa e uma queda neste trecho seria bem desconcertante, pois seria um pendulo num ralador de batatas.<br /><br />Terminando a transversal você chega na parada da via “Arco do Bau”. Se vc vai repetir a via em dois dias esse é um lugar bastante interessante para passar a noite, com lugares para sentar, cozinhar, organizar o equipamento e etc. Passei duas noites bem confortáveis neste lugar.<br />A via segue a esquerda, por cima da “Arco do Bau”, acompanhando o platô dos tetos; próximo trecho é cruzar o teto” “Bem-vindo ao Ar”. Apesar de não ser um teto cinematográfico, vc esta na parte mais proeminente da Pedra do Baú, O inicio deste aéreo largo é em A0 e a saída do teto é em buracos de clif, para a esquerda, fácil e totalmente no ar, uma parada para evitar o atrito da corda estará esperando por vc a uns 10 metros em diagonal a sua esquerda.<br /><br />Agora uma transversal, para esquerda em clifs, de uns 8 metros de comprimento; no final da transversal vc encontra uma fissura fina que sobe; toca pra cima, mais uns 3 metros e vc encontra uma fissura onde é possível colocar, boas proteções e logo mais acima vc fará uma parada móvel, perfeita e segura. ...No final da transversal, enquanto eu procurava o nuts para usar, fiz um movimento errado encima do clif e o “fiadaputzs” saiu fora e cai fazendo um pendulo no ar, com uns 10 metros de corda solta, em direção ao vazio; no final da primeira ida ao espaço vc saca que tem a volta eque será com a mesma velocidade que vc foi, e que vc vai “chapar o esqueleto” na parede. No meu caso foi uma surpresa e um gozo, descobrir que não toquei na parede na volta(já estou quebrado o suficiente). Depois que vc saca que não toca na rocha, ...aí fica gostozinho ...vc fica ali ...chapado de endorfina, adrenalina e urina...balangando no ar...indo e vindo... um milhão de vezes até parar de balangar......enquanto eu ia a minha alma ficava e quando eu vinha ela passava por mim, ficamos nessa ate nos encontrar novamente... (Esse lance é bem possível em mandar em livre, apesar da queda ser cinematográfica).<br /><div style="text-align: left;"><br /></div>Agora vc esta na parede sumital mais aérea do Bau, com uns 50 metros de extensão, com proteções moveis e com uma erosão única , esse trecho da via é literalmente um presente para quem chegou ate ai, é realmente é uma delicadeza esse largo, a rocha tem a beleza de uma escultura. A via segue a esquerda da parada e no meio deste largo, tem mais um presente; um pequeno teto para “brincar no ar”. Acredito que a dificuldade para esse largo seja “5+ E2”??, com proteções variadas e algumas delicadas. Um final digno para uma via espetacular.<br />A partir da ultima parada, vc pode sair a direita, caminhando para o cume ou a esquerda, escalando por mais uns 10 metros fáceis até chegar no cume. Consigo ver sua cara de felicidade ao terminar esta via.<br /> Valeu Moçada!...um abraço, sorte e muitas escaladas.<br /> Bito Meyer.<br /><br />Colocarei os novos croquis na Web, assim que fiquem prontos e na foto de itinerários da Fase Norte, que irá ilustrar meu Blog, vc pode visualizar a localização das vias.Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-57383148864750625602010-10-10T13:29:00.000-07:002010-10-15T11:19:46.511-07:00Novas vias no Baú.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3eNyIc5ioVLzU6RfcTeMDLXM6Dafm2lzYaFqofM3COKi6Hh2JgtNB_eHniXBHfwlEZSASkVu-o17fElk3CCg819R8LpDdoazvnbBRyGPiOfnuMSGwQxtv7w92jMyc-yenbh5CRAbEM7k/s1600/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2YjzdG3ZPzkLn2As4wwCVWhxnL37OaYUhRMeRDYWTnSniAQD6f7oS2nmfllOGDahCcW0dilX4DrCewBbWArgMYPQ2uEkPTv25ujLtoQyVPyWkZB-CYAs4km0ELtSueV7HMRT_nMil-c/s1600/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOKDl8H_p8I22plzpm94BLW9p7oPfOAuW_dXBmj_QwyUre4uUAXInqy-394i4STLU-pKWyQ9Zh2KKa9c80oafPcW5PeojHeEDaO75DQqjG4s5vDguKjXPSJKqPjiN9f1-l5CmdBJ_uvA8/s1600/Jesus.jpg"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju-mK_l-o7586GmRc_GuWFAXddoUUvNYeAIx1xJFqtCzWY0hMTD8YVLopbn44u8LqoXYszLcdhfAeReDVMXl4LpCbXf0I2RrKVfvi0Zsk90P5Jd-QG4WnvKA7tiV7eYvlbo2oH6MRoTUg/s1600/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg"><br /></a><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-weight: bold;"></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8x6QuB80kL5V3OvnTXZkTyJnWf_jCub41Km2owUUKcNq4bRXPynw8ETSeCZd3cwz3wvvBmIQyzkzlK59GuC0dXcCQirTOxEIHiC9sKtJ-PIJ1nKoyhD5pveMP6ah2mTlO404EeU7Y1qM/s1600/2598539.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8x6QuB80kL5V3OvnTXZkTyJnWf_jCub41Km2owUUKcNq4bRXPynw8ETSeCZd3cwz3wvvBmIQyzkzlK59GuC0dXcCQirTOxEIHiC9sKtJ-PIJ1nKoyhD5pveMP6ah2mTlO404EeU7Y1qM/s320/2598539.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526521642613024914" border="0" /></a><br /></div><div style="text-align: left;"> <span style="font-weight: bold;font-size:180%;" ><span style="font-style: italic;">Antes mal acompanhado, que bem só.</span></span><br /></div>Completei 30 litros de água e ainda teria que trazer mais 60 litros. Sentei no meu banco de pedra e fiquei olhando o amontoado de tralhas que eu havia transportado em cinco viagens para passar quase um mês no Baú sozinho, não era a toa que eu estava me sentindo “amassado”. Nesses dias o sol estava “pegando”, as bicas tinham pouca água, não tinha nuvens, e a “sêca” transformou o Baú, num forno. A luz do dia, a cor do sol tornava o calor, violento. Acordava cedo para escalar e tinha que sair do sol ao meio dia, pois ficava realmente quente e quando continuava escalando, tinha que me proteger de todas as maneiras para agüentar o calor, que realmente estava estranho. Anoitecia e o calor permanecia na rocha por horas.<br /><br />A noite eu me recolhia no meu canto, com meus confortos resumidos e enquanto cozinhava, me hidratava com cuidado e pensava um pouco sobre o dia de hoje e o de amanha como seria, que tipo de situação eu iria me meter. Após jantar eu tomava meu café noturno e nas maiorias das vezes eu ficava até tarde olhando a noite, as vezes esperava pela lua na madrugada, as vezes jantava e ia direto pro saco de dormir e as vezes eu dormia por 12 horas ...meu corpo se recusava a sair do saco de dormir para passar desconfortos. Desci uma vez por semana para tomar banho e comer de verdade.<br /><br />Raras são as pessoas que eu conheço que se propõem há passar vários dias, sozinho, sem falar com ninguém, longe da geladeira, celular, computador e TV. Garanto a vocês que é uma experiência relevante. Minha primeira solitária eu tinha 15 anos e passei três dias caminhando, numa trilha chamada ”Noroeste”, no Conjunto do Marumbi, no Paraná. Nunca esqueci o cagaço que eu tinha quando a noite caia e eu ia para a barraca armado de um facão esperando pelo pior.<br />Ficar só, acompanhado do que voce mesmo, a mercê de seu cérebro, pode resultar numa experiência única. Dar oportunidade para que seu cérebro e sua alma se manifestem de forma verdadeira, pode não ser uma situação confortável para algumas pessoas e outras, procuram esses momentos para entender a existência e suas nuances, a morte, as prestações, a vida prá levar, o amor desbotado e sobre a eterna solidão, “única”, em cada um de nós, essa, que aparece no escuro e no silencio. Algumas pessoas fogem desta situação, como o “diabo da cruz”, não se permite um minuto de silencio, estão sempre atrás de distrações, brinquedos novos e pessoas que não lhes ameacem psicologicamente.<br /><br />O que acontece com o cérebro ficando só por vários dia..., o que se revela o que acontece quando o cérebro cansa de pensar asneiras, o que acontece quando a noite chega e as sombras sem de dentro de você e ficam na sua frente te olhando cara a cara, hálito no hálito... O que sobra. Você já tocou na sua solidão, não na solidão de se estar sozinho, mas na solidão da sua unidade, quando os diferentes níveis de pensamentos e percebimentos se revelam, quando os diferentes níveis de consciência se revelam, quando você tem suas primeiras experiências de insight, quando os primeiros saltos quânticos acontecem dentro de sua cabeça, quando você se “expõe” e se livra das “coisas’, que te dão segurança e identidade... você ta preparado para quando a sua alma se sobressair a tudo e sentar do teu lado, te dando um tapinha nas costas e te perguntando, (sem cuspe):__... e daí mano!... certo!<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju-mK_l-o7586GmRc_GuWFAXddoUUvNYeAIx1xJFqtCzWY0hMTD8YVLopbn44u8LqoXYszLcdhfAeReDVMXl4LpCbXf0I2RrKVfvi0Zsk90P5Jd-QG4WnvKA7tiV7eYvlbo2oH6MRoTUg/s1600/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 156px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju-mK_l-o7586GmRc_GuWFAXddoUUvNYeAIx1xJFqtCzWY0hMTD8YVLopbn44u8LqoXYszLcdhfAeReDVMXl4LpCbXf0I2RrKVfvi0Zsk90P5Jd-QG4WnvKA7tiV7eYvlbo2oH6MRoTUg/s320/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526523110932002866" border="0" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3eNyIc5ioVLzU6RfcTeMDLXM6Dafm2lzYaFqofM3COKi6Hh2JgtNB_eHniXBHfwlEZSASkVu-o17fElk3CCg819R8LpDdoazvnbBRyGPiOfnuMSGwQxtv7w92jMyc-yenbh5CRAbEM7k/s1600/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 156px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3eNyIc5ioVLzU6RfcTeMDLXM6Dafm2lzYaFqofM3COKi6Hh2JgtNB_eHniXBHfwlEZSASkVu-o17fElk3CCg819R8LpDdoazvnbBRyGPiOfnuMSGwQxtv7w92jMyc-yenbh5CRAbEM7k/s320/C%C3%B3pia-de-montanha_da_paz.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5528339029694091074" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-style: italic; font-weight: bold;"> "Tem coisas, que para entender, vc tem que se expor e apreender a abdicar"</span><br /><br />São essas situações que me mostram claramente o porquê muitas pessoas preferem o montanhismo verbal, teórico e publicitário (marqueteiro), do que a pratica propriamente dita e sem falar, é lógico que escalar montanhas é que é caro, putamente trabalhoso e que mesmo acompanhado, a ponta da corda é um lugar solitário e muito perigoso. Ficar na frente de um computador ou num boteco falando de escaladas e montanhas, enquanto enche a “pança ou de comida e cerva”, pra mim, é como falar de sexo e não comer ninguém e o pior, nem ser comido, (mas como vocês sabem, tarados existem).<br /><br />Por outro lado, é interessantíssimo, quando o interesse em comum, é interessante e interessa a ponto de causar interesse, interessando as pessoas interessadas neste interessante assunto, né!...Ou melhor... Quero dizer... Impressionante como o montanhismo e a escalada excitam as pessoas de um modo em geral. Me cativa saber que a atividade que rege minha vida a mais de 40 anos alucina as pessoas a ponto de elas inventarem historias para se parecer um de nós, andam fantasiados, fazem caras e bocas e narizes e têm uns que são os maiores “cara dura,” tremendos “cara de pau”! Conheço pessoas que passaram 40, 50 anos embaixo do Marumbi, brincando de casinha e hoje se outorga o titulo de montanhista,... é ruim!?.<br /><br />Hoje todo mundo fala de escaladas e montanhas, donas de casa, corretor, bicicletero, dono de quitanda, policia, psicólogos, a oitava namorada, o cunhado, o amigo do irmão do cunhado, o que chegou atrasado e todo o tipo de agregados, etc. alguns são até representantes, (não sei do que e quem, mas representam), teve ate um intelectual que falou na TV que não consegue entender uma pessoa que sobe montanhas, (o pior é que eu o entendo e seu mundico pré fabricado); soube ate, que no sul tem um cara tentando se eleger, para presidente das três Américas Unidas e para presidente interino da CGAMUUI( Confederação Galáctica das Associações de Montanhismo do Universo Universal Infinito ) para arrumar uma teta do estado para resolver sua situação econômica, usando o montanhismo como discurso,... fala serio!.. Não é uma puta atividade esse troço de subir montanhas e escalar, Uau! Muito loco o negócinho, é como eu já falei, tem cara que fica com ereção vendo revista de montanhismo e escalada, bom... eu nunca vi, nem quero ver, ...mas que tem, tem.<br /><br />Adoro olhar de perto essas pessoas importantes, nos seus títulos,... bem de pertinho, eles são engraçados, da para perceber seus medos e aflições, suas inseguranças e suas reais intenções, Quando vejo uma pessoa dessas, a primeira imagem que vem na minha cabeça é de imaginá-los cagando pela manhã, pronto, imediatamente o ser verdadeiro aparece na minha frente e fica fácil de entender as necessidades da criaturinha que esta na sua frente.<br /><br />Mentira... to brincando... o montanhismo e a escalada são atividades que nos melhora e nos esculpe, para que possamos desfrutar da existência de forma real e harmônica, para que possamos nos livrar da doença do patrão, da escravidão do mecanismo interminável das prestações e carnês, para que possamos educar nossas crianças para que elas não sejam pagadores de contas da escravidão, nem funcionários do inútil, que água é melhor que coca cola e que cloro faz mal, flúor também e que estão nos roubando esse tesouro natural e que é para nós um direito natural, que deveria chegar “de grátis e limpa” em nossas casas, simplesmente porque é obrigação do Estado, em fim, Montanhismo é isso aí!<br /><br />Sei que é difícil abandonar o desejo de ter uma caixa decorada com tanto esforço e privação, para depois ir morar dentro, ou abdicar do emprego que vai roubar tua juventude, ou da grana que te da segurança perante as coisas e as pessoas, não é fácil sair da Matrix, a cama foi bem feita, mas um dia você vai ter que relaxar, provavelmente será na velhice quando a palavra “esperança” não ligue a sua raiz com a palavra “esperar”, quando a solidão se torne sua companheira, por não ter outra opção.<br /><br />Estar sozinho, escalar em solitário, estar na montanha, só; mais que nunca é preciso ter “ânimo” e também conhecer os segredos desta palavra e ir alem dela... (animar, anima, animação, animado, anime etc.). A escalada em solitário é um momento pessoal que nasce da maturidade e não da aventura, não é uma condição, é uma opção, é um dialogo interno... bom...é quase isso; só sei que, enfrentar a si próprio te torna destemido.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOKDl8H_p8I22plzpm94BLW9p7oPfOAuW_dXBmj_QwyUre4uUAXInqy-394i4STLU-pKWyQ9Zh2KKa9c80oafPcW5PeojHeEDaO75DQqjG4s5vDguKjXPSJKqPjiN9f1-l5CmdBJ_uvA8/s1600/Jesus.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 229px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOKDl8H_p8I22plzpm94BLW9p7oPfOAuW_dXBmj_QwyUre4uUAXInqy-394i4STLU-pKWyQ9Zh2KKa9c80oafPcW5PeojHeEDaO75DQqjG4s5vDguKjXPSJKqPjiN9f1-l5CmdBJ_uvA8/s320/Jesus.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526523467183954786" border="0" /></a><br /><span style="font-style: italic; font-weight: bold;"> <span style="font-size:85%;"> Vejam vcs; "JC da Galiléia" gostava de dar umas bandas sozinho nas montanhas.</span></span>( <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">O mano</span>, <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">sabia</span>)<br /><br /><br />Um dia um escalador de Curitiba me escreveu pedindo dicas sobre escaladas em solitário, que fazia um tempo que estava sem escalar, que tinha família e que estava voltando a escalar; senti um frio na espinha ao ler o email e respondi, entre outras coisas, que a escalada em solitário era “o momento se de usar a sua experiência excedente”; acabei não recebendo resposta do email, coisa que eu já esperava.<br /><br />As pessoas esquecem que em 45 anos de pratica de uma atividade as coisas se repetem as pessoas se repetem... Ha uma coisa sobre a “Maestria” que as pessoas não sabem, ela não pertence a ninguém e nem tem um método para se tornar mestre em algo, é algo que acontece a algumas pessoas por causa de certas condições que espontaneamente se criaram, é como pegar alguns metais diferentes e colocar numa bagaça e colocar fogo embaixo da bagaça, alguns metais vão se tornar liquido, em tempos diferentes e em algum momento vão se fundir, assim é com a maestria, um dia a coisa funde e se manifesta através de você, não é você. É por isso que um mestre não se reconhece como tal, são as pessoas que percebem a manifestação da maestria. Levei muito tempo para entender o porquê, para um mestre, o elogio e o descaso para com ele, não tinha relevância nenhuma; porque ambas vem da mesma fonte. É por isso que um mestre anda “arquejante”, a procura de originalidade. Mas na real a coisa é bem simples, o universo do montanhismo e da escalada é o mesmo do jardineiro, padeiro e borracheiro, consiste em fazer com o coração, ter o tempo como catalisador.<br /><br />Bom...acho que viajei... desculpa aí, foi mau!...o que eu queria mesmo é contar que o Baúzão, tem umas 20 vias novas, (ainda não contei) e que abri umas vias em solitário. Colocarei as informações pra vocês no meu blog, a cada semana. Vou manter uma foto aonde irei desenhando as vias e assim que puder coloco os croquis. Para informações e betas adiantadas é só me escrever ou telefonar. Será um prazer passar as informações.<br /> Bito Meyer<br /> São Bento do Sapucaí, 08 10 10<br /><br />“Você ri porque eu penso diferente... eu rio porque você pensa como todo mundo.”<br /><br />OBS. Já ia me esquecendo,... a bagaça tem que ser de qualidade, senão ela derrete antes dos metais....Sorte manos!!!!<br /><br />OBS 2. Achei um monte de erros no texto, mas não sei consertar, fica assim!Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-74683920608065328932010-06-30T10:22:00.000-07:002010-06-30T10:34:06.843-07:00Curso de Junho-Guia e Instrutor de Escalada<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHAbcOk1ja3uT50Ocef-evOOiGsih8BOJ-eXxq7uOJI7eTHxLLrv2vZxbpvhtGV763QclENo8_f4trr7L0qNLxjgcgNrcjLlI510TYYcDjgi2AmInr9KTWgwpHxXH7ERUNRk2Wx0LZo0A/s1600/DSCN2697.gif"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHAbcOk1ja3uT50Ocef-evOOiGsih8BOJ-eXxq7uOJI7eTHxLLrv2vZxbpvhtGV763QclENo8_f4trr7L0qNLxjgcgNrcjLlI510TYYcDjgi2AmInr9KTWgwpHxXH7ERUNRk2Wx0LZo0A/s320/DSCN2697.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488621009292978002" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT70cwCQTrDr3CKhXOfV0sqtL8U8J4-HMD2lE8C0w9SJEUYkwq3ptCFlU1Bif43A85XrYYOQMRNukAf3f4L_mFZ0P2qsxsgKeUCCtEZbWvPImOiLJVkX76buL0WxbXOrnPmP1x90cGK2Y/s1600/DSCN2641.gif"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT70cwCQTrDr3CKhXOfV0sqtL8U8J4-HMD2lE8C0w9SJEUYkwq3ptCFlU1Bif43A85XrYYOQMRNukAf3f4L_mFZ0P2qsxsgKeUCCtEZbWvPImOiLJVkX76buL0WxbXOrnPmP1x90cGK2Y/s320/DSCN2641.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488620807983204322" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjzsEXZNThITdKkJSU0pjLqZdDGBuW_ZrKBFMcNZt21DOsIv_ufJKAL-Mo19-CyTztEIrhKehDtMM4vrPh3C2mlB_m8sPEQTtvyVjhfJVLmSmNyzX1k1cu6ZCLSGYQmIVTcbUKFxQUDWc/s1600/DSCN1015+%282%29.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjzsEXZNThITdKkJSU0pjLqZdDGBuW_ZrKBFMcNZt21DOsIv_ufJKAL-Mo19-CyTztEIrhKehDtMM4vrPh3C2mlB_m8sPEQTtvyVjhfJVLmSmNyzX1k1cu6ZCLSGYQmIVTcbUKFxQUDWc/s320/DSCN1015+%282%29.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488620029563437890" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhzclmUKjLioYCoz4wC3pCz0Q64CrNVoRTNdgOg4DGFQO0e8_XT_Z7wR5JmD_FuhUFjy2deWl3tpAHSWXKJ2O-vubrL6badb4P2RECBMNrcSEeh3dMOsEeo0EFDoAIFBCKufU9qIvoC_4/s1600/DSCN1014.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhzclmUKjLioYCoz4wC3pCz0Q64CrNVoRTNdgOg4DGFQO0e8_XT_Z7wR5JmD_FuhUFjy2deWl3tpAHSWXKJ2O-vubrL6badb4P2RECBMNrcSEeh3dMOsEeo0EFDoAIFBCKufU9qIvoC_4/s320/DSCN1014.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488618750554416754" border="0" /></a><br />Pessoas especiais que passaram por aqui: Lua e michael Jager fazendo o curso de Guia e de instrutor de escaladasBito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-4064616274004899902010-06-17T08:51:00.000-07:002010-06-17T09:52:01.565-07:00Aprender e ensinarAPRENDENDO E ENSINANDO<br /><div style="text-align: justify;">Ensinar uma arte, um oficio, uma matéria de escola, um movimento ou um gesto. Como é difícil isso ...e prazeroso. Ensinar a beijar, ensinar sacanagem, a amar, a amar o lado de fora do mundo e principalmente de si, longe das vaidades, das mesquinharias e pequenez das almas sem percebimento, sem gratidão, que mesmo com grana e pretensão no bolso, são “sem nada". Ensinar a dançar, rodopiar, a flutuar abraçando o espaço e adivinhar de onde vem o golpe e com "graça e leveza", se esquivar ...e com a mesma "graça e leveza e atacar, firme e exato, como o pé do escalador que se “apoia” no nada...<br />Quando acontece isso... a autorização para ensinar, em que momento, no processo de aprender, somos autorizado...que podemos começar a ensinar.<br />Ensinando e aprendendo...que loco que é isso...diz o ditado: "aprendemos enquanto ensinamos". O que aprende um professor de primário no Brasil, pobreza, misera, descaso? Não só isso, aprende sobre crianças, inocência, sobre ser pai ,ser cuidadoso, mas também sobre pais indiferentes, pessoas despreparadas, política e sistemas e “na vida pra levar”, entre outra coisas...aprende sobre pessoas.<br />Ensinar e aprender...conviver com muitas pessoas e conhecer suas necessidades, suas fraqueza e seus sonhos escondidos ...tocá-los, sentir seus cheiros e as vezes, o gosto de suas lagrimas...tudo isso é realmente uma “pira’...faço isso a 40 anos.<br />Ensinar e aprender escalada e montanhismo, ...a gostar de vento na cara, de chuva e raio, de carregar peso, de amar o dia que amanhece queimando o horizonte, de amar a vida e a morte e amar seus companheiros, a corda, a sapatilha fedida, a panelinha, colherzinha, o saco de dormir, o profundo do abismo e o universo esparramado na sua frente...para seu deleite...no café da manha.<br />Putz!...lidamos com pessoas...e elas nos procuram, cada uma com suas nuances, com seus sonhos, suas necessidades e intenções, com suas fraquezas e com seus excessos, cada qual com seu sorriso, com suas mãos frágeis e limpas e de pele delicada...algumas vem pelo período de um curso básico e outras, por toda vida...muito loco.<br />Ensinamos os truques chaves para resolver um lance, truques para poder fazer a via dos seus sonhos, truques com cordas, maravilhosos...truques para ficar famoso, ficar forte, ensinamos a ensinar, a salvar e a proteger, a dividir sonhos, peso, comida e água, ensinamos as pessoas a se verem, a se reconhecerem frente a situações de risco...aonde estão as “trampas”, cobras, laranjas e oportunistas que se escondem pelas trilhas ...e também ensinamos sobre a satisfação suprema, como a de se chegar ao cume de uma montanha pela primeira vez e contemplar a si próprio, frente ao seu premio e também como agir frente a mais profunda frustração...aprendemos quando possibilitamos esse momento de realização, com a gratidão que as pessoas nos ofertam, com o respeito mutuo e com a oportunidade de ser o que somos...Homens da montanha...encantamos as pessoas com nosso universo, mas, mais do que nunca, possibilitamos momentos mágicos para as pessoas...como uma aluna, que em outro tempos, se sentou pela primeira vez na vida, num cantinho de montanha e pode contemplar o anoitecer na montanha, com a cabeça em paz, com o espírito pleno...aquecida pela noite, bem quietinha e encolhidinha, no conforto da solidão e na unidade de seu ser.<br />Às vezes... é ruim ensinar...a pessoa errada, a pessoa obrigada, a pessoa que aprende com o canto do olho...é ruim ensinar quando a pessoa não te acrescenta nada, não fede nada e não cheira nada...nem cocaína, peido ou meia suja,...quando a pessoa compra o ensinamento...quando ela não tem “graça”. Vocês sabem...“Para bailar la Bamba, se necessita um poca de gracia” e infelizmente algumas pessoas, nem sempre por culpa ou intenção, não percebem essa dádiva.<br />Não é pelo dinheiro que ensinamos...é porque amamos o que ensinamos...é porque aprendemos. Não somos marinheiros, somos Capitães...carregamos o seu peso e arriscamos nossas vidas, para lhes proporcionar, um momento de magia.<br />Ensinando e aprendendo, aprendemos a ser um instrutor melhor, aprendemos a ser um guia melhor...uma pessoa melhor...aprendemos a guiar pessoas...cada uma com seu jeito...guiar é o mesmo que arrebanhar, proteger, unir( as vezes comer) no bom sentido da palavra. Aprendemos a ter cuidado, zelo, camaradagem, respeito, a não ser mesquinhos. Aprendemos a ver o verdadeiro, o original, o vulgar e aquilo que brilha...<br />Ensinar e aprender...as vezes a coisa é seria...ensinamos como se superar, a aceitar a frustração de falhar , de não ser pra vc ...de como será, se tudo der errado, a se deparar com uma fratura exposta, ensinamos a buscar forças quando não existe mais animo, ensinamos a sobreviver e se superar, ensinamos a abraçar seus medos, seus limites e suas diferenças e também, seu amigo, ou o universo de um gato...abraçar sua mochila querida e também, depois de uma caminhada , a amar todas as dores de seu corpo e ensinamos como se comportar se sua vaidade de repente cair no chão...ou outra coisa. Aprendemos a fechar um olho também.<br /><br />Aprendemos e ensinamos que nada no lado de fora poderá a te fazer o mal, que só existira a perfeita harmonia, bailando na sua frente, pra vc, nesta lacuna irrisória que é a vida...também ensinamos a se despedir das coisas, das montanhas, pra toda a vida, de respeitar o inevitável, no que diz a nuvem...ensinamos que a brisa quente, que chega a tarde, aquecera teu corpo, seus sonhos e o sol poente...ensinamos a ouvir estrelas e a tocá-las...a ver discos voadores e reconhecê-los, disfarçados na imensidão do céu...também ensinamos a gostar de miojo e sardinha, sobre o simples, o insignificante e sobre a beleza, que as vezes ta escondida numa gota d’água, ensinamos a fazer reverencias ao “algo’ quando ele se manifesta, ensinamos a abdicar, a se redimir, podemos ensinar como tocar o inefável e a ver Deus escondido nos detalhes, a amar o aceno de alguém, a palavra e a saber esperar a hora, mas, infelizmente não podemos ensinar mais nada, se de repente vc ficar frente e frente com vc mesmo e não gostar do que vê.<br />“ Aprendemos, ensinamos e aprendemos” esse é o caminho dos ‘homens que aprendem”, que usam como armas, a verdade, o reconhecimento e a gratidão e que quando, frente o imensurável e aquilo que é eterno, se resumem em sua insignificância, se curvam em reverencia, fazem silencio e observam...com atenção e respeito...profundo.<br />“É esse o “movimento”, que guia os homens de conhecimento, por toda uma vida...ate colocá-los frente a sua morte, frente ao “conhecimento inevitável “ e que depois se afasta e por sua vez, reverencia aquele momento, deixando-os sós...com suas armas e com suas almas nuas, sem nada nos bolsos, frente ao caminho, que os levara de volta pra casa...<br /><br />...Isso aí pessoal! escrevi isso pra vocês, numa dessas noites, em que o “algo’ se manifesta, senta do teu lado, te toca, te olha com candice e te sorri. Obrigado por lerem.<br />Bito Meyer São Bento do Sapucaí.<br />Dedicado a meu amigo Mascarin, que também sabe e a todos os guias de montanhismo e treking, competentes e apaixonados.<br /><br /><br />Obs: Aí galera, sei que o texto ta cheio de erros de tudo, que ofendem o nosso véio Portuga, mas eu não sei corrigir, portanto eu não sei escrever, to co indicador da mão direita inchado de tanto datilografar, A bagaça do computa, corrigiu o grosso, mas computador é burro pra caralho e a mula de dedo inchado, fugia da escola, pra subir montanhas, pra depois poder ensinar vocês. Tá ligado!<br />Se alguém que saiba fazer isso ou se incomodar com tanta pretensão de minha parte em escrever e quiser corrigir e por ordem no texto é só fazer, assinar e me mandar que eu edito. Humildemente agradeço. Seu criado. Bitão.</div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-43683100268704747422010-05-14T13:16:00.000-07:002010-05-14T13:17:12.866-07:00<div class="date-outer"> <span style="font-weight: bold;">CURSO DE ABRIL<br /></span> <div class="date-posts"> <div class="post-outer"> <div class="post hentry"> <a name="7383850423592703027"></a> <div class="post-header"> </div> <div class="post-body entry-content"> <div style="text-align: justify;">No inicio de Abril, começamos um curso personalizado de guia de cordada e segurança em parede. A Déia, Cesar e Rodrigo, foram uns dos presenteados do grupo, pois fizeram comigo, duas caminhadas pesadas, para fazer um reconhecimento de dois lugares novos, que ainda eles não conheciam. Abaixo umas fotos relatam estes dois finais de semana.<br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-o1MUKno0yX488WSQ4msdE0U5qaBPesd9JHmh_tL8DELOjq1eLoRUXxiR2UwXLp4qT_CLBHW4gHvNj0q3c2WdZAPjrsRlLJs8KsEmpQerInW7D52SNqbr6uBBq8xIpp8lU95DycQ0gYA/s1600/DSCF6363.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465560580539822306" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-o1MUKno0yX488WSQ4msdE0U5qaBPesd9JHmh_tL8DELOjq1eLoRUXxiR2UwXLp4qT_CLBHW4gHvNj0q3c2WdZAPjrsRlLJs8KsEmpQerInW7D52SNqbr6uBBq8xIpp8lU95DycQ0gYA/s320/DSCF6363.JPG" border="0" /></a><br />Aqui é possivel ver o desnivel da caminhada.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbUvwbm20BqqGB82U2HJHQZ-xtot2lPBw1gk6GZt_3g2qQOpqWay1D0hk_z4Hh3dY91zfFNSxl094nIs8vBJHo-wKmrVWPioFONqxY66NtwPCW-XLRN-CPIEuAonxhsh6tx7Xkf0R2no8/s1600/DSCF6341.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465561013053049890" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbUvwbm20BqqGB82U2HJHQZ-xtot2lPBw1gk6GZt_3g2qQOpqWay1D0hk_z4Hh3dY91zfFNSxl094nIs8vBJHo-wKmrVWPioFONqxY66NtwPCW-XLRN-CPIEuAonxhsh6tx7Xkf0R2no8/s320/DSCF6341.JPG" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZmEtyfDVvw0IRRqclMUYOxe3KfgPDSACyZkHvzyXhm374Lg_18UX2sH4kKHnFjU24MoDnU5NPCES7CRyhXzOrQhXRhg34ceiHV-aNL2sjJ6Vr6a2BSuz22HR8t2pSJ3fVoJcBSBiXMPk/s1600/DSCF6373.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465561640120106402" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZmEtyfDVvw0IRRqclMUYOxe3KfgPDSACyZkHvzyXhm374Lg_18UX2sH4kKHnFjU24MoDnU5NPCES7CRyhXzOrQhXRhg34ceiHV-aNL2sjJ6Vr6a2BSuz22HR8t2pSJ3fVoJcBSBiXMPk/s320/DSCF6373.JPG" border="0" /></a><br />Um olhar completamente diferente da região<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZmEtyfDVvw0IRRqclMUYOxe3KfgPDSACyZkHvzyXhm374Lg_18UX2sH4kKHnFjU24MoDnU5NPCES7CRyhXzOrQhXRhg34ceiHV-aNL2sjJ6Vr6a2BSuz22HR8t2pSJ3fVoJcBSBiXMPk/s1600/DSCF6373.JPG"><br /></a><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKkuqhytRTIibHj5iztOggWQEn5iPDmRLPUYEilyAAS79RM7LpttXPUmfR1iBgAbJhN6AuhdtCaG6A1p9D8i856AJ3ZOdCTY6Kbhu_0P-If4F5jCXUK0JR5CXcHhu27x9ln1Df6M5P4Ug/s1600/DSCF6119.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465562034750924674" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKkuqhytRTIibHj5iztOggWQEn5iPDmRLPUYEilyAAS79RM7LpttXPUmfR1iBgAbJhN6AuhdtCaG6A1p9D8i856AJ3ZOdCTY6Kbhu_0P-If4F5jCXUK0JR5CXcHhu27x9ln1Df6M5P4Ug/s320/DSCF6119.JPG" border="0" /></a>Déia atraz da cachoeira magica.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSQoZENAfKSY1tqBdiLly2yyvnpbbXg1cAHvOPHY2z7835MXcH4wWIE13ZgIeX0awYdGf3qtIZeLcWvotJcFIMrK6ls1xpB64KiVWiDNU4AywsdebQ2fun5ilPKtpKakReuePb0r_2XwM/s1600/DSCF6142.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465562404151996322" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSQoZENAfKSY1tqBdiLly2yyvnpbbXg1cAHvOPHY2z7835MXcH4wWIE13ZgIeX0awYdGf3qtIZeLcWvotJcFIMrK6ls1xpB64KiVWiDNU4AywsdebQ2fun5ilPKtpKakReuePb0r_2XwM/s320/DSCF6142.JPG" border="0" /></a><br />O exato momento em que um 'ser' sai da agua e alça vôo.<br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjajqg7EK9oXrwdbvHbC4XYXvyQliaS1WAfbGyZ88nv6cOI26SQC4hO321EHjbktez6iFScomo-6Vqyc25Y715UhwpF2XezMJRjn88XpfE3NjVNeCH_9XAVMJCVpAkXYDIru8bqvXIIKPI/s1600/DSCF6153.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465563278728812434" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjajqg7EK9oXrwdbvHbC4XYXvyQliaS1WAfbGyZ88nv6cOI26SQC4hO321EHjbktez6iFScomo-6Vqyc25Y715UhwpF2XezMJRjn88XpfE3NjVNeCH_9XAVMJCVpAkXYDIru8bqvXIIKPI/s320/DSCF6153.JPG" border="0" /></a><br />Tem momentos em que a água parece inofensiva<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6E9-4-FrUsf2-nLZyGS0s94xFUjxxymX4dy-2oL-8lYoFbEAYNHmnqIUVepcxY1oCPXd502OQ7cBMAbrN2XkjVCWRH4heN0ld3W5sbvAc6NtyjIn1ZwdhiBffZew9dwKg9afR0F-A-54/s1600/DSCN1434.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465564190378341586" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6E9-4-FrUsf2-nLZyGS0s94xFUjxxymX4dy-2oL-8lYoFbEAYNHmnqIUVepcxY1oCPXd502OQ7cBMAbrN2XkjVCWRH4heN0ld3W5sbvAc6NtyjIn1ZwdhiBffZew9dwKg9afR0F-A-54/s320/DSCN1434.JPG" border="0" /></a><br />O Cesar encarando os 30 metros do eucalipto do refugio.<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjThXH3urKbB3ZsUeEkB8b_lE73crY9414_TP1ita8NoCDAV04HD5qm2DD7PvAKnZpPleDGQBSsFBZrjtpPnXpn6oxIY6WOMstilIA_OyKSQKt9DwzATUvjXpeAZ_CiHAG6cKyrs7uBdgs/s1600/DSCN1430.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465564867574577954" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 240px; cursor: pointer; height: 320px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjThXH3urKbB3ZsUeEkB8b_lE73crY9414_TP1ita8NoCDAV04HD5qm2DD7PvAKnZpPleDGQBSsFBZrjtpPnXpn6oxIY6WOMstilIA_OyKSQKt9DwzATUvjXpeAZ_CiHAG6cKyrs7uBdgs/s320/DSCN1430.JPG" border="0" /></a>Onde está Wally?<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKnQUQznowOILSTkels0JZ6Y-cnnwlxHttDjMuIVpik4L-PYl8vLhqPLYIrbzpt42if3d0YYEQcSQJA2flj1cBZGBJXC7VvqARyIGiEl6wrdlkv3o_lnlODteY5IFxrwIwDPJchkdDjMQ/s1600/DSCN1425.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465565986859100034" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 240px; cursor: pointer; height: 320px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKnQUQznowOILSTkels0JZ6Y-cnnwlxHttDjMuIVpik4L-PYl8vLhqPLYIrbzpt42if3d0YYEQcSQJA2flj1cBZGBJXC7VvqARyIGiEl6wrdlkv3o_lnlODteY5IFxrwIwDPJchkdDjMQ/s320/DSCN1425.JPG" border="0" /></a><br />As minas tambem subiram<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKLcQRodhFmu6o2Wk2DzJTPRRgjUGc_CizP3K3pR_3xCLZ4nPiARBWy4HNZtbYD5Qb88FoWwixODJXnfYO-aeJIxwzMEoFsnixxD7TfJI5vD70XhbTYn10qHn0JV6pQ8WPbO7_veNzmQ/s1600/DSCF6095.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465567322266802274" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKLcQRodhFmu6o2Wk2DzJTPRRgjUGc_CizP3K3pR_3xCLZ4nPiARBWy4HNZtbYD5Qb88FoWwixODJXnfYO-aeJIxwzMEoFsnixxD7TfJI5vD70XhbTYn10qHn0JV6pQ8WPbO7_veNzmQ/s320/DSCF6095.JPG" border="0" /></a>As aulas foram noite a dentro.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKB5Qa17yfSrRA_5hQzNR7gZRT-fZbb3Am5seEaHhyphenhyphenLmpYLgVdj8vxLJBG3trbve5OGVejizsRntFK8uZSbLWZonrtc-WN5LpV4J7hSpumqftN1p2yNAgnf4eeKqmcgKsCBJ0YD6Jl9sI/s1600/DSCN1391.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465567828839572194" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 240px; cursor: pointer; height: 320px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKB5Qa17yfSrRA_5hQzNR7gZRT-fZbb3Am5seEaHhyphenhyphenLmpYLgVdj8vxLJBG3trbve5OGVejizsRntFK8uZSbLWZonrtc-WN5LpV4J7hSpumqftN1p2yNAgnf4eeKqmcgKsCBJ0YD6Jl9sI/s320/DSCN1391.JPG" border="0" /></a>Essa menina promete.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrgr66MJZBNRXJaan1qLdBIhEgWn8BVUraoRC81rb6w17_1yVdz4p1GrudXQG8F-fPQkjvDpMgQhG-vfzzHFGVGcNjvZOq3Cds5CYR21xZlmjI25NUp9CHfCHYLSFWxkir0-1TzyRj65E/s1600/DSCF6430.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465568534187131890" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrgr66MJZBNRXJaan1qLdBIhEgWn8BVUraoRC81rb6w17_1yVdz4p1GrudXQG8F-fPQkjvDpMgQhG-vfzzHFGVGcNjvZOq3Cds5CYR21xZlmjI25NUp9CHfCHYLSFWxkir0-1TzyRj65E/s320/DSCF6430.JPG" border="0" /></a>Quem diria...surge um escalador.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8aunYY1WsXMkkWq6DX6vVBjbQhFgORqiBeieK9SUosmcEvBzBMsCMNsrIZhYkX6VEzQuEmTu6yBu-Bn3bNX42Y9BsZIzPsgE7tQnyMCx9QTrmcKHudVw5tMYbM24w8ZW2AXBpUqaQZXA/s1600/DSCF6432.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465569084069105330" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; cursor: pointer; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8aunYY1WsXMkkWq6DX6vVBjbQhFgORqiBeieK9SUosmcEvBzBMsCMNsrIZhYkX6VEzQuEmTu6yBu-Bn3bNX42Y9BsZIzPsgE7tQnyMCx9QTrmcKHudVw5tMYbM24w8ZW2AXBpUqaQZXA/s320/DSCF6432.JPG" border="0" /></a>Como diria Rodrigo...a responsabilidade tambem. </div> <div class="post-footer"> <div class="post-footer-line post-footer-line-1"><span class="post-author vcard"> Postado por <span class="fn">o refúgio pedra do baú</span> </span> <span class="post-timestamp"> às <a class="timestamp-link" href="http://orefugiopedradobau.blogspot.com/2010/04/no-inicio-de-abril-comecamos-um-curso.html" rel="bookmark" title="permanent link"><abbr class="published" title="2010-04-29T06:51:00-07:00">06:51</abbr></a> </span> <span class="post-icons"> <span class="item-control blog-admin pid-299346613"> <a href="post-edit.g?blogID=5510283092166162624&postID=7383850423592703027" title="Editar postagem"> <img alt="" class="icon-action" src="http://img2.blogblog.com/img/icon18_edit_allbkg.gif" width="18" height="18" /> </a> </span> </span> </div> <div class="post-footer-line post-footer-line-2"><span class="post-labels"> Marcadores: <a href="http://orefugiopedradobau.blogspot.com/search/label/Fotos" rel="tag">Fotos</a> </span> </div> <div class="post-footer-line post-footer-line-3"><span class="post-location"> </span> </div> </div> </div> </div> </div></div> <h2 class="date-header"><span>segunda-feira, 29 de março de 2010</span></h2> <a name="6936519984984097030"></a> <div class="post-header"> </div> <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZwzsWGYgZhL65QlAlcg5ikzFTS4D9Wf-LBUGBHyXm0Q3tnrlH0oyTE-EOP2L115AJggSIIbqP-3Pu9ZYqrhyt-Ytc5a4Ldk0SluZYLu3yDmemjIuzLj63izsfy7mlfJnpSl5U8x1vyYY/s1600/DSCN1430.JPG"><br /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0TbUotW5hVas3HE26GQ4KJsTLg-p2KozfGciek6QfxBS6NIN0_CBAsU17wDj_hgKX7sw_OZfL-eSeszYWdwPsAYnL3vft0tMLcS2LU9Qg8BIrTsnJn50TYFlBLmfuhtfg_wVjC5EXZ1w/s1600/DSCN1409.JPG"><br /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDwCLgmxbpV57k5jtuVA4d3rbj4Pk9gV6IDdVyp70O4X38MdjWXhSUf0HwTEkTXn-Vup9pJExptmpWFZ2wQG1TGW8OCx71vH0k83P2Zw-cK9qsNMRoqXtvyWr9dttn8FZ64x272bq8aek/s1600-h/DSCN1326.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5434032873992337474" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 320px; height: 240px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDwCLgmxbpV57k5jtuVA4d3rbj4Pk9gV6IDdVyp70O4X38MdjWXhSUf0HwTEkTXn-Vup9pJExptmpWFZ2wQG1TGW8OCx71vH0k83P2Zw-cK9qsNMRoqXtvyWr9dttn8FZ64x272bq8aek/s320/DSCN1326.jpg" border="0" /></a> Caros amigos,<br /><div style="text-align: left;">Como voces ja sabem, estamos de casa nova, agora o "Refúgio Pedra do Baú" , conta com uma nova estrutura maior. Além de espaço verde, cachoeira para canionismo, trilhas para bike, muro de escalada, arborismo, slack line, jardim com pomar cheio de frutas e passaros, cozinha com utensílios, estacionamento interno e também loja.<br /></div>Mantendo a tradicional forma de hospedagem de montanhistas e praticantes de atividades outdoor no mundo todo, temos a oferecer quartos para casal e ou quartos coletivos (4 pessoas)<br /><br /><br />Nosso novo endereço: São Bento do Sapucaí - Bairro do Quilombo<br />Rua Projetada, 18<br />Fone: <span class="skype_pnh_print_container">(12) 96093637</span><span dir="ltr" class="skype_pnh_container"><span class="skype_pnh_mark"> begin_of_the_skype_highlighting</span> <span dir="ltr" title="Ligue para este número em Brasil com o Skype: +551296093637" class="skype_pnh_highlighting_inactive_common"><span skypeaction="skype_dropdown" class="skype_pnh_left_span"> </span><span skypeaction="skype_dropdown" title="Ações Skype" class="skype_pnh_dropart_span"><span skypeaction="skype_dropdown" style="background-position: -599px 1px ! important;" class="skype_pnh_dropart_flag_span"> </span> </span><span class="skype_pnh_textarea_span"><span class="skype_pnh_text_span"> (12) 96093637</span></span><span class="skype_pnh_right_span"> </span></span> <span class="skype_pnh_mark">end_of_the_skype_highlighting</span></span><br />email: <a href="mailto:bito@brasilvertical.com.br">bito@brasilvertical.com.br</a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZwzsWGYgZhL65QlAlcg5ikzFTS4D9Wf-LBUGBHyXm0Q3tnrlH0oyTE-EOP2L115AJggSIIbqP-3Pu9ZYqrhyt-Ytc5a4Ldk0SluZYLu3yDmemjIuzLj63izsfy7mlfJnpSl5U8x1vyYY/s1600/DSCN1430.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZwzsWGYgZhL65QlAlcg5ikzFTS4D9Wf-LBUGBHyXm0Q3tnrlH0oyTE-EOP2L115AJggSIIbqP-3Pu9ZYqrhyt-Ytc5a4Ldk0SluZYLu3yDmemjIuzLj63izsfy7mlfJnpSl5U8x1vyYY/s320/DSCN1430.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454813868789027906" border="0" /></a>Eucalipto de 35 metros, cheio de exercicios e desafios<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0TbUotW5hVas3HE26GQ4KJsTLg-p2KozfGciek6QfxBS6NIN0_CBAsU17wDj_hgKX7sw_OZfL-eSeszYWdwPsAYnL3vft0tMLcS2LU9Qg8BIrTsnJn50TYFlBLmfuhtfg_wVjC5EXZ1w/s1600/DSCN1409.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0TbUotW5hVas3HE26GQ4KJsTLg-p2KozfGciek6QfxBS6NIN0_CBAsU17wDj_hgKX7sw_OZfL-eSeszYWdwPsAYnL3vft0tMLcS2LU9Qg8BIrTsnJn50TYFlBLmfuhtfg_wVjC5EXZ1w/s320/DSCN1409.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454813381639305842" border="0" /></a> O refugio visto de cima do eucaliptoBito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-673766758505950142010-05-05T17:33:00.000-07:002010-05-05T17:39:40.113-07:00"SI METEU A CORNETINHA" NOVA VIA, NOVO SETOR<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBzOdvu0WDKYa8s08BHiBbvZ6erO8iPgpGcik3LgOD3655iTa8p4Okm_g75YV7xgAui7pPcybPRZywDVScZX0eEJdkhD0w1qqRDK9VzhrrmAUnBU3QSvkw5ppEEt49vXuWMNRc8YVykI8/s1600/KARINA+BATENDO+GRAMPO+DA+PARADA.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBzOdvu0WDKYa8s08BHiBbvZ6erO8iPgpGcik3LgOD3655iTa8p4Okm_g75YV7xgAui7pPcybPRZywDVScZX0eEJdkhD0w1qqRDK9VzhrrmAUnBU3QSvkw5ppEEt49vXuWMNRc8YVykI8/s320/KARINA+BATENDO+GRAMPO+DA+PARADA.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5467950146202112066" border="0" /></a><br />DESENFERRUJANDO....DEPOIS DE 2 ANOS DE INTENSAS<br />CONQUISTAS, E UM BREVE REPOUSO PARA CURAR AS TENDINITES, VOLTAMOS A<br />ABRIR VIAS HOJE....COMEÇAMOS O DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO SETOR E A VIA<br />''SE METEU A CORNETINHA" QUASE FICOU PRONTA, 55M E GRADUAÇÃO AINDA A<br />CONFIRMAR, COM PASSAGENS APIMENTADAS....POR ENQUANTO DÁ PRA CURTIR<br />ALGUMAS FOTOS...ABÇS BITOBito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-72269406244971277212009-09-19T14:54:00.000-07:002009-09-19T15:00:10.705-07:00DEU NO BV! Via nova "Anjos Covardes" no Baú<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr6WYIZBJGnaPUP7sHefhsKKW4iRL2go0Q2lncFBgMEoLuzt4kLlIcdhcru3ZTYaG2-6GAKItvrJ2tJCtWU7kwFpOi6V8Ht3KM7MCPyKe06GAFQMT-8GvL1alaHPvKkC8ywQNzBMQZu3g/s1600-h/Via+Anjos+Covardes+com+variante+Cag%C3%B5es+em+Fuga+por+Karina+Filgueiras+e+Bito+Meyer.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5383301398379668866" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 164px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr6WYIZBJGnaPUP7sHefhsKKW4iRL2go0Q2lncFBgMEoLuzt4kLlIcdhcru3ZTYaG2-6GAKItvrJ2tJCtWU7kwFpOi6V8Ht3KM7MCPyKe06GAFQMT-8GvL1alaHPvKkC8ywQNzBMQZu3g/s320/Via+Anjos+Covardes+com+variante+Cag%C3%B5es+em+Fuga+por+Karina+Filgueiras+e+Bito+Meyer.jpg" border="0" /></a>DEU NO BV! <div><div></div><div> </div><div>Pessoal tem via nova na Pedra do Baú , "Anjos Covardes" 5+ 7a/b E3 120m. Via bacana, dá para levar aqueles brinquedinhos (nuts e etc) para brincar na Face Norte do Baú. É mais uma via "excitante" que vai mexer com você.Um intinerario original e técnico, Karininha(rock & roll) conquistou o segundo largo, bonito e exposto e depois a via se une com a via "Latindo pra Poeira" e se separam no último largo, com os ultimos lances bem aéreos. </div><br /><div>Confira no site <a href="http://www.brasilvertical.com.br/">http://www.brasilvertical.com.br/</a> e boas escaladas.</div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-76265460096285052392009-09-19T08:37:00.000-07:002009-09-19T14:04:36.671-07:00EDITORIAL(ll) TUDO A SEU TEMPO<span style="COLOR: rgb(0,153,0)"><span style="COLOR: rgb(255,102,0);font-size:130%;" ><span style="FONT-WEIGHT: bold; FONT-STYLE: italic">Tudo a seu tempo</span></span><br /></span><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="COLOR: rgb(0,153,0)">Valeu rapaziada!, pelos e-mails e pelo apoio, mas como eu disse não tenho como acelerar as atualizações do blog, mas vamos indo, morro acima. Tava escalando e atrasou tudo; irei respondendo as perguntas e os e-mails com o tempo, conforme forem chegando e por assuntos.</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="COLOR: rgb(0,153,0)">Na realidade estamos trabalhando em vias novas e já temos algumas vias para colocar na roda, são elas :<span style="FONT-WEIGHT: bold; FONT-STYLE: italic"> <span style="COLOR: rgb(255,102,0)">Pedro Bó e Dona Terta, Simpatia Errada, Corre Atrás e Antimicrobial</span></span><span style="COLOR: rgb(255,102,0)">.</span> Logo os croquis e os graus estarão disponíveis no site <a href="http://www.brasilvertical.com.br/">http://www.brasilvertical.com.br/</a> a disposição de vocês. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="COLOR: rgb(0,153,0)">Verdade sem humor não rola e o meu esta ácido, estou adorando comer "PF' frio. ''Valinhos'' valeu pela força, quebrou maior galho...valeu pela profunda frase que vc mandou, vou dividir com a galera...''Estamos tranquilos, sabemos de onde vem as avalanches'' Fala serio!! Profundo...</span><br /></div><span style="COLOR: rgb(0,153,0)">Escrevam nos contando sobre as suas escaladas e sobre as regiões que vocês </span><span style="COLOR: rgb(0,153,0)">escalam. No mais ... Abraços...Boas escaladas...valeu!</span>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-17900067101586992732009-07-31T18:57:00.000-07:002009-08-04T15:52:13.410-07:00EDITORIAL(I)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSmilA-7OTqg_isMm23DdvEWgrRY4Njz5vQIMma06MGIG-yQVOk-rZx7Dklsqw7MccZYixQ86-v_-Z6BcjeJ60fjaS_Z9M_MEgugfzaoPlPU8kQb3aCCQNGv7r0tdtcUg-mgEFUg0ej_g/s1600-h/PA270082_edited.jpg"><span style="color:#009900;"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363597278531363058" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 190px; CURSOR: hand; HEIGHT: 197px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSmilA-7OTqg_isMm23DdvEWgrRY4Njz5vQIMma06MGIG-yQVOk-rZx7Dklsqw7MccZYixQ86-v_-Z6BcjeJ60fjaS_Z9M_MEgugfzaoPlPU8kQb3aCCQNGv7r0tdtcUg-mgEFUg0ej_g/s320/PA270082_edited.jpg" border="0" /></span></a><span style="color:#009900;"><br /><br /></span><span style="color:#009900;"></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="color:#ff6600;">EU TAVA QUIETO...</span></em></strong></span></div><span style="font-family:arial;"><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">Existem vários motivos que me levaram a montar este blog. Os amigos e pessoas queridas me </span></em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxlOBCW84sTSbEjYrSCj3L9VscZUzJAPuL_M2Rah90-k0MFhL886__d3w6yaxu8pdwzPHcQONrfdLHxOh6ZCXttKOI2cGzDoLn7JQ-rmvgNpJFEkXwaD_3PWzlyFX7mghmvFhx6vethoQ/s1600-h/PA270082_edited.jpg"></a><em><span style="color:#009900;">pediram para "começar" esse espaço e falar do que eu faço e de como eu faço e contar um pouco da minha vida como montanhista, que na realidade, é praticamente toda minha vida. </span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">Certos acontecimentos recentes, engraçados e patéticos , também me incentivaram a sair de meu relacionamento sossegado e íntimo com as montanhas e escaladas e falar diretamente, enquanto for possível, com as pessoas realmente interessadas em montanhismo e escaladas e que procuram fazer destas atividades algo além dessas necessidades vulgares que vemos por aí como grana, fama, e histórias mal contadas.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">Hoje em dia com a internet é possivel para “qualquer um” colocar um blog ou site e falar sobre montanhismo e escalada, mesmo para os que não sabem o que uma coisa tem a ver com a outra, e até mesmo sem praticar, uma coisa ou outra. Outro dia eu vi uma foto de uma pessoa que se auto denomina montanhista e fiquei pensando na "puta" sacanagem com quem realmente se relaciona com montanhas e esta quieto em casa; nós que somos realmente montanhistas, sabemos que muitas pessoas que se intitulam montanhistas, estão distante de ser um e muito menos tem cumes no seu currículo, e que escalou muito pouco para ser o que outorga a si próprio, como t</span></em><em><span style="color:#009900;">ítulos de "o maior , o super , o mais" e etc. Esse tipo de necessidade e títulos, faz com que nós, que realmente fazemos, somos e praticamos montanhismo, sejamos elevados a nível de "deuses" (ja que o nosso currículo é maior, mais reachedo de verdades, sacrificios e dedicação, que essas pessoas) e nós não queremos esses títulos, não precisamos deles, pelo menos eu e meus amigos. Esse tipo de manifestação é uma necessidade de quem tem problema de adptação, de ego estragado ou complexo de inferioridade, sentindo-se assim, mais forte , superior , inteligente e "bunitinho" ou até coisas mais "normais" como ter amigos, ser querido e pertencer a uma tribo e para algumas pessoas não precisa nem render um "troquinho", só um espacinho já tá bom. </span></em><em><span style="color:#009900;">Não adianta ficarem "brabos" e "sapatear em cima da cueca", eu sei do que to falando.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">O montanhismo e escaladas é uma atividade perigosa e é praticada na ponta da corda e existem pessoas que gostariam de ser "um montanhista", mas como é uma atividade perigosa, praticam um "faz de contas" e passam a acreditar que realmente o são e com isso dane-se o montanhismo; é como um "cliente 8000" que vende excursão por expedição. Também faço uso da velha frase que e´:-"É lógico que não tô falando de todo mundo"; mas é muito fácil ver esse tipo de manifestação, basta olhar ao seu redor.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">Fama ...fama...superioridade.....grannnna...huauuuu!!!!!!...conheço pessoas que tem ereção com este assunto...</span></em></div><div align="justify"><em><span style="color:#009900;">Pois bem, com um computador na mão, até um cérebro musculoso, cheio de testosterona, mas que tem medo de altura, pode falar em montanhismo e escalada, então vou me atrever a falar...um pouquinho.<br /></div></span></em><div align="justify"><span style="color:#009900;"><em>Este blog conta com a colaboração e trabalho de várias pessoas, de vários estados e levaremos um tempo para organizar e sincronizar tudo, os erros serão corrigidos assim que pudermos. Com tempo e com as observações de todos, iremos atualizando, corrigindo e acrescentando novos relatos e acontecimentos ao blog; assim como irei comentando cada fato, foto e momento que cada matéria retrata, iremos tambem, pesquisar sobre o montanhismo e escalada em geral e “digitalizar” as matérias antigas que contam a história do montanhismo por aqui e "por lá" e que contribuem para melhor entender essa paixão que temos em comum.</em><em> </em></span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"><em>Confesso que esse trabalho a frente de um computador é mais fácil que escalar e digo isso porque um blog é como um papel em branco que aceita tudo e é muito fácil criar uma realidade somente “virtual”, sem tirar a bunda da cadeira e colocá-la na reta, já que atividades e manifestações humanas que requerem “atitude e determinação”(qualidades básicas para um montanhista e escalador) sempre tem os dois lados da moeda e o risco envolvido na “parada”, tem seu peso. </em><em>.</em></span></div><span style="color:#009900;"><em><div align="justify">Nunca tive nada organizado, nem minhas fotos e nem as matérias que publicaram a meu respeito e nunca precisei dessas "coisas" para escalar minhas montanhas, por outro lado será divertido brincar de "personalidade"</div><div align="justify">Desde já quero agradecer aos amigos que tem colaborado, mandando fotos, reportagens e pela ajuda para montar esse blog, assim, pretendemos atualizar esse blog com frequência e aceitamos sugestões e material e quanto aos erros que possam existir, serão corrigidos assim que localizados.</div><div align="justify">A montagem deste blog revela na realidade, o carinho que as pessoas tem com relação ao montanhismo, atividade essa que nos une em algo em comum. Meu agradecimento especial</em><em> a Karina Filgueiras minha companheira de corda.</em></span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;"><strong><span style="font-size:100%;"></span><span style="font-size:130%;"><span style="color:#009900;"><em><span style="font-size:85%;color:#ff6600;">Aprendendo a ser um Montanhista</span></em> </span></span></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span><span style="color:#009900;">Foi durante uma viagem de trem com meus primos, para Paranaguá, no litoral do Paraná, que eu vi o Pico do Marumbi e ouvi falar dele pela primeira vez. Pra minha sorte o tempo estava limpo na região e pude vê-lo e na imaginação de uma criança era fácil imaginar-me escalando-o. Eu já era escoteiro e conhecia algumas manobras de cordas e também conhecia o montanhismo clássico dos livros sobre atividades ao ar livre que tínhamos na biblioteca do nosso grupo de escoteiros, que era numa igreja Mórmon, no Alegrete, a cidade mais tradicionalista do Rio Grande do Sul.</span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;">Em 1970 voltei ao Marumbi, com uma “excursão do colégio”(foi o que eu contei para meus pais), a intenção era subir o "Pico Olimpo" que era o mais alto e acabamos, por não o conhecer a região, escalando o Pico do Abrolhos. Frustrado pois queria subir o mais alto, voltei alguns meses depois para subir finalmente o Olimpo, mas erramos novamente e acabamos escalando o Pico do Gigante e somente na terceira tentativa, subindo a trilha conhecida como "Noroeste" e que passa por outros cumes, como:_a Esfinge, Ponta do Tigre e Torre dos Sinos e finalmente o "Olimpo". No cume do Olimpo, encontramos uma pessoa que nos informou que o Olimpo não era a maior montanha do conjunto. </span></div><span style="color:#009900;"><div align="justify"><br />Aprendi a escalar sozinho e antes de completar 15anos eu ja havia escalado as principais escaladas do Marumbi e tambem já ensinava e guiava muitas pessoas. </span><span style="color:#009900;">Por anos a fio fabriquei a maioria de meus equipamentos, criei clubes e associações de montanhismo e escalada e guiei e ensinei todas as gerações de escaladores e montanhistas que surgiram nestes anos de forma direta e indireta. Hoje estou com 52 anos de muitas montanhas, escaladas e rock and roll e até hoje a razão de eu acordar são as montanhas e as escaladas e como nos primeiros anos, abro vias constantemente e estou constantemente na montanha ou voltando para elas; não parei nem um instante ,apezar de alguns "pseudos" terem apostado que eu jamais voltaria a escalar depois de meu acidente. </span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;">Escalo como qualquer “fera” e com qualquer "fera", bom, é fato que com 52 anos e com um joelho rígido e pouca disciplina para exercitar, posso deixar de fazer alguma coisa, assim como tambem é fato que poucos feras tem a liberdade de solar as vias que solo. Existe uma enorme diferença entre saber escalar e ser forte, assim como entre ser forte e saber lutar.<br /><br />Nestes anos todos o meu relacionamento com as montanhas e seu universo, foi mais além do fato de eu me transformar em um "esportista" ou um Marumbinista, eu queria ser um montanhista como aqueles que eu via nas fotos preto e branco, nos raros e velhos livros que chegavam em minhas mãos quando percebi que as montanhas existiam e que me apaixonei por elas e elas estavam espalhadas por ai.</span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;">Na realidade essa relação me mostrou uma nova “química” em relação a vida, uma maneira diferente de existir, sem ser aquela de ter varios casamentos, carnês, prestações e preso ao exercício de "vir a ser" e de aproveitar os finais de semanas para viver.O que surgia na minha frente</span><span style="color:#009900;"> era uma possibilidade além das “coisas comuns”, era algo que estava além dos ensinamentos da escola, dos pais e da igreja, era uma relação direta com um universo mágico, além desse “cotidiano comum” com relação a vida e suas “coisas” e que assassina qualquer paixão e originalidade. Era uma oportunidade de ir "alem". Acho que ja falei isso...<br /><br />Frente a essa realidade e em uma época em que não havia futuro, pois vivíamos em uma época onde as diferenças políticas separavam as pessoas, eu optei por ser um montanhista, como “personagem”, neste curto período de consciência que é a vida e através desta analogia me relacionar com a existência(existem vários personagens que você pode assumir como seu, nesta brincadeira de descobrir o que é ser "isso" e antes de morrer). </span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;">Nos anos 70 o montanhismo era coisa pra maluco e confesso que na época era preciso uma certa coragem e decidir ser um montanhista; era como eu já disse uma vez: _”é como estar na beira de um rio caudaloso, dentro de uma poça de água morna, confortável e protegido, sair dela e pular no rio e seguir com ele”. </span></div><span style="color:#009900;"><div align="justify"><br />Sou um montanhista e tudo que faço e treino são para utilisar em montanhas, mas confesso que uso a escalada como um "exercicio nobre" e sempre valorizei ao escalada natural e o solo, manifestações da “Arte do Movimento na Vertical”, nome que batizei essas atividades, para meu próprio deleite e da qual sou um eterno aprendiz ; também me divirto muito pelos big walls da vida(deliciosa engenharia), mas sempre me relacionei com meu equipamento, como um mecânico ou um arqueiro, se relacionam com os seus, com profunda paixão e intimidade, para que sejam a extensão do meu corpo e uma expressão de minha inteligência. Nunca carreguei meu equipamento na mochila, como sinônimo e garantia de minha coragem e nunca baixei uma montanha ou via até meu nível, para que pudesse "fazê-la", fiz por merecer cada uma delas e tenho como predicado minhas cicatrizes e surras que ganhei cada vez que verdadeiramente e diretamente me relacionei com o lado de fora e a ponta da corda e com a minha sincera intenção de ser um montanhista e de aprender e tento até hoje, ser merecedor desta maravilhosa manifestação, dessa arte que tanto me fascina.<br /><br />Voltando ao Marumbi, mantive em segredo minhas idas ao Marumbi, de meus pais, até quando no inicio de 1974 eu tive um acidente de rapel e não foi mais possível esconder deles minha atividade, que eu chamava de “excursão do colégio”. Pra minha surpresa meu pai me ajudou a comprar meu primeiro equipamento, que na época, não passava de uma corda de nylon de 30 mts, mochila, kichute e um par de joelheiras de futebol para usar nas chaminés e fendas. A partir daquele momento, com o consentimento dos meus pais, eu me tornei um montanhista; eu tinha 15 anos. </span><span style="color:#009900;">A partir daí, toda minha vida aconteceu do lado de fora, no meio da chuva, vento, sol e frio, exatamente como eu escolhi.<br /><br />É verdade que o montanhismo e a escalada de hoje é um retrato do homem moderno e existem muito mais razões “palpáveis e justificáveis” para tornar-se um montanhista ou um escalador, do que tínhamos 40 anos atrás. Hoje existe todo o tipo de sedução e “vantagens” diretas e econômicas, que vão desde alguns “trocados e notoriedade" a um cargo de “confiança” em alguma pocilga. (Isso faz com que algumas pessoas tentem se parecer com “um de nós”). </span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"></span></div><div align="justify"><br /><span style="color:#009900;">Mesmo com todos os "Piolhos e Satelites"(Nome de uma nova via que abri com karina(8+),por aí, existe "algo" que não muda na prática do montanhismo, que é tirar as pessoas de dentro de suas casas e colocá-las do lado de fora, em situações em que faltam argumentos para o seu cérebro agir de maneira vulgar e ele então não encontra explicações "vulgares"para as coisas que se revelam na sua frente, então ele se cala e neste momento surge algo novo e original, e assim começa a paixão pelas montanhas e voce nunca mais volta pra casa..."só passa la para pegar uns treco"</span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#009900;">Junto com o "novo" vem também um "entendimento", além da "Matrix", para os verbos “ser e existir” e uma nova relação com a vida nasce neste momento. Sei que assim falando, parece algo mágico e realmente é...você dá uma chance a sua alma e seu cérebro fica quieto ...sem ação...e nasce algo ‘novo”... é um “negócio maluco” e que eu faria tudo de novo.<br /><br />Bito Meyer, Montanhista<br /><br /></span><br /><br /></div></span>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-80942052935729090922009-07-31T18:13:00.000-07:002009-07-31T14:13:44.417-07:00Entrevista com Bito Meyer, uma lenda do montanhismo brasileiro<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhgKQj8_l_iujh2vTC5RtLk1xUSHoER9l796En_Q6qAsN6UPtP_I7IsqJ2vyk3p2EFtsBYTfRJw-bx3omYlC_TbMNr2tH4_oHHPTEl8_HeBWVie_yEMHn5BQe77v7z4gOkDF0NzqSURKk/s1600-h/DSCN2915.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364374451976081618" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhgKQj8_l_iujh2vTC5RtLk1xUSHoER9l796En_Q6qAsN6UPtP_I7IsqJ2vyk3p2EFtsBYTfRJw-bx3omYlC_TbMNr2tH4_oHHPTEl8_HeBWVie_yEMHn5BQe77v7z4gOkDF0NzqSURKk/s320/DSCN2915.JPG" border="0" /></a><span style="font-family:arial;"> Bito na conquista da Cães e Caravanas em 2008<br /></span><div align="center"><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8fYZXVKaffZCbBJAaWvJfWkLPD4Z16X6Yxes-O4021lMnNYcSTYjaG9MksS8ZM7tqbfCqsSkG_OghFaEI1SRMjqy1M6cPyvyTMEkDe9e_DbE178BOuYixZ8mrsCcXS0a2dmc2PfgPB4c/s1600-h/Bito+CAP+3.jpg"></a><span style="font-family:arial;color:#006600;"><strong>Entrevista com Bito Meyer, uma lenda do montanhismo brasileiro</strong></span><br /></div><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#003300;"><strong></strong></span></div><div align="left"><br /></div><p align="left"><strong><span style="font-family:arial;">Por Filippo Croso 11/03/2008</span><br /><span style="font-family:arial;">Portal Webventure </span></strong><a href="http://www.webventure.com.br/bike/conteudo/noticias/index/id/21903?pag=1"><span style="font-family:arial;">http://www.webventure.com.br/bike/conteudo/noticias/index/id/21903?pag=1</span></a><br /><span style="font-family:arial;">Na quarta feira, dia 05 de março, O CAP (Clube Alpino Paulista) recebeu Bito Meyer, que fez uma palestra sobre sua trajetória de 40 anos de escalada (ele tem hoje 50 anos de idade).Pude presenciar uma das palestras mais envolventes que já estive, com histórias de vida, espírito de comunhão com a natureza e a montanha, e o grande desconhecido interior.A foto de um movimento de escalada podia passar rápido, mas a foto do Bito com seus 20 anos de idade, viajando em cima (do lado de fora) do trem da morte na Bolívia, permaneceu um tempo, enquanto ele relatava aquele estado de espírito de buscar o "lado de fora", de descobrimento e criatividade, que é tão característico de quem escala.</span><span style="font-family:arial;">Apaixonado pela escalada solo, Bito é o exemplo de uma pessoa que vive e pratica a sua filosofia de vida, com simplicidade e coração, espiritualidade e desprendimento, e em plena atividade (conquistou recentemente a via Cria Cuervos D6 7º E5, 1200m, na Pedra Riscada, e solou pela segunda vez a via Leste no Pico Maior de Friburgo, vinte anos depois da primeira, no final de 2007).</span></p><p align="left"><span style="font-family:arial;">Acompanhe a entrevista exclusiva com o montanhista:</span></p><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Webventure: Como foi seu primeiro contato com a escalada?</strong></em></span></div><div align="left"><strong><em><span style="font-family:Arial;"></span></em></strong></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><strong>Bito Meyer</strong> - Eu tinha 10 anos e foi no Pico do </span><span style="font-family:arial;">Marumby (PR) e foi uma experiência marcante, literalmente uma "aventura", que mexeu com minha cabeça na época.</span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:Arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong></strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Que tipo de escalada você mais gosta de fazer?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">A que me leva a um cume e que exige de todo o meu ser e não só de meus músculos e meus equipamentos, que seja uma relação e um diálogo com a montanha e com todo o seu universo.</span></div><div align="left"></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong></strong></em></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>De que forma a escalada e o montanhismo contribuíram na sua vida e em sua formação como pessoa?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Na realidade a montanha contribuiu comigo na qualidade de "aprendiz de vida", me fez perceber o grande playground em que nascemos e onde o homem errou na sua trajetória em cima deste planeta e principalmente que vida e morte vêm embrulhadas juntas e no mesmo pacotinho.</span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong></strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Pegando 20 ou 25 anos atrás e os dias de hoje... o que mudou na escalada, e o que continua o mesmo, tanto em você como no meio montanhista?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Acho que podemos até pegar ainda mais atrás... para o montanhismo, a escalada sempre será uma das técnicas a ser usadas para se chegar ao cume de uma montanha e acompanhará a evolução da escalada em si, pois escalar bem e rápido sempre será uma forma de se manter seguro em uma montanha. A escalada em si é igual como antes, sendo que atualmente o grau subiu, o equipamento evoluiu e talvez o que tenha mudado é que o escalador moderno escale sem camisa para mostrar seu maior legado que são seus belos músculos e também ao fato de que hoje em dia tem várias "minas" escalando. E quanto a mim, sou cada vez mais apaixonado pela oportunidade de descobrir o lado de fora.<br /></span><a title="'" href="http://www.webventure.com.br/multimidia/fotos/foto_51448_2008-03-11_grande.jpg"></a><br /><span style="font-family:arial;color:#006600;"><strong>Alegrias, frustrações e a nova geração</strong></span></div><span style="font-family:arial;"><strong><div align="left"></strong><em></em></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><em><strong>O que é escalar bem para você?</strong></em></div><div align="left">É quando você consegue ser uma manifestação da arte, é quando não existe o eu, o ego, o vir a ser, e sim só a manifestação da arte.Como a idade influencia na escalada? Muitas pessoas sentem a limitação física e se tornam mais conservadoras, também porque constituem família, etc. </div><div align="left"></div><div align="left"><em><strong></strong></em></div><div align="left"><em><strong>Como escalar bem, do ponto de vista físico e psicológico, acima dos 50?</strong></em><br />Essa é uma pergunta muito complexa e eu não saberia respondê-la em poucas palavras, porque envolve a fragilidade humana na sua essência e teríamos que saber até onde o risco influenciaria a prática de uma arte, e até onde a idade é um fator essencial para a perfeição. Eu não enfrentaria um velho que há 50 anos exercita e pratica artes marciais e por outro lado dificilmente um homem sábio que conheceu o amor e que possui uma família se arriscaria a ponto de faltar para ela, pois "ela" é o essencial.<br /></div><div align="left"><em><strong>Como você se relaciona com a nova geração?</strong></em><br /></div><div align="left">Sinceramente... não conheço ninguém que tenha começado a escalar antes de mim que ainda esteja escalando e no mesmo nível que eu e com o mesmo tempo. Este detalhe me torna o sul-americano mais velho em atividade e em anos "na ponta da corda", acho que são as novas e constantes gerações que foram passando na minha frente que poderiam responder essa pergunta. Eu particularmente sigo em frente, minha relação é com as montanhas. Por outro lado, as novas gerações serão sempre bem vindas pois é a arte quem os escolhe para através deles se manifestar, uns ficam por algum tempo, outros para sempre.<br /></div><div align="left"><em><strong>Qual a sua rotina de treinos? Como você se prepara antes de uma escalada?</strong></em><br /></div><div align="left">Tenho o corpo malhado e cozido pelos anos de tanto ralar por aí, é tanto tempo dependurado que já tenho um pré "malho" estabelecido, por outro lado tenho o apoio da Casa de Pedra que me possibilita um acesso ao que de mais moderno existe para treinos de escalada no Brasil e tenho o acompanhamento de Karina Filgueiras, que é minha treinadora física, e prático biomecânica funcional, além do que sou bem-vindo pelas montanhas, total, sou uma "cria" delas...</div><div align="left"></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><strong><em>Quais foram suas escaladas mais marcantes?</em> </strong></div><div align="left">Descreva algum, ou alguns momentos especiais que você passou.Foram tantos, e todos na sua maioria foram marcantes, chegar ao cume das montanhas da Patagônia, ou minha primeira montanha, meu primeiro cume, meus primeiros 6º e 7º graus foram alucinantes, meus primeiros e último solo, meu primeiro tênis de escalada de verdade há 30 anos atrás, minhas primeiras conquistas e derrotas, minhas primeiras escaladas no Itatiaia e Rio de Janeiro, em 1977, e Agulha do Diabo neste mesmo ano. Putz..., Baú, Ilimani, Morro do Anhangava, Floripa, El Capitan... Interminável!</div><div align="left"></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><em><strong>E alguma tristeza, alguma escalada que teve que abandonar?</strong></em></div><div align="left"></div><div align="left">Nossa... Só de lembrar já fiquei triste. É não poder mais mandar (sem ser em top rope, devido ao problema que tenho no joelho) o Midnight Lightning (o mais famoso boulder da história, localizado no Camp 4 -Yosemite).<br /></span></div><div align="left"><br /><span style="font-family:arial;"><strong>A vida e a montanha</strong><br /></span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Qual o seu local favorito no Brasil? Por quê?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Não tenho o local preferido, no Brasil ou em outro país. Meu lugar preferido é o do "lado de fora".</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><em><strong><span style="font-family:arial;">Você teve um acidente sério durante um vôo de parapente. </span><span style="font-family:arial;">Quando foi e o que aconteceu? Como isso repercutiu na sua escalada?</span></strong></em><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Logo que chegaram ao Brasil os parapentes, saltávamos dos picos sem pára-quedas de socorro ou outro tipo de acessório de segurança. E em um desses vôos, um vento atrapalhou meu pouso e quebrei a perna e por dois anos atrapalhou minha escalada em tudo... hoje com o joelho rígido mando o grau que eu quiser e minha escalada é admirável.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><strong><span style="font-family:arial;">A via mais recente que você abriu é a Cria Cuervos (D6 7º E5, 1200m), na Pedra Riscada.</span><span style="font-family:arial;"><em>Conte-nos um pouco desta experiência, os aprendizados, as melhores lembranças.</em></span></strong></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Esta via é punk... Largos cheios, sem nenhum grampo, mil e tantos metros acima de qualquer conforto, lá na casa do chapéu (1400 km de Curitiba), cinco viagens para concluir a via, muito e muito esforço, cargas de água, comida, diversão e ferramentas, carrapatos, sol a pino, geadas e tormentas, muita responsabilidade, maturidade e insanidade, grana, tempo, suor e sangue...Yeah!... Perfeito.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Que lugar ainda não foi e gostaria ir?</strong></em></span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">São tantos, que faço de onde estou o melhor lugar e dos primeiros passos do dia, minha melhor caminhada.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Onde e quando é a sua próxima escalada?</strong></em></span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Minhas escaladas não vem do desejo ou da manifestação do ego ou do querer, são frutos de uma fonte seca, eu simplesmente sento e espero... uma hora verte. No momento a fonte está seca.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Melhor livro e filme de montanha que já viu?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Bom, em particular eu recomendo a todo montanhista que quer ter alguma referência mais significativa, que conheça o pensamento de Reinhold Messner, mas o melhor livro sobre montanhismo que li foi "Os Conquistadores do Inútil", de Lionel Terray. Ali está a essência de algo muito delicado que é a imensidão humana. E o filme foi "Extremo Sul", pela capacidade dos diretores em recuperar o que estava perdido, por mostrar a maneira de como não se escolher os companheiros e de como não praticar montanhismo, e também e o mais importante, do poder de uma montanha sobre exércitos e homens.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Você nunca esteve muito presente na mídia. Até na comunidade escaladora me parece que você nunca estava no centro das atenções, mesmo tendo realizado várias ascensões significativas. A que se deve esse fato, ou essa escolha?</strong></em></span><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">Quando eu era um garoto eu já descobrira a "marcialidade" e a espiritualidade que existe na relação do homem com a escalada e com as montanhas. Daí então, minha relação tornou-se direta com a "Arte" e suas "manifestações". Eu queria para mim o que estava contido naquele frasco. As pessoas que estão em evidência ou precisam de atenção, tem algum problema ou estão vendendo algo e não é meu caso. As pessoas interessantes do montanhismo, geralmente não estão na mídia, estão em casa com suas coisas e os seus. </span><br /><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Existem escaladas praticamente risco zero e escaladas de risco elevado, por mais que se esteja preparado.O que o risco representa para você?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">O risco é um ótimo tempero para quem quer amadurecer, se conhecer e evoluir. Nos expondo, nos revelamos... nos descobrimos... Quando dois samurais se defrontam, é o conhecimento que saca e maneja a espada.</span></div><div align="left"></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>O montanhismo brasileiro está evoluindo? Quais os pontos positivos, e o que você sente que falta?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">O Montanhismo é o nome da "influência" que as Montanhas exercem sobre os homens, portanto, sempre será atual, já o "Montanhista Brasileiro" esse ainda é bastante ingênuo.</span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="left"><br /></div><div align="left"><span style="font-family:arial;"><em><strong>Quais os seus projetos futuros?</strong></em></span></div><div align="left"><span style="font-family:arial;">A vida é um "Vôo de Catapulta" (nome de minha nova via), eu ainda me sinto mais propulsado, do que sinto empuxo. Estou topando todas, injeção embaixo da pálpebra e "passagem só de ida pro lugar errado". Há muita coisa a ser feita, muitos convites e oportunidades, tem que pular no rio para conhecer seu trajeto, estou no meio de um grande rio.Alguma mensagem que gostaria de deixar?Tudo a seu tempo... apesar de toda a violência, a vida é uma grande dádiva, é uma oportunidade única, e a escalada e o montanhismo nos ajudam na nossa trajetória sobre este planeta... Obrigado.<br /></span></div></div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-51556337237324115602009-07-31T18:09:00.000-07:002009-07-31T14:14:35.448-07:00Personalidades e História Bito Meyer, histórias e conquistas de um expert, uma lenda do montanhismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmLiTZQJItvMA02kQmAPokpKyIH8E053KDkQu305GwyLufX1rmE3axA6B-bXpc9bJq5zV-nNFqhH5XT5W5phvPY7iZJiHfkcWwtiGXup5BnEYFwkpz9BNVm9pQOsJA-hJ5UO8If-dpzEQ/s1600-h/Bito+foto+vertical.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364347484790799586" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 203px; CURSOR: hand; HEIGHT: 271px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmLiTZQJItvMA02kQmAPokpKyIH8E053KDkQu305GwyLufX1rmE3axA6B-bXpc9bJq5zV-nNFqhH5XT5W5phvPY7iZJiHfkcWwtiGXup5BnEYFwkpz9BNVm9pQOsJA-hJ5UO8If-dpzEQ/s320/Bito+foto+vertical.jpg" border="0" /></a><br /><div><div><div><div><a href="http://altamontanha.com/news/50/exibe/news_cat.asp?CatID=30&Cat=Personalidades%20e%20História"><span style="font-family:arial;">Personalidades e História</span></a><br /><span style="font-family:arial;">histórias e conquistas de um expert </span></div><div><span style="font-family:Arial;"></span><br /></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">Portal Altamontanha.com</span></div><div><span style="font-family:arial;"></span><a href="http://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=592"><span style="font-family:arial;">http://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=592</span></a><br /><span style="font-family:arial;"><br />Bito Meyer - uma lenda do montanhismo<br /></span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Bito Meyer que já escalou e conquistou centenas de vias, em todo o país e no exterior ao longo de mais de 40 anos de experiência em montanha, é uma das lendas do montanhismo nacional e sul americano<br />Bito Meyer foi um dos primeiros brasileiros a escalar montanhas de extrema dificuldade como o Fitz Roy, Cerro Torre e Agulha Poincenot (um dos recordes de velocidade de ascensão mantidos até hoje) na Patagônia, Bolívia, El Captain nos EUA e a ter conquistado em terras brasileiras centenas de vias de escalada por todo o país.<br />Bito Meyer continua realizando grandes conquistas, como por exemplo a face sul da Pedra Riscada (Veja matéria: </span><a href="http://www.brasilvertical.com.br/F_abert2.html" target="_blank"><span style="font-family:arial;">www.brasilvertical.com.br</span></a><span style="font-family:arial;">), que é o 5º maior monolito do planeta. A conquista da Via "Cria Cuervos" (7 E5 D6) com seus 1200m de parede que foi realizada ao longo de cinco anos e segundo o próprio Bito foi a via mais difícil e arriscada que ele já conquistou até hoje.<br />A nova geração de montanhistas deposita grande respeito e admiração por Antônio Carlos Meyer, ou simplesmente Bito, tido como um dos grandes nomes do alpinismo no Brasil. Bito nasceu em Curitiba, em 5 de julho de 1957, filho de Albino Meyer e Odila Meyer, e traz seu apelido, desde os tempos de infância recebendo por ser "meio pesado", o apelido de Chumbito que mais tarde, graças à mania nacional de abreviar tudo, resultou no atual Bito. Até os treze anos de idade, viveu em Alegrete, Rio Grande do Sul, onde vivia em constante contato com a vida ao ar livre, o campo, a fauna e a flora local.Certa ocasião acompanhou o pai numa pescaria, fato que acabou se tornando na faísca que faltava para incendiar a fogueira. Daí para frente a sede de mato era tanta, que resolveu ingressar no escotismo, onde permaneceu alguns meses, até descobrir, que sabia mais que eles. Mais tarde voltou para Curitiba, dando continuidade aos seus estudos. Em janeiro de 1970, num belo fim de semana, resolveu conhecer, em companhia de três colegas, o então desconhecido (para eles) Marumbi. O quarteto resolveu subir o Abrolhos, num passeio que prometia ser um sucesso, se não fosse o fato de na descida, terem entrado na picada do rio seco, que obrigou o destemido quarteto a mais de seis horas de penosa caminhada até chegarem a Estação do Marumbi. Naquele dia, Bito jurara, por tudo que é santo, que não voltaria mais ao Marumbi.De fato, como todo montanhista que se preza, no dia 14 de março voltava ao Conjunto e fazia a sua primeira escalada "técnica", a Bandeirantes no mesmo Abrolhos.Em meados de 1970, Bito e mais alguns amigos, resolveram conhecer o Anhangava. Saíram de Quatro Barras, traçando uma linha reta até algumas paredes que viam a distância e que não tinham a certeza ser o Anhangava, pois ninguém em Quatro Barras, sabia onde era o tal morro Anhangava. Os nativos apenas conheciam o morro da Santa. Na falta de informações mais precisas, saíram transpondo fazendas, casas, riachos, correndo de cachorros, até chegarem as almejadas paredes. Esgotaram todas as possibilidades que as pedras ofereciam escalando sempre com segurança de cima, pois a maioria das vias escaladas não estavam grampeadas.<br />Daí para frente, não sossegou mais tendo virado todos os cantos da Serra (Serra da Prata, Pico Paraná, Arenitos de São Luiz do Purunã, algumas grutas, etc...) e que culminou com a 1ª Expedição Brasileira em 1973, ao Pico Illimani (Face Oeste) na Bolívia, onde escalou gelo pela primeira vez, acompanhado dos amigos Danilo, Leonel, Inglês. No Brasil, conheceu quase todas as montanhas escaláveis incluindo à "Pássaro de fogo" no Rio de Janeiro, tida como uma das escaladas mais difíceis no Brasil.<br />Bito é um incansável defensor da "escalada com segurança de cima", pois acredita que este sistema de escalada oferece mais vantagens do que as rotas pré-estabelecidas (grampeadas). A escalada com segurança de cima, oferece condições supremas e de todos os níveis aos montanhistas, que precisa seguir uma linha prefixada, ganhando assim mais liberdade nos movimentos, que por conseqüência tornam-se estes movimentos mais harmônicos. Com este sistema, o montanhista pode escapar naturalmente das situações que a pedra lhe impõe, de acordo com sua situação, condição e capacidade afinal, "a montanha não é um inimigo a enfrentar e sim um amigo a freqüentar".Bito cita o caso da via Principantes (no Anhangava), escalada que muitas vezes subiu em livre com segurança de cima, sem maiores dificuldades, até que um dia colocou-se um verdadeiro paliteiro no local, desvirtuando uma belíssima rota natural. Bito, vêm de um tempo, onde o importante era escalar e conquistar, pouco importando se batia ou não grampos. Hoje em dia, existe a mania de considerar rota conquistada somente as grampeadas, que muitas vezes levam nomes pomposos, e que nem sempre são concluídas, porque seus autores não conseguem entender que alpinismo não é uma coisa doméstica.<br />Alguns montanhistas infelizmente estão mais interessados em publicidade em torno de seus nomes, em entrarem para a posteridade batizando alguma escalada, do que propriamente, em escalar.Na década passada, Bito recorda-se que o montanhismo era feito "meio na louca", laçava-se grampo, amarrava-se corda na cintura, usava-se de tudo que é meios e artifício para subir, todo mundo se bitolava no Anhangava. Nesta época conheceu Leonel Mendes, com quem iniciou uma parceria que perdurou por muitos anos. Leonel na época, não praticava alpinismo com freqüência, mas tinha sólidos conhecimentos de tudo que se passava no montanhismo europeu e americano, através de revistas e periódicos que recebia.Assim começou uma espécie de intercâmbio de informações onde Leonel entrava com os conhecimentos técnicos e Bito com conhecimentos práticos. A dupla tinha uns lances pitorescos, pois quando iam a montanha, invariavelmente um vestia uma camiseta verde, e outro uma camiseta amarela, o que naturalmente provocara risos e gozações por parte dos colegas. Engraçada ou não, a dobradinha verde-amarela era incansável, e entre outras escaladas fizeram todas as fendas da Esfinge, a Oeste em todas as suas formas e todas as escaladas do Parque do Lineu, também foram escaladas por Bito em solo.A dupla, além de esforçada tinha grandes ideais, pois almejavam atualizar o montanhismo paranaense, colocando-o entre um dos melhores do mundo. Mas esta pretensão, era no sentido de não se submeterem. Bito em muitas ocasiões chegou a passar a imagem de arrogante, por suas posições neste sentido.Esta vontade ferrenha de evoluir e melhorar, levou Bito a pensar na criação de um clube onde aficcionados do esporte, pudessem conversar, trocar idéias e se atualizar. Bito recorda que era frustrante ver os jovens da década passada irem para o Marumbi, passarem seu tempo entre "bebedeiras e mulheradas" enquanto os veteranos dedicavam-se as suas caminhadas, que tampouco interessavam aos jovens. É verdade, que este problema existe hoje em dia, mas com uma diferença fundamental, que entre as "mulheres e bebedeiras" existe um bom grupo de jovens interessados e que praticam alpinismo.O Clube Paranaense de Montanhismo nasceu de uma brincadeira de crianças, um sonho, que aos poucos foi ganhando contornos de realidade. O Clube, passou alguns anos sem ter existência jurídica (estatutos registrados, atas, etc...) mas tinha existência física. Deu-se o nome, criou-se o distintivo, que aliás, foi extraído de um Clube de Montanha do Canadá. Para que o distintivo não fosse exemplo de um plágio gritante, providenciou-se algumas mudanças trocando-se a neve que existe no original por nuvem, e o pinheiro canadense por uma regionalíssima araucária. Bito acha que o Clube atualmente, atingiu uma proporção difícil de acompanhar, talvez por estar afastado algum tempo do Clube pois mora em outro Estado. Mas, apesar de não poder sentir toda a realidade em torno do CPM, acha que o Clube está bem assessorado, e tem bons amigos, como a ADEA, ITC, SUREHMA, SECRETARIA DO INTERIOR entre outros, e isto é muito promissor.Quanto aos sócios, sentiu que a gurizada (que me desculpem) está muito devagar. Falta pique pra moçada. Outro problema é a desunião, formação de alguma "panelinha", autoridade no sentido de ter que esperar uma ordem para aprender, quando a pedra está ali, bastando apenas ir a ela. O pessoal confunde alpinismo com "boulder", que não passa de uma brincadeira para passar o tempo. Quem sobe o meio fio de uma calçada, ou tropeça numa pedra está fazendo "boulder". Que não fiquem perdendo tempo, medindo quem tem melhor técnica pois de nada adianta saber fazer um 10º grau Sup. Se não consegue transcender o menor amor por aquilo que está fazendo.Bito, sempre soube se relacionar muito bem com os jovens, por isso, ao término desta entrevista, solicitamos, que transmitisse um pouco de sua experiência a nova geração de montanhistas, através de algumas palavras. Finalizou esclarecendo que a base de seu entendimento com os jovens, sempre foi o respeito recíproco, e não ficar "podando" os meninos, cada vez que tentam externar sua vontade, não o seguissem, e tampouco copiassem outros alpinistas. Usem de toda a sua espontaneidade e liberdade para criar. E acrescenta, que não coloquem ninguém em pedestais distantes demais, pois a distância acaba impedindo de ver, do que esta pessoa é feita.<br /><br />Só se aprende a escalar indo a pedra, de outra maneira a coisa não acontece. Ir a um Clube não basta, mesmo porque um Clube somente será de montanha, à medida que seus sócios freqüentarem a montanha. Vençam suas próprias limitações, quebrem seus próprios recordes, lembrando que só vai ser alpinista, quem estiver na pedra. Quando descer, enrolar a corda, a coisa transforma-se em papo e marola. Stamm* já dizia, quem quer escalar "pega a mochila e se manda". Atualmente Bito Meyer reside em São Paulo e mantém junto com Karina Filgueiras o site especializado em escalada Brasil Vertical.</span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">"Eu escalo, simplesmente jogo o jogo, e não como se fosse uma penitência, mas sim, como uma dádiva." </span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Bito Meyer</span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Fontes: CPM - Boletim Informativo Bimestral nº 06 - maio/junho de 1985; Site Brasil Vertical*Rudolph Stamm - Um dos grandes nomes do montanhismo paranaense, um dos conquistadores do Pico Paraná, entre outras montanhas do estado.<br /></span></div></div></div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-62538631357988548362009-07-31T13:48:00.000-07:002009-07-31T14:03:48.298-07:00Pedra do Baú conquista da via Cães e Caravanas em 2008<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUluBZ8DDOk2wLQYqC8_j-KlBFVXeuKxukwfu468ofL1y3kUKLNE3IspxxY6anngJfoqMMOpjwMRyaug4GDq-pVtn3dXMNSFKq4CDDO0Y1Af3QNoON0pG0vvY-o8v6Z2cMwGJpd1XkN4/s1600-h/Lau+out+Ba%25C3%25BA+C%25C3%25A3es+2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364732612256403250" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUluBZ8DDOk2wLQYqC8_j-KlBFVXeuKxukwfu468ofL1y3kUKLNE3IspxxY6anngJfoqMMOpjwMRyaug4GDq-pVtn3dXMNSFKq4CDDO0Y1Af3QNoON0pG0vvY-o8v6Z2cMwGJpd1XkN4/s320/Lau+out+Ba%25C3%25BA+C%25C3%25A3es+2.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;"><strong>Conheça a história da conquista de uma nova via de escalada na Pedra do Baú<br /></strong><strong>Cães e Caravanas (6º VIIb (A1+/VIIIb) E3 </strong></span></div><span style="font-family:arial;"><div align="center"><br /></div></span><span style="font-family:arial;">A via Cães e Caravanas, na face norte da Pedra do Baú, estava em nossas cabeças há mais de um ano, e o Bito Meyer já a tinha visto em 1994, quando esteve conquistando outra via na mesma face, a Distraídos Venceremos. Enquanto estávamos conquistando o Campo Escola CEU (CECEU), um local de treinamento que veio suprir a necessidade que havia na região de vias onde o escalador iniciante pudesse praticar com segurança e ambiente as técnicas de escalada, aproveitávamos para namorar a parede a nossa frente, sabíamos que ali esperava por nós, um tesouro do Baú. A Cães e Caravanas é uma via com enfiadas cheias da mais pura escalada em livre, num misto de proteção móvel e fixa. A via ficou bastante esportiva para uma via na face norte do Baú, que é desafiadora e difícil e com pouquíssimas vias, e mesmo estas vias com poucas repetições, devido ao grau de dificuldade e de comprometimento necessários para encarar essas vias.O trabalho seria árduo para mim e para o Bito, pois nossa intenção era fazer um ataque de vários dias e dele sair com a via pronta. Para isso precisávamos planejar e cuidar da logística de parede, como: levar água (3 lts/dia por pessoa), alimentação, equipos, cordas, mosquetões, móveis, costuras, fitas, equipo pessoal, todo o material de bivaque, saco de dormir, roupa, anorak, primeiros socorros, etc, totalizando, por baixo, uns 150 quilos de carga. </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuREhhFfCENSZjrDGjUJFMK54p4GebkAlUOf631P3Eu5qwd_G_X_q6f4Pj2gabrSHgrkLxpOUQcEZYnYjMtAjoYv7R0IK5SSwSI7xyDRgt4IjcKXWM24x6PjPuvIUT9CZk6dt77hoU7dIS/s1600-h/Karina+batendo+a+prmeira+chapeleta+da+C%C3%A3es.JPG"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEdlSnyeP-kn74aNFiQKQ5b0pbjuHT2mVxgCxDtv9K2hSM5gN5oHa53mTLd07NiAClFFWEnQ67Cc1NVBZ8hDlWrDXJBToMvH4bra9MhZj6rky6Ffktx9pZjHTGRITRNWn3GqD8Wp6i1re_/s1600-h/Bito+rapelando+depois+de+um+dia+cheio.jpg"></a><br /><br /><span style="font-family:arial;"><strong>Transporte</strong> </span><br /><span style="font-family:arial;">Começamos o transporte de água algumas semanas antes e durante este período tivemos a ajuda de vários amigos e carregadores, cada um levava um pouco do equipamento e assim conseguimos botar tudo no platô. Era impressionante ver o Bito com suas bengalas canadenses (que tem que usar para caminhar em trilhas depois da fratura na perna que sofreu anos atrás e que causou o enrijecimento da articulação do joelho), carregando uma mochila cargueira com 20 quilos. Só mesmo tendo o “espírito do montanhismo dentro de si”. Com todo o material no platô, nos restava partir para a via. Desde o início nos propomos a ir trabalhando juntos e dividiríamos todas as responsabilidades da conquista, inclusive guiar, o Bito guiaria uma enfiada e eu outra, mas eu estava tranqüila, afinal tinha o “mestre” Bito Meyer do meu lado. Esta era a via mais séria que iria encarar, até agora tinha conquistado vias curtas e apesar de eu estar acostumada às grandes paredes, como de Yosemite, quase tudo que eu havia escalado até agora, foram repetições de vias, ou seja, eu tinha como referencia que 'alguém' passara por ali, mas agora eu me moveria por caminhos “virgens”.</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMnObiHJEOrl6fp33jObBSVEHEOMqG4LvOAiOReWYTRkKlu357oOscO_VVNKJ2TR0u5BIotg8MMnc7ZRXnlBcDJU5FxsNQOuyzNjIE5VSyiFOuOKOluE7QOO0nH5QlAOMiasYLP75HP5jn/s1600-h/Karininha+Rock+and+Roll.JPG"></a><span style="font-family:arial;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikXVhiWflCwvw5wnKlJhod3jvge2jSEPZe8a91XyVb8-BvVYObCjtWn9FRzZYXWm74kK3-xEZ79gQAHTbdQrPlBN2k6P7xX6JebKyHfJNNTWtohhtx6sj_NGtsqNLWPLbzejlM1un-21Jp/s1600-h/Karina+guiando+a+tranversal+Du+Loren.jpg"></a><br /><strong><span style="font-family:arial;"></span></strong><br /><strong><span style="font-family:arial;">Entrando no desconhecido</span></strong><br /><span style="font-family:arial;">Escolhemos iniciar a conquista desde o platô do “MSP”, por uma fissura desafiadora, que ganho como presente e saio para o desconhecido, guiando por um terreno sem chapeletas com a responsabilidade de “criar Montanhismo”.A fissura é toda com boas colocações para proteções móveis (peças removíveis que colocamos na rocha). No início é relativamente fácil fazer as colocações das proteções, porém a fenda é formada por uma laca fina, e eu suspeitava que ela poderia quebrar com qualquer queda e no meio do desconhecido. Sem saber exatamente o que você vai encontrar e como seria o próximo passo, o meu coração dispara e tenho que trabalhar muito bem a cabeça para o pânico não “bater”. Depois de alguns minutos volta a concentração e eu consigo focar minhas energias e arrisquei-me na parede acima. Bato apenas duas chapeletas (proteção fixa) nesta cordada e chego a um platô, perfeito para uma parada.A primeira metade da via foi aberta com martelos e talhadeiras e a segunda parte foi com uma furadeira à bateria, o que tornou, em partes, o trabalho de grampear mais “fácil”. Mas para eu poder usar a furadeira e até mesmo me sentir a vontade e merecedora deste conforto tecnológico e conquistar esta via com o Bito, tive que bater (na mão) 8 furos numa tarde (aí nasceu a Tapa na Pantera, outra via que abri junto com o Bito em um outra região em que estamos abrindo um novo Campo Escola).O Bito entra para conquistar a próxima cordada, e de cima já aviso, “ta ficando linda”. Agora, mais uma fissura para peças pequenas, e sai em natural e assim foi, fomos revezando a cada cordada. A via tinha a característica das grandes vias de parede e estávamos preparados para tudo. Pensávamos que iríamos encontrar uma parede bastante trabalhosa, com trechos longos em escalada artificial, mas a cada cordada encontrávamos uma linha em livre, que nos levava a fazer um trabalho de escalada esportiva, forte, intensa e comprometida, e era muito bom saber que a via estava saindo em “natural”.<br /><strong></strong></span><br /><span style="font-family:arial;"><strong>Conceito</strong></span><br /><span style="font-family:arial;">Com o fato da via sair em natural, decidimos conquistar a via com um conceito bastante moderno e arrojado, pois a via tem graduação alta e as quedas acontecerão, porém são relativamente seguras para quem for repetí-la. Relativamente segura porque não grampeamos (não colocamos proteção fixa) onde era possível usar proteção móvel, o que aumenta o grau de comprometimento.Decidimos também fazer enfiadas curtas, pois a escalada ia mudando de forma a cada 20/30m, como se fosse separada por setores, e cada trecho é diferente do outro. Todas as paradas (local onde ocorre o fracionamento da escalada) estão muito bem protegidas, algumas com três chapeletas.Quando você leva uma queda, um vôo, numa falésia (parede pequena de rocha), já é adrenante, imaginem só isso acontecendo numa parede de aproximadamente 350m de altura, aérea e exposta. A via ficou maravilhosa e causou muita curiosidade e excitação na cidade e na galera escaladora, que acompanhou a nossa escalada dia-a-dia e viam nossas luzes de lanterna parede acima durante as noites. Fendas, faces verticais, regletes, negativos, teto, tinha de tudo e a cada metro que passávamos, o Bito me dizia “a escalada acontece de 2 em 2 metros, vamos em frente e com calma”. E eu ia desfrutando desses momentos...Seguindo as agarras chegamos à última cordada da via. Dali o Bito guia uma transversal de aproximadamente 20m, sem proteção em meio a pedra podre a qual chamou de “Benvindo a Ixtlan” (grau sugerido Vsup E3 E4 - grau de exposição a confirmar), chegando embaixo de um teto gigante, coberto de um líquen amarelado e de minério que reluz com a luz do sol.Teto - Bito equipa (coloca proteções fixas) o teto em A0, para que as pessoas possam repetí-lo, já que a via é toda em natural, e depois eu começo a conquistar os últimos 20m. Depois de muito esforço e duas quedas, consigo sair de “Ixtlan” pelo “caminho do Nagual” e chego ao cume do Baú. O Bito tinha razão, também aconteceu comigo... já não sou a mesma pessoa...<br />Logística e PlanejamentoPara esta investida estávamos programando de cinco a sete dias de parede. Como éramos apenas em dois, o trabalho pesado era intenso, além da escalada propriamente dita.O pior e mais desgastante era fixar cordas, jumarear (ascender pelas cordas), limpar a via (retirando as proteções colocadas pelo guia), passar horas na mesma posição fazendo a segurança do seu companheiro, içar os equipamentos, fotografar, fazer comida, economizar água limpando as coisas, ficar atento às condições climáticas, derreter embaixo do sol e depois congelar no início e no final do dia, enfim... nem tudo era brincadeira e esporte, uma trabalheira enorme, que terminava normalmente às 20h, dentro de nossos sacos de dormir. No dia seguinte acordar cedo, com as mãos já inchadas, cortadas e doloridas, começar tudo de novo, um trabalho difícil, cansativo, comprometedor e lógico arriscado.Tentávamos tomar um bom café da manhã, mas nem sempre era possível. A tensão do dia que viria pela frente e a sensação de descoberta e do desconhecido que estava na nossa frente, nos deixavam com uma certa “inapetência matinal”.Preparava um lanche, guardava na mochila e começava o dia ascendendo pelas cordas, interminavelmente, com enormes mochilas nas costas tantas vezes, que chegava a esquecer da altura.</span><br /><span style="font-family:arial;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:arial;"><strong>O balanço</strong></span><br /><span style="font-family:arial;">Depois desta conquista, aprendi muito sobre escalada e conheci também um novo lado do Montanhismo: a sua expressão mais pura e anárquica. Apesar de estar acostumada a escalada de grandes paredes e de já ter escalado vários big walls, permanecendo até cinco dias na parede e em várias regiões do mundo, cheguei a conclusão que a magnitude da conquista de uma via como esta é inigualável.O Comprometimento, o Companheirismo, a Cumplicidade e o Entendimento do Universo que rege essa harmonia entre os três elementos de uma escalada, que são, Você, seu Companheiro de cordada e a Parede, esses momentos são únicos e ao mesmo tempo inexplicáveis. Você se expõe de todas as formas e arrisca sua vida na ponta da corda e passa a conhecer de onde vem a força desses homens e mulheres, “originais e verdadeiros” que enchem nossos corações e espíritos com histórias de montanhas cheias de determinação, comprometimento e paixão.Concordo com o Bito quando ele diz que a conquista ou abertura de uma via como esta é um trabalho autoral, intelectual e que reflete muito do seu íntimo, e porque não dizer que é uma expressão artística do seu universo e da sua capacidade de criar e ser original.<br /><strong></strong></span><br /><span style="font-family:arial;"><strong>Um pouco dos números</strong></span><br /><span style="font-family:arial;">Não sei exatamente quanto utilizamos para realizar esta via, mas aqui vão alguns números:<br /></span><br /><span style="font-family:arial;">Equipamentos: · 5 cordas de 60m (2 dinâmicas, 2 estáticas e 1 retinida)· 50 mosquetões soltos· 20 mosquetões de rosca· 20 costuras longas· 1 jogo de Camalots e Nuts (peças móveis para proteção - total 20pçs)· 6 ganchos (cliffs)· 15 fitas diversas· 56 chapeletas com chumbadores, batedores e martelo, brocas, furadeira· 2 mochilas de ataque· 1 mochila cargueira· 1 haul bag (saco de lona plastificada super resistente).Equipamentos de acampamento:· sacos de dormir· sacos de bivaque· isolantes térmicos· fogareiro· utensílios de cozinha· head lamps· primeiros socorros.· Além de tudo isso ainda há a alimentação de todos estes dias, carregadores e combustível do veículo nas diversas viagens de São Paulo à Pedra do Baú.<br /><strong></strong></span><br /><span style="font-family:arial;"><strong>Classificação da Via<br /></strong>Nome: Cães e Caravanas<br />Conquistadores: Karina Filgueiras (40) e Bito Meyer (51)<br />Graduação Sugerida: 6º VIIb (A1+/VIIIb) E3<br />Descida: pelas escadinhas a partir do cume. Os rapéis da via são possíveis de qualquer trecho com duas cordas de 60m. A partir da P6 o rapel fica trabalhoso e com grandes pêndulos (não recomendamos para quem não estiver habituado a este tipo de situação).<br />Distância de Trilha: aproximadamente 1 hora com carga.<br /><br /></span><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;">Download do CROQUI: </span><a href="http://www.brasilvertical.com.br/antigo/index.html"><span style="font-family:arial;">http://www.brasilvertical.com.br/antigo/index.html</span></a><br /><br /><span style="font-family:arial;">Matéria PublicadaPortal Webventure em 22/07/2008</span><a href="http://www.webventure.com.br/vela/conteudo/noticias/index/id/23107?pag=1"><span style="font-family:arial;">http://www.webventure.com.br/vela/conteudo/noticias/index/id/23107?pag=1</span></a><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Outras Publicações<br />Brasil Vertical </span><a href="http://www.brasilvertical.com.br/antigo/index.html"><span style="font-family:arial;">http://www.brasilvertical.com.br/antigo/index.html</span></a><span style="font-family:arial;">Wilo Montanhas </span><a href="http://montanhas.wordpress.com/2008/07/22/via-nova-no-bau/"><span style="font-family:arial;">http://montanhas.wordpress.com/2008/07/22/via-nova-no-bau/</span></a><span style="font-family:arial;">Blog do Baldin </span><a href="http://blogdobaldin.blogspot.com/2008/07/nova-via-na-pedra-do-ba-sp.html"><span style="font-family:arial;">http://blogdobaldin.blogspot.com/2008/07/nova-via-na-pedra-do-ba-sp.html</span></a><span style="font-family:arial;">Pempem Blog </span><a href="http://pempem.blog.uol.com.br/arch2008-07-20_2008-07-26.html"><span style="font-family:arial;">http://pempem.blog.uol.com.br/arch2008-07-20_2008-07-26.html</span></a>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-41681218839742616062009-07-30T15:04:00.000-07:002009-07-30T15:12:41.709-07:00Eu, a via Leste e as Sete Borboletas 20 anos depois<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt2A3s4jQWieREMif1JGbD9Sn4kzDAZLiVwrgdqW5kiOw-HeMCHDsMrR3K5cKJCvqVW1LQfLwJuRTd06PgW8Pq0PymCy7l9etJ07wHzSmWiBYxDMjVMj3PRirL0GNAzk7fiTPTzImzM1w/s1600-h/pico+Maior+Salinas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364379297118169826" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 182px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt2A3s4jQWieREMif1JGbD9Sn4kzDAZLiVwrgdqW5kiOw-HeMCHDsMrR3K5cKJCvqVW1LQfLwJuRTd06PgW8Pq0PymCy7l9etJ07wHzSmWiBYxDMjVMj3PRirL0GNAzk7fiTPTzImzM1w/s320/pico+Maior+Salinas.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;"><strong>Eu, a via Leste e as Sete Borboletas 20 anos depois</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:arial;"><strong> por Bito Meyer - Ano 2007</strong></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span> </div><div><span style="font-family:arial;">Portal Brasil Vertical.com.br <a href="http://www.brasilvertical.com.br/antigo/m_escala_bv91.html">http://www.brasilvertical.com.br/antigo/m_escala_bv91.html</a></span></div><div><span style="font-family:Arial;"></span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Hoje uma multidão se formou ao redor do montanhismo e da escalada, principalmente ao redor da escalada, que assim como o skate e o surf, a escalada esportiva tem seu yehh!Hoje já temos platéia para campeonatos e festivais, temos a galera do gargarejo e os que saltitam ao redor do assunto para dar palpite, os agregados ou aqueles que tentam ganhar um troquinho com a bagaça e de preferência sem ter que gastar com o assunto. A escalada tomou um rumo atlético, quase olímpico e hoje existem todos os tipos de escaladores, desde o casual, até o que se dedica a treinos e todo o tipo de metodologia para ganhar um pouco mais de força e com isso “subir o grau”.Alguns são verdadeiros guerreiros, jogam o jogo “de frente para a rocha”, outros são escaladores, que nem precisam saber escalar, pois são tão fortes, que se puxam para cima e fica sem graça vê-los escalar, pois nada mais que força, eles tem a oferecer a quem esta assistindo e nada acrescentam ao esporte, e coisas como: beleza, precisão, harmonia, técnica e etc, são como que desnecessárias para uma escalada de 30mts, com chapeletas a cada metro.Apesar de eu treinar, praticar a escalada esportiva, de viver brigando com vias esportivas e subindo pedras de todo o tamanho, como uma maneirade manter-me treinado, mesmo antes da escalada esportiva ter sido inventada e de viver no meio deste assunto, dos graus, dos manos, das minas, do super cara, da super via, do super hiper, começava a imaginar a possibilidade de repetir um solo. Uma via que eu fiz 20 anos atrás, também em solo, aonde a força e o grau, pouco me ajudaram. Uma via simples e fácil, a Via Leste no Pico Maior de Friburgo (5°+ 6º, aderência, agarras e com 800mts de extensão) no Parque Estadual doa 3 Picos-Salinas.<br />Para fazer uma via em solo são necessários alguns requisitos que estão além da força, da competição e da vaidade. É necessário, comunhão, religiosidade ou espiritualidade e desprendimento, entre outras coisas, mas é possível também, fazer só com sangue frio, assim como os heróis, como Stalone e o Cruiser, a diferença esta na hora em que dá “merda”, ou na hora que a última queda acontece: Quem esta caindo? Um montanhista ou um herói.<br />Uma das principais armas para um solo, é que você acredita ter a capacidade de resolver todos os problemas que a via impõe. De manter sua atenção ativa e também ver os perigos objetivos e subjetivos, antes que eles te abocanhem, cabendo a você, desistir da escalada ou resolver a “parada” a sua frente. O resto é respiração, atitude e movimento.<br />Mais que nunca, você deve estar só, ciente de suas intenções, capacidade e responsabilidades e não no meio de uma turma, deixando a todos preocupados com a situação e com a responsabilidade de ter que resgatá-lo, se der tempo, ou ficar com uma cena horrorosa para sempre em suas cabeças e ainda por cima ter que fazer a faxina. Ate então só sei de duas pessoas que a solaram, algumas vezes e inclusive outras vias nos 3 Picos e é possível que alguém mais já a tenha solado. Hoje em dia creio que os escaladores modernos sobem essa via correndo de costas, com os olhos vendados e de chinela ou a sobem de bicicleta e a descem de skate, mas realmente, não sei o histórico de suas repetições.<br />Minha experiência com essas montanhas fora deveras emocionante. Vinte anos atrás, tinha ido ao Rio de Janeiro com a idéia de solar a Via Leste (historia que conto na trilogia que pretendo publicar no final de 2008) e acabei solando-a na companhia de Sergio Tartari e Alexandre Portela , em menos de 2 horas. Passados alguns dias, Ale e Eu solamos a via Fata Morgana, no Capacete, apenas alguns dias depois desta a via ter sido conquistada. Na mesma temporada escalei com Ale e Sergio, encordados , a via Arco da Velha e o resto dos dias ficamos fazendo boulders. Depois disso, nunca mais havia voltado aos 3 Picos.<br />Vinte anos depois a hora de voltar acontecera. Retorno aos 3 picos, acompanhado de minha companheira de cordada, Karina Filgueiras, com a idéia de mandarmos a Leste o mais rápido que pudéssemos. Durante a viagem eu pensava na possibilidade de solar novamente, mas muita coisa tinha se tornado mais uma historia em minha cabeça do que realidade e as recordações que eu tinha desta experiência eram mais lembranças do que referência.Eu estava curioso se eu teria ainda os elementos necessários para escalar essa via em solo, depois deste tempo todo, logo Eu, tantas vezes enterrado por uma galera meia boca e apressados na fama. Mandamos a via muito rápido, Karina guiou a escalada toda, voou pela parede e apesar de termos errado uma parte da via, o que nos custou um bom tempo para consertar, conseguimos completá-la em menos de 4hs.Pronto! A idéia de solar começara a tomar proporções de realidade. Algumas semanas depois retorno a Salinas, com a idéia de fazer uma investida para reconhecer uma parte da via, que para min era como um buraco negro, nas minhas lembranças e mesmo tendo feito a via recentemente, existia um trecho apagado na minha mente e eu tinha que resolver issoantes entrar na parede. Recentemente havia comprado um tênis(sapatilha) da mad rock com a sola ultraaderente e na primeira usada, o tênis rasgou.Escrevo para a Mad Rock e explico o caso. Eles me respondem, pedindo desculpas pelo que aconteceu com o produto deles (se preocupam inclusive em saber se nada de mal tinha acontecido comigo e para me ressarcir), pedem para que eu escolha o tênis(sapatilha) que quiser. Faço minha escolha e algumas semanas depois chega em casa, sem despesas e sem “encheção de saco”, sem contestar o uso, um tênis(sapatilha) e sem ter que devolver o rasgado, que o conserto e vou com ele vou para os 3 Picos, pois já estava amaciado e o solado FX da Mac Rock,tem uma boa aderência.Subo ate a primeira chaminé, escalo e desescalo o trecho que eu tinha curiosidade e fico em dúvida por onde continuar pois, quando fiz com a Karina, passamos tão rápido que eu não lembrava por onde era a Via. Faço uma tentativa e erro o caminho, me meto numa merda sem tamanho e fico alguns minutos decifrando como descer dali e não faltando elementos para compor esta situação, meu tênis descola. (o remendo que eu fizera com cola vagabunda se desfaz) tornando o uso do tênis impraticável e meu solo ficaria para outra situação. Enfim, desço com segurança, com os dedos do pé fora do tenis.Agora mais que nunca a idéia estava formada, era hora de solar a Leste doPico Maior, vinte anos depois. Calma! É uma via fácil; com 800m, duas chaminés do tamanho de um prédio, que para fazer com minha nova configuração de movimentos, já que depois de meu acidente, perdi a mobilidade do joelho direito, tenho inventado uma nova safra de movimentos que docemente me ajudam a escalar. Confesso que para fazer a triangulação com as pernas dentro de chaminés é uma barra, pois além de ter que fazer uma força a mais , tenho que ser técnico, criativo, saber o que eu estou fazendo e mais que nunca ter confiança na sola e no shape de meu tênis de escalada. É fundamental; eu tenho vários tênis de escaladas e de varias marcas e de diferentes solas, mas escolho, para esta escalada, um tênis nada conhecido, fabricado no leste europeu, sem nome famoso e muito barato, pois sou muito exigente com a qualidade de meus calçados de escalada, este tênis havia me surpreendido e depositava minha total confiança nele, pois era preciso, confortável e aderente, não soltava as tiras e o chulé não sai.Novamente, algumas semanas depois, volto a os 3 Picos, com a pior previsão do tempo possível(já é novembro), chuvas , mais chuvas , muitas trovoadas, ventos, pressões e frentes frias. Mesmo assim fui para a base avançada que é o Refúgio Republica 3 Picos do Mascarim e lá fiquei 3 dias tomando café e olhando o tempo e seu comportamento. Todos os dias foram de vento, chuvas em algum período, do dia ou da noite; só me restara apostar noúltimo dia que teria disponível para esta tentativa. Dia este, em que meus 15 dias de pesquisa sobre o tempo, era para ser um dia ruim, mas algo me dizia que era para eu apostar na possibilidade de ao menos não chover enquanto escalava. Chuva na descida não seria problema. Na madrugada quando despertei para a escalada e abri a porta da barraca, vi que o dia começava a nascer como um verdadeiro dia de montanha ,em preto e branco, tudo fechado, a montanha estava coberta de nuvens e os ventos fortes, as fazia dançar como ninfas, como bailarinas, rodando ao redor da imensa paredes como se lambessem e se esfregassem nas paredes como dançarinas dos filmes do Tarantino, sedentas de sangue e sexo selvagem e eu sabia a proporção pequena que o corpo de uma pessoa ocupava naquela parede e a cena era assustadora. Imaginar uma pessoa agarrada na parede com aquelas criaturas rodando ao seu redor agarradas e dependuradas nela, esperando que ela caia e espalhe carne, vísceras e melecas, parede abaixo, deixando para os amigos o serviço de faxina. Cheguei a ouvir as gargalhadas delas, chamando-me para cima, com movimentos de mão e com um sorriso libidinoso nas suas caras de vampirela. A cena era horrível senti um arrepio na espinha que gelou a alma, voltei a dormir; 2 minutos depois desperta o relógio, eram quase 5 horas e os primeiros embaixadores da luz, já começam a chegar e o dia despertava; a parede estava coberta de nuvens e um forte vento, hora mostrava a parede e hora, a escondia. Tomo meu café, pego minhas bengalas e minha mochila e começo a caminhar, sem pressa, como se dando ao tempo, o direito de piorar. Subo até a base da Leste sem olhar para cima, deixando esse espetáculo para quando estivesse bem embaixo dela, para ver se o tamanho da parede me assustaria e então, eu pegaria minhas coisas e desceria, tomar mais café e praticar montanhismo verbal. Mas ao olhar para cima, uma parede bela e fantástica, se erguia na minha frente e as nuvens agora a adornavam, tornando-a mais sedutora e o fato de não ter mais mingúem na montanha dava um ar de intimidade, de cumplicidade e era muito sedutor. Fico 1 hora namorando a parede e esperando que a chuva caia, escuto umas trovoadas distantes e a espera causa ansiedade e então, começo a subir.Levo na mochila uma corda de 40 m para descer, 3 mosquetões, água, lanches e diversões. Subo com a idéia de chegar até a primeira chaminé e esperar pelo tempo, que continuava a me assustar, mas a parede estava seca. Subo com as nuvens brincando ao meu redor e o vento inflando minhas calças e gelando meus testículos, só para ver como eu reagia. Para chegar na base da primeira chaminé, encontro a parede molhada e escalo este trecho com muito cuidado e em 1h estou na base dela. Ela me impressiona, era como se fosse uma gigante escultura e eu não via a hora de tocá-la. Mas, espero mais de 1 h embaixo da chaminé, deitado num pequeno platô, esperando pela chuva, não faz frio, faço um lanche e no meio daquela ventania consigo enrolar um cigarro e fumo com parcimônia. Aposto que a chuva não vem e então levanto para voltar a escalar mas, ao levantar, me dá um “branco”, minha cabeça gira, minha visão some , depois me dá um “preto”, minha cabeça balança e minha visão continua apagada e milhares de bolinhas prateadas dançam na minha frente, lentamente volto ao “normal”. “Pô maior barato! Ai!”.Começo a subir, essa chaminé orna comigo é cheia de agarras e é possível subir rápido, faço a saída da chaminé, que e´ “muitolouca” uma saída levemente negativa com uma passarela de pés bordejando o vazio, alucinante... Chego ao platô, reboco a mochila e olho para cima procurando pela passagem que eu procurava. Eu tinha, obtido com a galera alguns betas, mas eu não lembrava aonde eu entraria para esquerda e nem como era a seqüência de agarras, eu teria que achar a passagem de primeira, para não perder tempo e para a chuva não me pegar neste trecho. Começo a subir e logo encontro a tal passagem, mais abaixo de onde antes eu havia me metido numa roubada. A parede é em pé e os movimentos são lindos e embaixo de você 600m de parede e vazio assistem seus movimentos e eu, que de tão absorto, tinha até odireito de me divertir e brincar com o vazio.Chego no final da parede que me separa da segunda chaminé e uma metáfora me esperava como um sorriso malicioso e percebo o quebra cabeça em que estava metido....Na altura de meu peito algumas agarras sem definição e difíceis de segurar mas boas de pisar e bem acima de minha cabeça umas agarras que pareciam boas e definidas, mas eu não conseguia alcançá-las, para isso eu teria que subir o pé direito alto até as agarras do meu peito e depois de meu acidente, isto é impossível. Então tenho que fazer o movimento com o pé esquerdo e a única maneira de fazer esse movimento, era usar uma agarra trincada e difícil de segurar; levo uns 10 min tentando outra maneira de passar o lance, sem usar a tal agarra, mas não há outra maneira , invoco o poder das sete borboletas que tenho tatuadas em minhas costas e utilizo a agarra, içando-me pelo cordão prateado que une o espírito ao corpo, levito e o vento me coloca suavemente nas agarras , que de tão bom tamanho...me senti em casa.Bom... A cena não foi bem assim... Mas foi parecida!Chego embaixo da segunda chaminé, observá-la de baixo é assustador, seu tamanho, sua estranheza e suas paredes lisas, com as nuvens entrando e saindo dela e minha última experiência com ela, era desanimadora; o tempo agora estava mais cinza que nunca e as trovoadas estavam mais perto, não poderia perder tempo. Abandono à mochila na base e deixo-a preparada para ser rebocada, agora era “só” mandar a chaminé, o primeiro artificial, passar o segundo artificial e pronto, o cume. Entro na chaminé e como tenho dificuldade em fazer a triangulação na parte mais larga, vou para o fundo dela, para fazê-la em off width. Apesar de ser uma técnica mais difícil ainda era mais fácil e seguro para mim,que em técnica de chaminé media.Os últimos metros são terríveis, o vazio embaixo de mim me chamando e a lógica me dizendo que era impossível descer; chego no final dela, vazando aqui e ali, com cara de quem tomou uma surra; me recomponho rapidamente, pois na minha frente estavam as chapeletas originais da conquista, com 33 anos e que até hoje são usadas para cruzar em artificial aquele trecho da escalada; com duas solteiras começo a me puxar naquelas chapeletas feitas de lata de óleo e com seus parafusos um pouco mais grossos que um palito de fósforo , mas como diz o “cara’: se não arrebentou com o último, não vai ser comigo e levitativamente chego ao platô; dou um tempo pra cabeça e ao corpo, me hidratando e enrolo mais um cigarro e fico uns 30min, descansando e olhando o espetáculo das nuvens. O cume estava atrás de mim, podia esperar. As nuvens dão um tempo e escuto um grito vindo do Mascarin e respondo com a mesma intensidade, pois era um grito de apoio, um “grito amigo”.Fico ali olhando o vazio, as distâncias e lógico a dança das nuvens, mas começa a chuviscar e saio do transe rapidinho, se a chuva molhar o trecho, que ainda resta, terei muito trabalho para chegar ao cume e saio com muita pressa para cruzar o pequeno trecho de artificial que é composto de 4 ou 5 chapeletas tão velhas como as outras. O lance não é difícil, talvez um 5+, mas naquela altura do campeonato eu me dependurei nelas e sai dali rápido em direção ao cume. Levo a corda comigo para deixá-la marcando o caminho de volta, vou colocar meu nome no livro de cume e ver quem eram os últimos a assinar e que por sinal, eram duas feras de Friburgo que estavam também no Mascarim. Não tinha caneta para assinar o livro, então assino com um pedaço de carvão: Bito Meyer, Leste em solo, dia 19/11/07.Depois de passar a euforia de que “só o cume interessa”, lembro que o cume é a metade da escalada, agora teria que descer e os urubus que estão no cume olham com indiferença o meu pouco cadáver e eu os olho com inveja, pois teria que descer uns 800m com uma corda de 40m.Desescalo ate o platô abaixo do último artificial, escuto mais gritos. Monto minha descida naquele grampo de 33 anos de idade e vou até o começo da chaminé, deixo um mosquetão no primeiro grampo Stubai para não fazer um pendulo gigantesco e começo minha descida. Desço em “Z”, um sistema que uso para descer sozinho de grandes paredes e que apesar de em uma etapa de sua montagem ser bastante perigoso, é muito rápido e posso descer constantemente sem ter que parar para montar o rapel tradicional, a cada final de corda.Durante a descida volto a escutar vozes e percebo que tem alguém na Sol Celeste e consigo vê-los descendo em meio as nuvens. Chego ao final da parede e toco novamente o chão, recolho meu equipo e minha insignificância com muito respeito e gratidão, com o coração imenso pela oportunidade de me relacionar com a montanha da minha maneira e de ela tersido tão benevolente comigo. Termino meu ritual particular e já não sou mais a mesma pessoa.Foram 3hs de escalada, 3hs de espera e 1h e meia de descida, descida rápida para uma corda de 40m. Descobri também que num dia tranqüilo da para mandá-la mais rápido. Começo a descer imaginando uma caneca cheia de café quente e tirada na hora. Durante a caminhada de descida a rapaziada me alcança, nos cumprimentamos e paramos para comemorar, a nossa maneira, as escaladas que tínhamos feito e admirar o local onde nos encontrávamos. Ainda tinha uma caminhada até o Mascarin a ser feita. A galera sai na frente com a missão de colocar a água para esquentar, enquanto isso, eu vou descendo comminhas bengalas, satisfeito da vida. Chego ao Mascarin e sou recebido com o calor da galera, a água já estava borbulhando, agora era só fazer café e desfrutá-lo, olhar aquela bela parede, reverenciar minhas bengalas e aquela oportunidade única. Um homem de 50 anos, que nos últimos 40 anos, não faz outra coisa a não ser caminhar os caminhos traçados por um coração, simples, tranqüilo e valente.... Bem... tem horas que eu “amarelo” legal! Ai!Dedicado com carinho, a Arte, ao Sopro e as minhas sete Borboletas.</span> </div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-33457935557049151792009-07-30T14:54:00.000-07:002009-07-30T15:03:24.971-07:00A Conquista da Face Sul da Pedra Riscada<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrViOuCILOWmzpn8-R41OTfor0mLRhdecgGX3PxAz5NdAlkQwPbtVH3KRJRG2l2RyLJVn1S4KvBghPpc1nPKW9E-hhKK6cScO9RgxI5RBecl4xT2jiJS4rfP0kRgLeKMbd3f9wnRSVuKo/s1600-h/Bito+Pedra+Riscada+in%C3%ADcio.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364377178493411618" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrViOuCILOWmzpn8-R41OTfor0mLRhdecgGX3PxAz5NdAlkQwPbtVH3KRJRG2l2RyLJVn1S4KvBghPpc1nPKW9E-hhKK6cScO9RgxI5RBecl4xT2jiJS4rfP0kRgLeKMbd3f9wnRSVuKo/s320/Bito+Pedra+Riscada+in%C3%ADcio.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;"><strong>A CONQUISTA DA FACE SUL DA PEDRA RISCADA — Por Bito Meyer</strong></span> - <span style="font-family:arial;"><strong>no 2006</strong></span></div><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;"></span></div><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;">Portal Brasil Vertical.com <a href="http://www.brasilvertical.com.br/antigo/F_abert2.html">http://www.brasilvertical.com.br/antigo/F_abert2.html</a></span></div><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;"><strong></div></strong></span><br /><div><span style="font-family:arial;">Foi em 2001 que conheci a Pedra Riscada, voltando de Lajedão, uma cidadezinha na divisa dos estados de Minas e Bahia, onde se encontra a Pedra do Fritz com seus paredões de granito de aproximadamente 600m e de onde retornávamos depois de abrirmos a via “Welcome to Tihuana” (A2+ E3 D5 grau sugerido) , uma via que abri com Edemilson Padilha, proprietário da “Conquista”, onde eu trabalhava a uns 6 meses. Após um período de treinamento que fizemos juntos, partimos para nossa empreitada. Essa viagem em particular seria bem significante, pois eu voltaria a escalar após um ano parado devido a uma cirurgia que tinha feito e conheceria a Pedra Riscada e para o Edemilson, a via “Welcome to Tihuana” seria a sua segunda abertura de via em grandes paredes; mas acabamos subindo só uns 150m de via pois o final era em pedra podre e teríamos que subir furando para progredir em cliffs; preferimos descer.Na volta resolvemos ir até São José do Divino para conhecer a Pedra Riscada, o quinto maior monolito do planeta. A primeira visão que se tem dela é já na estrada que chega a São José do Divino, ela aparece imponente, parecendo uma poltrona gigante, tanto que as pessoas da cidade a chamam de Trono de Deus, ou coisa parecida.Até aquele momento existiam apenas algumas vias e a sua Face Sul estava intacta. Era um belo paredão que esperava alguém para subi-lo e esta era uma via que eu gostaria de fazer, pois tinha mais de 1000m de pedra a ser escalado, apesar da aparente ilusão de não ter mais de 400m. A idéia de subi-la a cada dia ia tomando forma em meus pensamentos. Conto ao Edemilson que trabalharia só mais algum tempo e que depois eu iria “atrás” da pedra. Esta seria a segunda vez que sairia de um emprego para subir montanhas, a primeira vez foi em 77, quando sai de um trampo que tinha em um jornal em Curitiba para ir conhecer o Itatiaia e as montanhas do Rio de Janeiro.Com patrocínio da “Conquista” para esta investida, parto finalmente em direção a “Pedra”. Convido um aluno meu, o Giorgio Zofoli, para me acompanhar. Eu o havia instruído num curso básico de escalada em Campos do Jordão,SP e ele tinha tido um bom aproveitamento, era forte e determinado o suficiente para me ajudar na empreitada que esta Escalada prometia.Lotamos o carro e partimos rumo a “Pedra”, não tínhamos pressa, escolhemos as estradas secundárias para fazer uma viagem calma e sossegada, sem o terror das estradas principais. Chegamos no local que seria nossa base e montamos acampamento. A caminhada até a base era fácil e cheia de carrapatos e mosquitos, mas privilegiada, pois, caminhávamos em meio as últimas árvores que restavam na região e que não puderam ser cortadas devido ao terreno ser acidentado demais para poder baixá-las; só restaram alguns exemplares de árvores maravilhosas num raio de muitos quilômetros. Montamos nosso acampamento junto da parede, armamos nossas redes e ficamos desfrutando do lugar. A noite um forte vento e chuva nos deram boas vindas! Pela manhã, o sol nos dava coragem!Eu teria que guiar todos os largos e o Giorgio me daria segurança e ajudaria com o içamento das mochilas. Consegui abrir 3 largos, mas ao descer para base, no final do dia, observei um itinerário melhor para subir e ao retornarmos no outro dia entrei neste novo itinerário e ficou mais rápido, mas tive que escalar 3 novos largos. A parede era composta de varias agarras, mas tinha um porém, 30% das agarras quebravam a todo o momento, ou era uma agarra de mão ou de pé, criando uma onda de adrenalina constante, eu tinha que escalar atento e volátil. Subia largos inteiros sem parar para colocar grampos e somente montava a parada para meu companheiro subir e rebocar os equipamentos. Chegamos ao Platô do Bonsai e montamos nosso acampamento de parede e nesta primeira noite uma chuva tentou literalmente nos arrancar do nosso lar provisório. Pra nossa sorte o sol saiu pela manhã e em algumas horas estávamos prontos e secos para escalar novamente. O lance a seguir era mais inclinado e se podia ver que era de muita “responsa” (um solo de 6ºgrau de 30m à vista, sem a referência de que alguém já tinha feito e com uma queda de 60m, acertando um platô de brinde!). Subo sem mochila para ter mais liberdade de movimentos e em poucos minutos estava “em cima” da moita que serviria de platô (acabo solando esta cordada por mais de 10 vezes, até ser possível chegar ao cume!). Bato os grampos da parada, meu companheiro sobe para me dar segurança para o próximo lance e com uma corda estática de 100m e mais um pedaço emendado, escalo um largo de 120m sem colocar proteção. Chego a Banheira das Cabritas, o lugar é único, um mundo de granito, ali podíamos dormir, havia um pequeno espaço plano e tínhamos uma fartura de água amarela que chamávamos de “xixi de cabrita”. O costão a seguir, que imaginávamos deitado, agora se revelava ser bastante inclinado e para minha surpresa, tinha que escalar lances constantes de 4º grau ou mais, em aderência e com mochila nas costas, o trabalho era mais penoso que difícil.Conseguimos mandar aproximadamente 600m, até agora tinha sido possível escalar os largos sem precisar bater grampos entre as bases, mas agora a parede fica mais difícil. Depois de escolher o pilar por onde eu gostaria de subir, já que são tantos, começo a escalar, uma agarra de mão quebra e eu tomo um “amarelão”, o que me tira a concentração, um platô abaixo de mim ficava de boca aberta esperando um vacilo meu! Aquilo me tira a paz e nos próximos 20m coloco 3 chapas, a mais ou menos uns 6m uma da outra, aquilo me acalma e volto a escalar com tranqüilidade, sem a necessidade de se utilizar de força e os próximos 20m consigo “mandar em paz”, sem grampear, apesar do largo ter ficado exposto e difícil. Escalava com uma sapatilha 5.10, precisa, segura e confortável, e sua sola C4 é perfeita para escalada de responsabilidade.Tivemos que descer umas quatro vezes e ir ate a SJD, para secar roupas, descansar, comprar comida, tomar umas geladas e etc... Nos aproximamos dos primeiros caraguatás gigantes, era como se escalássemos em meio a uma multidão de estranhos indivíduos e a escalada agora era mais difícil, mesmo assim consigo escalar e colocar os grampos bastante distantes uns dos outros, em media 10m e algumas vezes até mais distantes, era muita parede e parar para colocar proteções demoraria ainda mais a escalada. Para a escalada render esticava os largos ao máximo e mesmo assim, a parede era muito grande e víamos isso quando esticávamos uma corda de 60 m e tínhamos a sensação de não termos saído do lugar. Percebemos, para a nossa frustração que não seria possível chegar ao cume desta vez e que nosso tempo acabara, meu companheiro, que tinha resistido com bravura e bom humor na sua primeira experiência em montanha, agora tinha que voltar para casa e cuidar da vida. Um pouco antes de terminar o último largo, coloco um rebite e resolvo descer, pois tínhamos que aproveitar o tempo que tínhamos de luz para chegar até as “Cabritas”. Ainda faltava muita rocha, era incrível saber que tinha rendido aproximadamente 700m de escalada e os primeiros 600m foram praticamente em solo, com grampos só nas paradas!Descer de uma via inacabada é um momento difícil e frustrante e a única coisa que nos conforta é saber que você voltará! Alguns meses depois, em 2002, voltei novamente com outra turma, para tentar outra rota, mas pela pouca experiência do grupo, usamos minha rota anterior para ganhar altura e a partir do Platô das Cabritas, saímos por uma rota à direita. A pedra cobrara cada metro escalado e meus companheiros acharam a tarefa muito difícil para eles e não estavam preparados para aquele tipo de escalada. Novamente nosso tempo acabou e tivemos que abandonar a escalada.Novamente, alguns meses depois, em 2003, após abrir algumas vias em Campos do Jordão, voltei uma terceira vez com amigos e desta vez a viagem foi mais dura conosco. Na primeira noite fomos atacados por “trocentos” carrapatos e eram tantos que tínhamos carrapatos por todo o corpo e quanto mais nos movíamos no denso capim que nos acompanha até a base, mais carrapatos grudavam em nós e a coceira e o desconforto era inevitável. Não sabia que carrapatos eram aqueles e se teríamos maior conseqüência, apesar do ânimo do pessoal, como eu era responsável pela equipe optei por descer do Platô Dorme Mal. Descemos para dar uma chance a coerência.Um ano depois, durante um curso de Montanhismo que eu ministrava, convidei um aluno, o Eiji Fujii para terminar seu curso na Pedra Riscada, seria um grande desafio pois poríamos aí “a prova” todos os ensinamentos, seria uma grande experiência para o Eiji, já que teríamos que colocar em prática tudo o que havia sido ensinado em seu curso, do bivak ao içamento de cargas, utilização de cliffs, grampeação, logística de parede e etc., e tentaríamos terminar a rota eu havia começado.Novamente enchemos o carro de tralhas e partimos para SJD. Mais uma vez solo aquela imensa parede, passo pelos mesmos lances que sabia que me levariam pra cima. Tivemos que fazer muitos transportes de equipamentos até a base e depois içá-los. Entre chuvas, carrapatos, mosquitos, sobe e desce e cervejas. Chegamos a três largos do final e novamente tivemos que descer, nosso tempo já era!Nesta temporada, solo por quatro vezes os mesmos lances até chegar no início do Pilar Central onde havíamos deixado nosso acampamento. Meu aluno, Eijii, tinha terminado seu curso, com o meu incentivo, apesar de muito medo e receio, acabou guiando, caindo, grampeando e vivenciando o melhor do Montanhismo e era muito bom estar ali com os carrapatos , tomar água amarela ,coçar o dia inteiro, ficar como macacos catando piolho e sendo comido por uma nuvem de mosquitos, mas eu não tinha terminado a via outra vez e a idéia de voltar já me deixava feliz.Duas semanas depois eu estava voltando acompanhado de duas feras do Montanhismo, Bruno Melo e Rafael Specian, guias e criadores de muitas vias na região da Pedra do Baú. Não tínhamos muito tempo, tínhamos só uma semana e eram poucos dias, mas valia a “trip”, ver a “Pedra” e estar na companhia destes escaladores para mim era um privilégio.Eu queria terminar a via da face sul, era uma linda formação de granito e seu tamanho era revelador, também pela oportunidade de poder abrir uma via, de praticar Montanhismo na sua essência e de percorrer passo a passo mil e tantos metros de um granito, hora liso, hora podre e sem nenhuma fissura. É difícil deixar uma via sem terminar ...Eu queria fazer esta via com amigos e com pessoas apaixonadas pelo que são e pelo que podem fazer, pessoas que tenham consciência da oportunidade de serem montanhistas. Não me interessava nesta altura do campeonato, fazer uma escalada profissional. Subir carregado de adesivos e etiquetas, de patrocínios duvidosos e de responsabilidades mal formuladas, era uma bela Montanha para trazê-la tão baixo.Lá estava Eu, novamente estava guiando aqueles largos insanos e inimagináveis. Como não tem grampo, você não tem uma “reta” para seguir, você faz o itinerário com os olhos, mas você pode sair de um quarto grau e facilmente entrar em lances de 7 grau ou entrar num setor de pedras podres ou lisas... diversão garantida.! Caberia a mim guiar aos ditos 600m iniciais, atento, com responsabilidade e longe de acidentes, pois não é isso que procuramos quando saímos de casa para escalar e cada um sabe de suas possibilidades e o quanto é honesto consigo próprio e como eu havia aberto os lances e sabia por onde eu tinha escalado, seria mais rápido. Esqueço meus tênis de escalada e subo com um tênis de cada marca, pois foi a maneira de encontrar conforto, já que calçava um tênis do Bruno e outro do Rafa e esses tênis sabiam o que fazer. Eu guiaria até a base do Pilar Central e nossa idéia era chegar lá, naquele dia.Guio ate o Platô Invisível, onde passamos a noite, enquanto procurava um lugar para fazer café os dois escalam aproximadamente mais uns 100m e fixam a corda para facilitar o dia seguinte . Neste platô, que não existe, se der sorte você acha os únicos centímetros aonde é possível uma só pessoa dormir, os outros terão que ter criatividade, mas no final todos dormem bem!Na manhã seguinte Bruno e Rafa passam a liderar e Eu vou com as mochilas, naquele dia os “mano” tiveram um dia de Samurai, decifrando o quebra-cabeças que levava até a próxima chapeleta e como guerreiros, subimos até aonde tínhamos parado na minha última tentativa. Chegar até ali tinha nos esgotado, pois subimos muito rápido, a via é muito tensa e obriga o escalador a subir sempre “blocado” e nossos dedos, antebraços e cérebro já sentiam o esforço feito até aquele momento.Passamos uma noite de cão! Bruno e Rafa espremidos contra a parede por suas redes e eu “cozido” por ter passado a noite sentado em um caraguatá. O frio, o vento e a neblina foram os adicionais da noite. Acordamos literalmente podres. O tempo tinha mudado e a parede acima nos dizia que nosso tempo era curto . Enfim já sabíamos disso. A escalada do Pilar Central é mais lenta, mais técnica e a rocha mais quebradiça. No nosso quarto dia de viagem estávamos cansados, tocamos somente 15m de via nova e por fim concordamos que nosso tempo era curto e resolvemos descer e curtir os dois dias que nos restavam na vila, olhando as morenas, entre uma cerveja e outra. Já estava acostumando com o fato de descer e voltar, já não era mais uma escalada, era sim uma relação, Homem e Montanha, eu estava feliz, estava praticando montanhismo. Sabia que mais uma viagem e com os dias certos eu terminaria a Via . Alegrava-me o fato de saber que mais uma vez voltaria a São Jose do Divino, encostar o cotovelo no balcão da mercearia do Zezinho (onde nóis é vip!) e ficar de prosa; era muito bom saber que era uma relação com a Montanha que nos possibilitava isso e era assim que seria, com muitas visitas; coisas do Montanhismo. Eiji teria novamente uns dias disponíveis, em agosto de 2006, e estava “afim de” voltar para tentar novamente. Em Maresias, enquanto espero os dias de sairmos, “abro” uma falésia que eu havia descoberto no primeiro dia que cheguei a Maresias e que havia utilizado para dar aula de conquista e grampeação para o Eiji onde abrimos uma primeira via e com corda de cima colocamos algumas chapas para uma futura via e para não ficar parado enquanto o Eiji estava ocupado administrando o hotel de sua família e se preparando para poder viajar, vou sozinho para a falésia e coloco umas 12 vias esportivas com graus para todos os gostos, todas abertas com talhadeiras manuais, para treinar e ficar preparado pois sabia o que me esperava se tratando de Pedra Riscada. O Eiji não guiaria, pois não tinha treinado para guiar uma via como aquela e não queria colocar mais grampo que o necessário e ele acabara de se formar e ainda teria que fortalecer seus conhecimentos e experiência de ponta de corda, não valia o risco; mas era muito bom contar com seu apoio e sua companhia.Partimos com o patrocínio do Hotel Côco Nuts, situado em Maresias bem no meio do agito dos bikinis e a “Falésia do Bito”(como já ficou conhecida) bem ao lado. Ao chegarmos no nosso velho local de parada, sabíamos que tínhamos um duro trabalho a ser feito. No outro dia escalamos até a base do Pilar Central e montamos nossos “porta ledge”, naquela noite choveu e como a pedra fica impossível de escalar descemos até SJD para descansar e se refazer do içamento dos equipamentos . Assim que o tempo melhorou voltamos a parede e novamente solo aqueles 400m e os últimos 120m escalo a noite sem lanterna; esgotados, dormimos ao lado da água, ao relento e sem saco de dormir e durante a noite precisamos de nossos cobertores térmicos! Chegamos aonde a via havia parado e escalo uns 15m, alcanço o tão desejado “Platô da Arvore”, que não era bem um platô, mas seria melhor dormir ali do que em outro lugar, pois ali era possível ficar em pé e cozinhar com mais tranqüilidade, escalo mais uns 15 m e desço para dormir. No dia seguinte consigo escalar uns 45 m, a via agora era lenta e a pedra era mais podre que nunca, mesmo assim estava predisposto a não parar para grampear e esticava a distância entre cada chapeleta o máximo que podia.Naquela noite desço completamente esgotado. Quando estou chegando no “quase” platô escutamos um estalo e logo após o platô cai e ficamos dependurados no escuro, tive que montar minha rede, que rasgou e tive que passar a noite sentado novamente em um caraguatá e o Eijii, que perdera uma vareta de sua rede passou a noite espremido contra parede. Nossa comida havia acabado e nossa água estava no fim, tínhamos uma só refeição. Passo a noite acordado, esperando a oportunidade que aquele dia me possibilitaria. Acordei moído, não tínhamos mais comida, somente algumas balas e proteína em barras que eram horríveis. Sem comer e sem café começo a escalar. Tínhamos que atingir o cume aquele dia, não tínhamos mais comida, nem água e nem mais tempo; era tudo ou nada e eu não conseguia saber quanto ainda faltava, pois o desenho da pedra não permitia que eu decifrasse o melhor caminho. Comecei a escalar e nos primeiros metros já eu estava exausto, a noite em claro cobrava seu preço.Subo sem fazer parada, faríamos isso depois, na descida. Passo o dia todo escalando.Apesar das chapeletas estarem em media a uns 10m de distância uma das outras e algumas até mais; tenho que colocar várias no dia; subimos aproximadamente 100m de parede e as 6h da tarde chego ao final da parede!Tento comemorar com uns gritos, mas não tinha força para gritar, estava muito feliz, olho ao meu redor e vejo o dia chegando ao fim, as cores do anoitecer já enchiam o céu, as poucas luzes da região já estavam acesas, escuto um grito vindo lá de baixo nos saudando; o dia morria morno e meu coração se enche de alegria e gratidão e respiro profundamente aquele momento!Uso minhas últimas forças para bater os 2 últimos grampos que coloco pra meu espanto, rápido!A via tinha chegado ao fim, depois de tantas tentativas, aquele momento tinha chego como deveria ser, quando se trata de montanhismo, da relação que os homens tem com as montanhas e quando se põe a “cara a tapas”.<br />Agora eu poderia sonhar com uma nova escalada!Espero o Eijii subir, comemoramos, pois tanto para ele como para mim, aquele momento tinha cobrado de nós muito esforço, mas havíamos tido tanto em troca, que a única coisa que não nos lembrávamos era do esforço que nos custara a chegar ali.Tentamos ir até a parte mais alta, mas como não tinha trilha tentamos abrir uma, o chão era fofo e difícil caminhar, afundávamos na vegetação, propriamente dita, não conseguíamos ver mais e teríamos que usar nossas últimas pilhas e estávamos esgotados e famintos, queríamos comer, dormir e até tomar banho e escurecia muito rápido, nosso ânimo e nossa energia tinham sumido, o dia tinha acabado. Desistimos e começamos a baixar, chegamos ao nosso ex-platô e decidimos descer a noite. Chegamos ao Platô Invisível, comemos e assim que eu deitei, durmo imediatamente, tudo o que tinha de direito; acordamos tarde e eu, mais cansado ainda . Não tínhamos mais café, nem comida e o recurso era descer rápido, pois só pensávamos na comida da pensão, em banho, coca cola, cerveja e em todo tipo de pecados. As mochilas estavam pesadas como sempre e os rapéis eram intermináveis e demorados; a corda era pesada para puxar e eu já não fazia mais nada, ficava esperando o Eiji fazer esse trabalho e ao meio dia, tocamos o chão.Metro a metro tinha escalado uma das minhas mais difíceis vias, tínhamos conquistado a Face Sul da Pedra Riscada, uma via maravilhosa e que me gratificava com cada metro de rocha escalada. A “Cria Cuervos”, não é dessas vias que vale “a pena” repetir; se você tem consciência do risco envolvido, é melhor abrir outra via. Se fosse classificar a via, para fornecer uma referência em números, eu diria que ela é uma via de 7º E5 D6.A cada metro escalado estava perto de um grande acidente e tinha que jogar com toda a experiência adquirida nestes 40 anos de montanhismo e escalada. Nem na Patagônia, El Capitan, Bolívia e etc... eu estive tão perto de um acidente ou para ser sincero, perto da morte, mas foram os momentos mais intensos que tive na minha vida de Montanhista e como estive nesta via e tudo pelo fato de não querer encher a via de grampos, de não carregar minha coragem, nem meu conhecimento na mochila.Eu escalo, simplesmente jogo o jogo, e não como se fosse uma penitência, mas sim, como uma dádiva</span> </div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-72056444455427676612009-07-29T16:56:00.000-07:002009-08-01T15:36:25.078-07:00Expedição Patagonia 90<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVanjV5XDXCBmUEIC0JgR2XPclHT0n2VRlHssaV24MNRimtIte85dH6Y_-0oLVCPPUX7DcPhn9BakarS4RAdrf2lfV1mpAfR7g7AeHexrh8pEqXSrBEHtG-Fl_qd-KYmbIYyHBxR-1-c/s1600-h/Expedi%C3%A7%C3%A3o+Patag%C3%B4nia+90.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364388200407315378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 312px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVanjV5XDXCBmUEIC0JgR2XPclHT0n2VRlHssaV24MNRimtIte85dH6Y_-0oLVCPPUX7DcPhn9BakarS4RAdrf2lfV1mpAfR7g7AeHexrh8pEqXSrBEHtG-Fl_qd-KYmbIYyHBxR-1-c/s320/Expedi%C3%A7%C3%A3o+Patag%C3%B4nia+90.jpg" border="0" /></a> <span style="font-family:arial;">Publicação sobre a Expedição na Patagonia em 90, quando Bito Meyer e Alexandre Portela escalaram numa mesma temporada os 3 cumes mais dificeis do planeta:_ Fitz Roy, Cerro Torre e Agulha Poincenot; fato raro de se conseguir até nos dias de hoje.</span> <div><div><div><br /><div><span style="font-family:arial;">Nas fotos Bito no cume da Agulha Poincenot e no porta ledge no Cerro Torre e corrigindo o titulo da foto intitulada "Bito guia grande diedro", que na real esta foto é do primeiro largo da "Franco Argentina" no Fitz Roy, onde aparece um de meus companheiro jumareando.</span><br /></div><div>*clique na imagem para ampliar</div><br /><br /><br /><div></div></div></div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-75195758486299526582009-07-29T16:48:00.000-07:002009-08-04T15:34:44.432-07:00Rudolf Stam, Uma via e sua historia Curitiba<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgobHve1DwzYp1cnBDo_JN4pzxfp9NLaX0p_fXauqkYUbDpVHh6ka2hNtYVE9gkkh_SwjeCXufSd3O5IBygNf018JLWW1vvcqB_0XrNY3-Von_809RV_PVDx43S5egnFz9ALrIi0j2-B8/s1600-h/Pered%C3%A3o+RS+no+Anhangava.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364034020837124306" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 227px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgobHve1DwzYp1cnBDo_JN4pzxfp9NLaX0p_fXauqkYUbDpVHh6ka2hNtYVE9gkkh_SwjeCXufSd3O5IBygNf018JLWW1vvcqB_0XrNY3-Von_809RV_PVDx43S5egnFz9ALrIi0j2-B8/s320/Pered%C3%A3o+RS+no+Anhangava.jpg" border="0" /></a> Matéria sobre a conquista da via Rudolf Stam, primeira via com conceitos modernos para a época, aberta no Anhangava em Curitiba, em 1976 por Bito Meyer e Leonel Mendes e que serviu de escola para a formação do primeiro grupo de guias do CPM e escalada e desescalada em solo pelo Bito em 1985.<br /><div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-20111133351502650482009-07-22T16:47:00.000-07:002009-08-03T12:56:07.626-07:00Floripa , Uma ilha de muitos lances<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqbmVHqVpCuUZqBs_iDtVcWY8eMu3D4_IH0AYDdOWIb5hCrTUD55Ke95kt5pBSpW-uVKnxp7uDrzrjL-VU3bYrWFsoNMek_Y8cIHf0yZTtFt_40rjNwtvF4bVhJSr3IpI2yuQC8qot-w/s1600-h/Floripa,+ilha+de+lances0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365338837249293730" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 226px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNqbmVHqVpCuUZqBs_iDtVcWY8eMu3D4_IH0AYDdOWIb5hCrTUD55Ke95kt5pBSpW-uVKnxp7uDrzrjL-VU3bYrWFsoNMek_Y8cIHf0yZTtFt_40rjNwtvF4bVhJSr3IpI2yuQC8qot-w/s320/Floripa,+ilha+de+lances0001.jpg" border="0" /></a><br /><div><div align="center"></div><div align="center">MOUNTAIN VOICES ANO III NÚMERO 17 MAI/JUN 1993 Cr$ 40.000,00<br />ON THE ROCKS<br /><span style="font-family:arial;"></span></div><div><br /></div><div align="center"><span style="font-family:arial;">FLORIPA, A ILHA DE LANCES<br /></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">Bito Meyer (texto)<br /></span><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">Em 1970, quando comecei a praticar montanhismo, algumas caminhadas e tre­pa-pedras, levaram-me aos primeiros cumes e, em pouco tempo, estava decla­mada minha paixão pelas montanhas e escaladas. Naquela época, no Marumbi havia apenas algumas chaminés e artifi­ciais conquistadas, e, pelas técnicas rudi­mentares com que foram abertas, pouco tinham a acrescentar em termos técnicos. Começava a explodir o montanhismo e, com ele, uma nova mentalidade em todo o mundo.<br />Nosso campo-escola era o Anhangava e formávamos um pequeno grupo de in­teressados em aprender o balé das ro­chas. Em 1976 fiz meus primeiros conta­tos fora do Paraná, conheci o Itatiaia, nossas queridas altas montanhas e fui pa­ra o Rio de Janeiro que, naquela época, era para nós o Yosemite. Em 1977 já fazíamos .......lentos, em movimentos isolados, "lances" de 6 grau, sem saber da polêmica que esse grau causava na Eu­ropa.<br />Ainda não conhecíamos o termo boulder, procurávamos pelos "lances", peque­nas' pedras onde procurávamos melhorar nossa habilidade. Naquele período ainda escalávamos com as pesadas botas semi-­rígidas e grampear pedrinhas era simples­mente inconcebível. Chegamos ao fim dos anos 70 com muitos cursos ministrados para o Centro Paranaense de Montanhismo' mo, que mesmo por pouco tempo cum­priu a meta para o qual foi criado ensinar um montanhismo técnico.<br />Em 1980, devido aos estravancos da vida, fui morar em Floripa, com a dor de sair da serra e viver numa ilha sem monta­nhas, sem montanhismo. Adeus escaladas! Cheguei a Florianópolis num dia chuvoso e cinza. Chovera toda a semana mas, as­sim que o sol apareceu, brilharam na mi­nha cara os 100 metros de rocha da Pe­dra Branca, e em pouco tempo percebi que a ilha era um berçário de lances. Em agosto, patrocinados por uma imobiliá­ria e apoiados pelo jornal "O Estado", eu e meu irmão Maurício abrimos a pri­meira via da Pedra Branca. No final do verão de 1981, já conhecíamos a ilha toda, percorríamos os costões atrás de rotas e abrimos vias na Lagoinha do Les­te, Galheta, Matadeiro, Brava, Naufraga­dos, Morro da Cruz, Santinho e outros.<br />Ainda escalava com minha velha bota semi-rígida e começavam a surgir botas novas para rocha, as ,famosas E.B., mas co­mo não tinha de o'lide tirar uma desmon­tei um Ki-Chute e, com encerado amare­lo, fiz uma botinha. Taquei um Vibram e ela mais parecia uma omelete. Com essa maravilha fiz uma série de lances por to­da a ilha e repeti, logo após sua conquis­ta, a "Pássaros de fogo", no Pão de Aç(j­caro Era 1985 e, naquele mesmo ano, comprei uma Fire maravilhosa.<br />Somente no último ano em que fi­quei em Floripa um grupo de pessoas co­meçou a escalar comigo; apesar de pregui­çosos e desorganizados, ainda escalam e tenho por eles um grande carinho e ami­zade. Junto com Carlos e Neto, meus companheiros de Curitiba, nesses dois úl­timos anos abrimos mais de 50 itinerários entre falésias e paredes, e naqueles anes os ilhéus criaram a ACEM, associação 'para reunir os interessados que surgiram na ilha.<br />Quando saí de Florianópolis, em 1988, sabia que tinha feito um trabalho pessoal e especial, motivado apenas pelo meu tesão em escalar, já que na maioria das ve­zes escalava sozinho. Também pelo fato de ter motivado direta e indiretamente pessoas a escalar, além de contribuir para modernizar o montànhismo no Brasil. Mas recentemente, mal-orientados, prova­velmente por seus .instrutores, novos esca­ladores grampearam e rebatizaram algu­mas vias que eu tinha aberto em "top­ rope", no Morro da Cruz, em Florianó­polis. Como alguém que repinta um qua­dro de outro autor, só porque não gostou dos olhos ou de outros detalhes, e muda­-lhe o nome? Sabiam que faziam algo medíocre, mas como não teria ninguém para reclamar, assinaram embaixo. Sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, na real não me importo,apenas retrato aqui como é difícil fazer bem feito, com classe e com ética.</span> </div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-37467071548659409782009-07-22T05:31:00.000-07:002009-08-03T12:57:07.294-07:00Escaladas em Santa Catarina<div align="center"></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOgqaP4lz838D7hhiAQkjQaieDIK-zFG7XKbc9t27JbqhcSAyjUaB52bejnaxMotwot1gfKhckNl1G81AWUHhtCZkEUainuA3U5G6ym1OTYiFGoJ2wtzgN0amUBpQ2Wmry2Xxe_c4VWNg/s1600-h/Escaladas+em+Santa+Catarina+10001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365344239101458786" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 255px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOgqaP4lz838D7hhiAQkjQaieDIK-zFG7XKbc9t27JbqhcSAyjUaB52bejnaxMotwot1gfKhckNl1G81AWUHhtCZkEUainuA3U5G6ym1OTYiFGoJ2wtzgN0amUBpQ2Wmry2Xxe_c4VWNg/s320/Escaladas+em+Santa+Catarina+10001.jpg" border="0" /></a> Matéria publicada no Mountain Voices Anos 2000</div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-79356144980129240452009-07-21T15:51:00.001-07:002009-08-03T13:01:29.338-07:00Campo Escola em Florianópolis referência para Escalada Esportiva<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhie8cvqQ8X2nADx62SJUrG4Q7cq7r2Mi4WMHEPTE_jyXs_ND-FWsHunRgTLbTW4t3u97kSv_0kn9BIPJLEUc6f3U_BpF40iNa-aEUl4MH4v7gMQJsptH52Z2K91pGUaUv19NjfhH_tWSY/s1600-h/Campo+Escola+Floripa0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361050121720165042" style="WIDTH: 157px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhie8cvqQ8X2nADx62SJUrG4Q7cq7r2Mi4WMHEPTE_jyXs_ND-FWsHunRgTLbTW4t3u97kSv_0kn9BIPJLEUc6f3U_BpF40iNa-aEUl4MH4v7gMQJsptH52Z2K91pGUaUv19NjfhH_tWSY/s320/Campo+Escola+Floripa0001.jpg" border="0" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFkn1j4_lEdfc7DHDxzw781w0bA6RSMRBWASSibxI-VyiXo7WMTRaO1fDtG_A3sAU1rSHhcD8FZPren9XcnguAFBmLSYN_4E7TNgKq0VfQXECcWHwryNh4jNYmaRoizUBTF_tj1lie0bE/s1600-h/Campo+Escola+Floripa0002.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361050013031255058" style="WIDTH: 151px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFkn1j4_lEdfc7DHDxzw781w0bA6RSMRBWASSibxI-VyiXo7WMTRaO1fDtG_A3sAU1rSHhcD8FZPren9XcnguAFBmLSYN_4E7TNgKq0VfQXECcWHwryNh4jNYmaRoizUBTF_tj1lie0bE/s320/Campo+Escola+Floripa0002.jpg" border="0" /></a><br />Folheto da ACEM de divulgação do Campo Escola na Pedreira do Abraão-Florianópolis anos 2000.<br /><div align="center"><strong><span style="color:#006600;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="color:#006600;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="color:#006600;">Um Campo Escola de referência para a Escalada Esportiva</span></strong></div><strong><span style="color:#006600;"></span></strong><div align="left"><br />A história da escalada em Santa Catarina ainda não está escrita em livros, contudo está gravada na própria rocha, com traço forte, mostrando o estilo arrojado e inconfundível do escalador Antônio Carlos "Bito" Meyer, um dos grandes nomes da escalada brasileira, que morou em Florianópolis nos anos 80. As vias abertas pelo Bito, pioneiras na região, estão espalhadas em dezenas de locais, na ilha e no continente, incluindo a Pedra Branca, o Morro da Cruz, o costão do Matadeiro, a Lagoinha do Leste, os blocos da Praia das Palmeiras e muitos outros lugares, onde há um grande repertório de vias, algumas sem repetição até hoje. A Pedreira do Itaguaçu, desativada nos anos 70, também foi palco destas conquistas. Cemitério de Gatos (Vllb), Maldição do Bom Abrigo (Vllb), Européia (VI), Maga Patalógica (Vllc), são algumas das vias clássicas, com a graduação forte para a época (1979), haja visto a tecnologia dos equipamentos e a escassez de escaladores. Estas vias, ainda hoje, desafiam os escaladores a guiar seus lances, com movimentos por vezes atléticos, mas sempre exigentes tecnicamente. O movimento iniciado pela ACEM para transformar a área da Pedreira em um parque de escalada, tomou forma e tornou-se realidade com a adesão da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Com o tombamento da pedreira para a construção do Parque de Aventuras, iniciou-se, sob a coordenação do Conselho Técnico da ACEM, o trabalho de re­equipamento das vias, preservando as vias existentes e criando novos desafios, como a Procura-se um Maculelo (IXa), Ataque de Hulk (Vlllc), entre outras. Com a inauguração deste parque público uma nova fase se inicia na escalada em nossa região e influenciará também outros locais. Este parque abrirá as portas para novos escaladores, que descobrirão o prazer e a força deste esporte apaixonante que sintoniza corpo e mente.<br />"Esperamos que, nestes novos tempos, prevaleça o verdadeiro espírito do montanhismo, o respeito à natureza e à ética da escalada". Evandro Cantú e Marius Bagnati </div><br /><br /><div align="left"></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqlO0_AweonCsTiY-tv1_UMFqprgWMoFfv0CdmmqvtLQsS6XcXXneSpAdihVXY9Qkcb-89Zple_zyHGRwnYfxDqo-DRlHbBfKzkS6SDrqIxTBCZYj6rSaUmafUNNMzwYcPIwdo_Lwz4Ac/s1600-h/Campo+Escola+Floripa+Croqui.jpg"></a><p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqlO0_AweonCsTiY-tv1_UMFqprgWMoFfv0CdmmqvtLQsS6XcXXneSpAdihVXY9Qkcb-89Zple_zyHGRwnYfxDqo-DRlHbBfKzkS6SDrqIxTBCZYj6rSaUmafUNNMzwYcPIwdo_Lwz4Ac/s1600-h/Campo+Escola+Floripa+Croqui.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361051231068386706" style="WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 302px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqlO0_AweonCsTiY-tv1_UMFqprgWMoFfv0CdmmqvtLQsS6XcXXneSpAdihVXY9Qkcb-89Zple_zyHGRwnYfxDqo-DRlHbBfKzkS6SDrqIxTBCZYj6rSaUmafUNNMzwYcPIwdo_Lwz4Ac/s320/Campo+Escola+Floripa+Croqui.jpg" border="0" /></a></p><br /><br /><div align="left"></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-49590912631563484212009-07-21T14:50:00.000-07:002009-08-03T12:57:30.865-07:00Conquista da Pedra Branca Florianóplis<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQRMaNusmtrkcre0cNJ0F_vpRkOrjjDWnjexQ3QjDs8follhWD00zlC8sTXsDE_1tfZAIV5GE0TNnzA8TvWVsRCFB0TBAt3JUd5UZB7acGP_3sjproGhigVKZ0qfzzs4bZSPjkUZduXsE/s1600-h/Florian%C3%B3polis+Pedra+Branca.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364031268555517106" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 182px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQRMaNusmtrkcre0cNJ0F_vpRkOrjjDWnjexQ3QjDs8follhWD00zlC8sTXsDE_1tfZAIV5GE0TNnzA8TvWVsRCFB0TBAt3JUd5UZB7acGP_3sjproGhigVKZ0qfzzs4bZSPjkUZduXsE/s320/Florian%C3%B3polis+Pedra+Branca.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;"><strong>Alpinismo na Capital</strong></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;"><span style="font-family:Georgia;"></span></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">Matéria publicada no Jornal "Diario Catarinense", sobre a conquista da primeira via da Pedra Branca, na grande Florianópolis, por Bito Meyer e seu irmão Maurício Meyer, em 19</span><span style="font-family:arial;">80 </span></div><div><span style="font-family:Arial;"></span></div><div><span style="font-family:Arial;">*Clique na imagem para ampliar</span></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-32114341682657951352009-07-21T14:08:00.000-07:002009-08-03T13:05:20.121-07:00Bito e Alexandrinho solando a maior via do Brasil no Pico do Ibitirati<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NyFjP0QsS7_SoUSBU164kF9vXPk2k_-mGoX2gAF-d0LpVtZF5Hme018iTWuTu-7SnIm28yWkwx-KQvSAiwhqQL5RTGR-ZooOt-IJEI4zFi0NcCftpRY4G9nyJdX9wIOqulmMR-q_Omc/s1600-h/BITO+E+ALEXANDRINHO+INCANDESCENTE0001.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361024311619793346" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 226px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NyFjP0QsS7_SoUSBU164kF9vXPk2k_-mGoX2gAF-d0LpVtZF5Hme018iTWuTu-7SnIm28yWkwx-KQvSAiwhqQL5RTGR-ZooOt-IJEI4zFi0NcCftpRY4G9nyJdX9wIOqulmMR-q_Omc/s320/BITO+E+ALEXANDRINHO+INCANDESCENTE0001.jpg" border="0" /></a><br /><div>Matéria conta a temporada que Alexandre Portela e Bito Meyer estiveram nas montanhas do Parana, fala sobre várias conquistas entre elas a via "Pavor no Paraíso", no Marumbi, até hoje sem repetição completa e sobre a escalada em solo realizada por Bito Meyer e Alexandre Portela da maior via da época, 800m no Pico do Ibitirati no Paraná.</div><div></div><div></div><div></div><div>Na foto, Bito Meyer na conquista da via "Variante do pavor", na Torre dos Sinos, no Marumbi.(Corrigindo o Titulo da foto)</div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2477540136930094350.post-4634255413761297042009-07-21T13:57:00.000-07:002009-07-30T16:55:38.718-07:00Primeira expedição brasileira ao Illimani - Bolívia em 1983<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpFuq7cb0mKrxVYh8NMnDyqtXHBDJACURe8u7bCZm0SFKzmFbkBL29WX_Wb0LFihaW413wR024HWKbkwOeHw_xaYhunE6ezSrBb8XNsEtC12FJpqPvTOMMQyyt4McUpu1hVN1tXQ2yks/s1600-h/ILLIMANI+300DPI.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361021087918012770" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 226px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpFuq7cb0mKrxVYh8NMnDyqtXHBDJACURe8u7bCZm0SFKzmFbkBL29WX_Wb0LFihaW413wR024HWKbkwOeHw_xaYhunE6ezSrBb8XNsEtC12FJpqPvTOMMQyyt4McUpu1hVN1tXQ2yks/s320/ILLIMANI+300DPI.jpg" border="0" /></a><br /><div>Alpinismo - Um pouco mais perto do céu<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG2SpqGHU_ysMuDs0XfO9eIgF63cWSwreiDNbsIgydovVNQbJZsQkKK7_HC_njpaU3vxDCpUpLnsxOZTRXoiTz6nVXY8Al1RkFnrWbukZYiRQHI9_s_AOGL3YYTb411RL3aKVBMorGdn0/s1600-h/ILLIMANI+300DPI.jpg"></a></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div>Matéria publicada sobre a Primeira Expedição Brasileira ao Pico Illimani na Bolívia com 6550m de altitude.</div><div></div><div></div><div></div><div>A escalada aconteceu em 1983.</div><div></div><div><br /><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcqpPRgeUn9dZKj2TWj-MzpEQmVxsi-KPoAV2l7SADNCyxI-bUGPo72F1qhF0BTc5UQYbmmh82Zxc5-Gl8Pr20s2HZzk2-AlXScoGlXRsein7qyAijwvBvo2NUUipQ62rkkco0l-g6Ac/s1600-h/ILLIMANI+300DPI.jpg"></a><br /><br /><br /><div></div></div>Bito Meyerhttp://www.blogger.com/profile/07133219299422864565noreply@blogger.com